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19/11/2004
-
13h50
da BBC Brasil
A BBC encontrou provas de corrupção de empresas em várias partes do mundo ao negociar com o Iraque enquanto o regime de Bagdá sofria sanções internacionais.
A investigação descobriu que muitas companhias estavam dispostas a pagar quantias adicionais ilegais ao governo de Saddam Hussein ao assinar contratos dentro do esquema da ONU conhecido como Petróleo por Comida.
À época em que ocorria, todos suspeitavam da existência dessa prática. O Petróleo por Comida era controlado pela ONU. O dinheiro que Bagdá obtia com o programa supostamente deveria ser utilizado para abastecer a população com comida e remédios.
Funcionários da ONU são acusados de terem feito vistas grossas à corrupção, ou mesmo de terem participado ativamente do esquema ilegal.
De acordo com uma investigação do Senado americano, Saddam Hussein desviou US$ 21 bilhões (cerca de R$ 57,8 bilhões).
Essa cifra, revelada no início desta semana, é o dobro do que se estimava anteriormente.
Propinas
A atenção se concentrou nas propinas que as autoridades do antigo regime iraquiano teriam recebido de empresas estrangeiras que negociavam contratos de acordo com o programa da ONU.
A reportagem da BBC viajou à Jordânia, um importante ponto de entrada para artigos vendidos ao Iraque, para checar algumas das acusações.
Um ex-alto funcionário de um dos principais bancos jordanianos disse que apenas a sua instituição financeira processou pelo menos US$ 100 milhões em contratos fraudulentos.
Empresas que lidavam com o Iraque, segundo ele, pagavam às escondidas taxas adicionais de cerca de 10% do valor do negócio.
O dinheiro entrava em contas de escritórios na Jordânia do banco nacional iraquiano.
Alguns contratos envolviam companhias ocidentais, mas a maioria deles era firmado com empresas do Oriente Médio e da Rússia.
Homens de negócios jordanianos entrevistados confirmaram que o pagamento de comissões ilegais era uma prática comum ao se negociar com o Iraque durante os anos do Petróleo por Comida.
Era tão comum que as pessoas mal se preocupavam em esconder. Mas, numa declaração surpreendente, um importante empresário da Jordânia afirmou que a corrupção em troca de contratos no Iraque piorou desde a queda de Saddam, no ano passado.
O que geralmente é esquecido, porém, é o fato de que a maior parte dos recursos ilícitos de Saddam Hussein eram provenientes do contrabando de petróleo por fora do esquema da ONU, e não da corrupção exisitente dentro dele.
E a responsabilidade de impedir esse contrabando era da Marinha dos Estados Unidos, e não da ONU.
Descoberta fraude em antigo esquema da ONU no Iraque
MARK GREGORYda BBC Brasil
A BBC encontrou provas de corrupção de empresas em várias partes do mundo ao negociar com o Iraque enquanto o regime de Bagdá sofria sanções internacionais.
A investigação descobriu que muitas companhias estavam dispostas a pagar quantias adicionais ilegais ao governo de Saddam Hussein ao assinar contratos dentro do esquema da ONU conhecido como Petróleo por Comida.
À época em que ocorria, todos suspeitavam da existência dessa prática. O Petróleo por Comida era controlado pela ONU. O dinheiro que Bagdá obtia com o programa supostamente deveria ser utilizado para abastecer a população com comida e remédios.
Funcionários da ONU são acusados de terem feito vistas grossas à corrupção, ou mesmo de terem participado ativamente do esquema ilegal.
De acordo com uma investigação do Senado americano, Saddam Hussein desviou US$ 21 bilhões (cerca de R$ 57,8 bilhões).
Essa cifra, revelada no início desta semana, é o dobro do que se estimava anteriormente.
Propinas
A atenção se concentrou nas propinas que as autoridades do antigo regime iraquiano teriam recebido de empresas estrangeiras que negociavam contratos de acordo com o programa da ONU.
A reportagem da BBC viajou à Jordânia, um importante ponto de entrada para artigos vendidos ao Iraque, para checar algumas das acusações.
Um ex-alto funcionário de um dos principais bancos jordanianos disse que apenas a sua instituição financeira processou pelo menos US$ 100 milhões em contratos fraudulentos.
Empresas que lidavam com o Iraque, segundo ele, pagavam às escondidas taxas adicionais de cerca de 10% do valor do negócio.
O dinheiro entrava em contas de escritórios na Jordânia do banco nacional iraquiano.
Alguns contratos envolviam companhias ocidentais, mas a maioria deles era firmado com empresas do Oriente Médio e da Rússia.
Homens de negócios jordanianos entrevistados confirmaram que o pagamento de comissões ilegais era uma prática comum ao se negociar com o Iraque durante os anos do Petróleo por Comida.
Era tão comum que as pessoas mal se preocupavam em esconder. Mas, numa declaração surpreendente, um importante empresário da Jordânia afirmou que a corrupção em troca de contratos no Iraque piorou desde a queda de Saddam, no ano passado.
O que geralmente é esquecido, porém, é o fato de que a maior parte dos recursos ilícitos de Saddam Hussein eram provenientes do contrabando de petróleo por fora do esquema da ONU, e não da corrupção exisitente dentro dele.
E a responsabilidade de impedir esse contrabando era da Marinha dos Estados Unidos, e não da ONU.
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