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16/11/2004 - 06h21

Kinsey, bom comportamento

LUCAS MENDES
da BBC Brasil, em Nova York

Quando Alfred Kinsey morreu, em 1956, o rock'n'roll já estava nas eletrolas brasileiras e a revista Playboy debaixo das camas dos adolescentes.

Os famosos e chocantes Relatórios Kinsey sobre comportamento sexual tinham sido publicados em 1948, o dos homens, e em 1953, o das mulheres.

Nem o Paulo Francis, que lia tudo, tinha paciência para sexo com tanta ciência e números.

Ninguém naquela época sabia que Alfred Kinsey também mantinha relações sexuais com homens, inclusive da sua própria equipe, e tinha um lado masoquista acentuado.

Enfiava escovas de dentes no próprio pênis e, já com mais de 50 anos, fez a própria circuncisão sem anestesia, usando um canivete.

Se os americanos soubessem desses fatos na época da publicação dos relatórios, a obra provavelmente teria ido para o lixo, desacreditada.

Filme

As revelações vieram mais tarde, em duas biografias, quando algumas das constatações chocantes de Kinsey eram irrefutáveis e já tinham perdido o impacto. Entre elas, a de que 92% dos homens e 68% das mulheres se masturbavam.

As biografias não foram recordistas de vendas, não diminuíram a estatura de Kinsey, nem reativaram grandes polêmicas.

Mas o primeiro filme sobre a vida do cientista, lançado neste período de fervor evangélico republicano, vai trazê-lo de volta às mesas, escolas, igrejas e templos americanos.

O filme do diretor Bill Condon, com Liam Neeson no papel de Kinsey, estreou na sexta-feira passada.

Liberais e conservadores já estão se engalfinhando nas televisões e nas rádios.

Defensores de Kinsey acham que ele foi um gênio que tirou o país do obscurantismo e da repressão sexual.

Seus detratores acham que ele foi um depravado e é o responsável pela atual decadência dos valores morais.

Não percam o filme. É Hollywood no seu melhor comportamento.
 

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