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23/09/2004
-
14h43
Cientistas que estudam as imagens mais remotas do Universo, obtidas pelo telescópio Hubble, supreeenderam-se ao perceber que menos estrelas teriam nascido no período logo após o Big Bang.
A descoberta traz à tona, segundo especialistas, um verdadeiro quebra-cabeça cósmico. Muitos estão se perguntando onde estariam todas as estrelas que, como mostram os cálculos, existiriam no Universo.
As imagens, que mostram galáxias e estrelas apenas alguns milhões de anos posteriores ao Big Bang, foram obtidas através do campo ultraprofundo do telescópio Hubble.
"Estamos intrigados. A quantidade de estrelas é muito inferior à esperada pelas teorias astrofísicas", disse Andrew Bunker, da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
Acontecimentos
O cientista, que participou da análise dos dados obtidos pelo Hubble, pede que a Nasa (agência espacial norte-americana) aprimore o telescópio, com o objetivo de resolver o mistério.
Em questão, de acordo com os especialistas, estão acontecimentos-chave ocorridos nos estágios mais primários do Universo.
Os cientistas acreditam que a temperatura extremamente elevada que tomou conta do Universo depois do Big Bang teria eventualmente caído o suficiente para permitir que prótons, neutrons e elétrons formassem átomos neutros de hidrogênio e hélio.
A transição também foi caracterizada por um mergulho do cosmos em uma escuridão profunda, já que as estrelas que iluminariam o Universo ainda não tinham acendido.
Quando as estrelas acenderam, a partir de nuvens de hidrogênio e hélio, a era da escuridão deu origem a um "renascimento cósmico".
Além disso, essas estrelas jovens e quentes passaram a produzir uma intensa irradiação ultravioleta que "fritou" o gás do Universo, produzindo o plasma intergalático que é detectado até os dias de hoje.
Problemas
O campo ultraprofundo do Hubble apresenta um problema para essa teoria.
"Não há atividade [estelar] suficiente [para criar as condições necessárias à produção do plasma]. Pode ser que a atividade estelar tenha sido mais intensa mais cedo ainda na formação do Universo. Outra possibilidade, ainda mais interessante, é que o comportamento físico do Universo era bem diferente da receita que temos atualmente", explica Bunker.
Alguns cientistas, no entanto, discordam, afirmando que as estrelas podem ter tido a mesma capacidade de produzir o plasma porque continham elementos mais leves naquela época.
O que todos os especialistas acreditam é que o Hubble, que sofre com problemas de falta de investimentos e manutenção, deve ter suas funções recuperadas para tentar resolver o quebra-cabeça.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre telescópio Hubble
Hubble revela Universo com menos estrelas do que o esperado
da BBC BrasilCientistas que estudam as imagens mais remotas do Universo, obtidas pelo telescópio Hubble, supreeenderam-se ao perceber que menos estrelas teriam nascido no período logo após o Big Bang.
A descoberta traz à tona, segundo especialistas, um verdadeiro quebra-cabeça cósmico. Muitos estão se perguntando onde estariam todas as estrelas que, como mostram os cálculos, existiriam no Universo.
As imagens, que mostram galáxias e estrelas apenas alguns milhões de anos posteriores ao Big Bang, foram obtidas através do campo ultraprofundo do telescópio Hubble.
"Estamos intrigados. A quantidade de estrelas é muito inferior à esperada pelas teorias astrofísicas", disse Andrew Bunker, da Universidade de Exeter, no Reino Unido.
Acontecimentos
O cientista, que participou da análise dos dados obtidos pelo Hubble, pede que a Nasa (agência espacial norte-americana) aprimore o telescópio, com o objetivo de resolver o mistério.
Em questão, de acordo com os especialistas, estão acontecimentos-chave ocorridos nos estágios mais primários do Universo.
Os cientistas acreditam que a temperatura extremamente elevada que tomou conta do Universo depois do Big Bang teria eventualmente caído o suficiente para permitir que prótons, neutrons e elétrons formassem átomos neutros de hidrogênio e hélio.
A transição também foi caracterizada por um mergulho do cosmos em uma escuridão profunda, já que as estrelas que iluminariam o Universo ainda não tinham acendido.
Quando as estrelas acenderam, a partir de nuvens de hidrogênio e hélio, a era da escuridão deu origem a um "renascimento cósmico".
Além disso, essas estrelas jovens e quentes passaram a produzir uma intensa irradiação ultravioleta que "fritou" o gás do Universo, produzindo o plasma intergalático que é detectado até os dias de hoje.
Problemas
O campo ultraprofundo do Hubble apresenta um problema para essa teoria.
"Não há atividade [estelar] suficiente [para criar as condições necessárias à produção do plasma]. Pode ser que a atividade estelar tenha sido mais intensa mais cedo ainda na formação do Universo. Outra possibilidade, ainda mais interessante, é que o comportamento físico do Universo era bem diferente da receita que temos atualmente", explica Bunker.
Alguns cientistas, no entanto, discordam, afirmando que as estrelas podem ter tido a mesma capacidade de produzir o plasma porque continham elementos mais leves naquela época.
O que todos os especialistas acreditam é que o Hubble, que sofre com problemas de falta de investimentos e manutenção, deve ter suas funções recuperadas para tentar resolver o quebra-cabeça.
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