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19/02/2008 - 20h33

EUA pedem reformas, mas não prevêem fim do embargo a Cuba

da BBC Brasil

O governo dos Estados Unidos indicou nesta terça-feira que não contempla a possibilidade de suspender no curto prazo o embargo econômico imposto a Cuba desde 1962, apesar do anúncio do líder cubano Fidel Castro de que não aceitará mais um mandato na Presidência do país.

Questionado sobre o embargo, o vice-secretário de Estado, John Negroponte, se limitou a dizer que não imagina que o fim das restrições possa ser anunciado "logo".

Antes, o presidente americano, George W. Bush, disse esperar que o anúncio de Fidel Castro signifique o início de uma "transição democrática" em Cuba.

"Esse deve ser um período de transição, o começo de uma transição democrática para o povo de Cuba", afirmou Bush, que faz um giro por países africanos.

"No final, essa transição deve levar a eleições livres e justas, livres e justas de verdade --não esse tipo de eleições encenadas que os irmãos Castro tentam empurrar como sendo verdadeira democracia."

Direitos humanos

A situação dos presos políticos em Cuba também foi alvo de reações de autoridades americanas. Para Bush, a saída de Fidel do poder deve levar à libertação dos presos políticos que se opõem ao regime comunista.

"São pessoas que foram colocadas na prisão porque ousaram falar o que pensam", declarou Bush, acrescentando que "os Estados Unidos vão ajudar o povo de Cuba a conseguir sua liberdade".

A organização humanitária Anistia Internacional pediu que o sucessor de Fidel Castro liberte "incondicionalmente" os prisioneiros políticos em Cuba, mas procurou se distanciar da linha americana ao criticar medidas de restrição econômica, como o embargo.

Fidel, 81, anunciou nesta terça-feira que não aceitará mais o cargo de Presidente do Conselho de Estado, para o qual vinha sendo eleito e ratificado desde 1976, em uma mensagem publicada pelo jornal oficial do Partido Comunista Cubano, o "Granma".

Fidel comandou o regime cubano como primeiro-ministro por 18 anos, passando à Presidência do país por escolha da Assembléia, eleita após a aprovação da Constituição Socialista de 1976.

O líder cubano estava afastado das funções de presidente desde 2006 devido a problemas de saúde.

Sucessão

Em Havana, não houve nenhum tipo de manifestação pedindo mudanças no país, motivada pelo anúncio de Fidel.

Por outro lado, em Miami, reduto da comunidade cubana nos Estados Unidos, exilados comemoraram a novidade e pediram reformas democratizantes na ilha.

A expectativa é de que a Assembléia Nacional Cubana eleja no próxima dia 24 o irmão de Fidel, Raúl, para substitui-lo. Ele vem ocupado o cargo presidente de forma interina desde que Fidel se afastou.

No entanto, analistas vêem a possibilidade de uma surpresa, na qual o atual vice-presidente, Carlos Lage Dávila, poderia vencer a votação.

Raúl Castro vem trabalhando para garantir uma transição política suave em Cuba, mantendo a lealdade do Exército e fortalecendo o Partido Comunista por meio de reformas e do combate à corrupção.

Ele também goza do apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que fornece petróleo barato ao país.

Comentários dos leitores
Alessandro Conegundes (1) 20/02/2008 11h38
Alessandro Conegundes (1) 20/02/2008 11h38
BELO HORIZONTE / MG
Entre o oito e o oitenta, quando se trata de Fidel Castro, com certeza poder-se-ão encontrar fãs e opositores ardorosos! Enquanto uma dessas facções de críticos do líder político se apega às milhares de mortes dos opositores ao comandante Fidel, de outro lado, estão aqueles que o enxergam como o magistral homem do poder, único capaz até os tempos atuais a sustentar sua posição categoricamente antagônica aos Estados Unidos por anos seguidos.
Para os habitantes desta terra Tupiniquim, o fato deveras importante é: nosso Presidente Lula já representa peça chave nesse tabuleiro de xadrez político. Para o tio Sam é a chave para a ligação entre os donos do mundo e os cubanos, mas Lula também assumirá o papel de conector da ilha com os demais países sul americanos. Portanto, um papel de destaque na esfera da política internacional. O Brasil sai dos bastidores, enfim, para colocar a nossa nação emergente nos rumos do protagonismo do jogo diplomático!
sem opinião
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porfirio sperandio (122) 20/02/2008 10h31
porfirio sperandio (122) 20/02/2008 10h31
BRAGANCA PAULISTA / SP
A sorte Cubana e' sinceramente uma tragedia pra mim pessoalmente.
Eu admiro o Sr Fidel por toda sua garra, sua compaixao pelas causas latinas, e principalmente pelo seu apoio ao Brasil como nacao.
Tenho conhecidos que ficam enfurecidos por chama-los apenas "conhecidos", e que por muitos anos, viram no Senhor Fidel Castro conforto e seguranca em uma epoca de disturbio no meu Brasil...
Mas tenho "amigos" que adoram me ouvir chamando-os de amigos, os "amigos de Cuba".
Balseros por destino, me enebriavam com noites de estorias e entretenimento nas ruas de South Beach e noroeste de Hialeah, onde me contavam em um espanhol quase aportuguesado num esforco pra me fazer entender, as alegrias e tragedias familiares de gente atravessando o estreito que liga Key West - o ponto mais sul dos EUA com as praias de Havana, dentro de uma camara de roda de trator...
De um lado os meus ideais me convencem do bem que um estadista como Fidel fez aos culhoes latino-americanos. Mas do outro, meu coracao me alarma as angustias que um dia me relatavam meus amigos de Cuba.
So' espero que Cuba retorne a Cuba, e que as magoas entre as duas faccoes, sejam de alguma maneira superadas e possam voltar um dia ao que sempre foi ...
Toda Suerte Cuba ! - El Brasileño de San Pablo
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