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27/09/2004 - 13h12

Risco de transmissão da doença da vaca louca pelo sangue é desconhecido

ILANA REHAVIA
da BBC Brasil

Os riscos de contrair a variante humana do chamado mal da vaca louca através de derivados sangue contaminados ainda são desconhecidos, de acordo com médicos britânicos ouvidos pela BBC Brasil.

De acordo com uma reportagem do jornal The Times, a Grã-Bretanha teria exportado para pelos menos 11 países --entre eles o Brasil-- sangue que pacientes que morreram por causa da variante da doença Creutzfeldt-Jakob (vCJD).

Mas para a médica Christine Lee, do Centro de Hemofilia do Royal Free Hospital, em Londres, os riscos de se contrair a doença a partir de derivados de sangue são provavelmente muito pequenos.

"Os riscos são desconhecidos, mas estudos feitos com animais sugerem que o processo de fracionamento envolvido na produção de derivados de sangue elimina o agente causador da doença", afirma.

Sangue

Já no caso da transfusão de sangue contaminado há mais informações, apesar de também não se saber exatamente quais os riscos. Há dois casos registrados de pessoas que contraíram a vCJD depois de receberem sangue contaminado.

A epidemiologista Azra Ghani, do Imperial College em Londres, conta que uma das vítimas morreu em conseqüência da doença. O segundo paciente morreu de outras causas.

"Mas foram encontrados traços da doença no exame feito no pós-morte", disse Ganhi.

No entanto, a médica Christine Lee diz que é preciso colocar a incidência da doença em perspectiva. Para ela, o fato de que houve apenas 145 casos entre toda a população britânica e nenhum entre os seis mil hemofílicos do país mostra que os riscos de contaminação pelo sangue, apesar de ainda serem desconhecidos, podem mesmo ser pequenos.

Vacina

A reportagem do The Times afirma ainda que as autoridades irlandesas disseram que a vacina contra a pólio dada em 1998-99 incluiu mais de 80 mil frascos de albumina de uma vítima britânica de vCJD.

O Brasil teria recebido cerca de 45 mil frascos, que são usados para restaurar e manter o volume de sangue em pacientes, ainda segundo o jornal.

Mas para Christine Lee, não há razão para preocupação neste caso.

"O risco de contaminação pela albumina é absolutamente zero, avaliações de risco mostraram que não há problema algum", disse a médica.

A Grã-Bretanha parou de exportar produtos derivados de sangue em 1999 em função do mal da vaca louca. O país também passou a importar plasma de outros países, principalmente dos Estados Unidos.

Mas ainda há a preocupação de que muitos britânicos possam ter a doença, que muitas vezes fica incubada por mais de dez anos.

Ainda não há testes para detectar a variante humana do mal da vaca louca e a doença não tem cura.
 

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