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15/12/2004
-
09h35
da BBC Brasil, em Tel Aviv
No quebra-cabeças do Oriente Médio, parece que algumas peças estão começando a se organizar de uma maneira mais positiva, provocando um início de otimismo, coisa rara nesta parte do mundo.
Na semana passada, o comitê central do Likud aprovou a proposta do primeiro-ministro Ariel Sharon de formar uma nova coalizão governamental com o partido trabalhista e os partidos religiosos.
Sharon perdeu a base de apoio no parlamento com a saída do partido Shinui e dos partidos de extrema-direita do governo e ficou com o apoio de somente 40 entre 120 membros do parlamento.
Com a entrada dos trabalhistas e de pelo menos um partido religioso --o Yahadut Hatorah-- ele terá um reforço de mais 24 deputados, e poderá implementar seu plano de retirada das tropas e dos assentamentos israelenses da Faixa de Gaza.
Israel e Egito
A retirada de Gaza pode se tornar um primeiro passo na retomada do processo de paz entre israelenses e palestinos, principalmente se for coordenada com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), como vários políticos israelenses deram a entender.
Se a retirada deixar de ser unilateral, poderá se transformar em um instrumento para reavivar a confiança dos dois povos no processo de paz, que ficou praticamente destruída nos últimos quatro anos de violência.
A aproximação entre Israel e o Egito tambem é vista como um fato benéfico neste quebra-cabeças.
As relações entre os dois países ficaram praticamente congeladas desde o início da intifada e o Egito retirou seu embaixador de Israel.
Nas últimas semanas nota-se um aquecimento que culminou com a libertação, na semana passada, do israelense Azzam Azzam, que estava preso no Egito por acusações de espionagem.
O Egito vem se tornando um mediador importante entre israelenses e palestinos e um aquecimento em suas relações com Israel poderá aumentar a sua eficácia nesta mediação.
O próprio Hamas, grupo islâmico radical palestino, e principal responsável pela maioria dos atentados suicidas contra civis israelenses, esta mudando de tom.
Há poucos dias o lider do Hamas na Faixa de Gaza, Mahmoud A Zahar, disse que o grupo quer entrar na Organização pela Libertação da Palestina.
Essa declaração pode significar uma mudança de atitude por parte do Hamas, que sempre foi um grupo de oposição as principais instituições palestinas, inclusive a OLP e a Autoridade Palestina.
Agora, segundo os analistas, o Hamas quer uma parcela do poder político e isso pode levar a uma mudança importante no seu rumo.
Síria
Outra peça no quebra-cabeças é a Síria.
O presidente sírio Bashar El Assad, afirmou algumas vezes nas últimas semanas que quer retomar as negociações com Israel.
E finalmente a Autoridade Palestina, onde dentro de um mês será eleito o sucessor de Yasser Arafat.
De acordo com as pesquisas de opinião o favorito é Mahmoud Abbas, lider da OLP e considerado moderado.
Abbas já afirmou diversas vezes que a intifada armada fracassou e causou danos ao povo palestino.
De acordo com uma pesquisa recente de opinião, realizada pelo instituto de pesquisas de Jerusalem Oriental, nos últimos 6 meses houve uma queda drástica no apoio da população palestina às ações armadas contra Israel.
Em junho de 2004 somente 26% dos palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza eram contra as ações armadas, hoje o numero subiu para 52%.
Segundo pesquisas em Israel, mais de 70% dos israelenses são a favor da retirada da Faixa de Gaza e apoiam a entrada dos trabalhistas no governo.
Esses fatos podem indicar uma mudanca na região, alguns analistas têm se expressado com um otimismo sem precedentes, pelo menos nos últimos 4 anos. Mas vale lembrar que ainda existem obstáculos enormes no caminho da paz.
Acontecimentos recentes deixam Oriente Médio mais otimista
GUILA FLINTda BBC Brasil, em Tel Aviv
No quebra-cabeças do Oriente Médio, parece que algumas peças estão começando a se organizar de uma maneira mais positiva, provocando um início de otimismo, coisa rara nesta parte do mundo.
Na semana passada, o comitê central do Likud aprovou a proposta do primeiro-ministro Ariel Sharon de formar uma nova coalizão governamental com o partido trabalhista e os partidos religiosos.
Sharon perdeu a base de apoio no parlamento com a saída do partido Shinui e dos partidos de extrema-direita do governo e ficou com o apoio de somente 40 entre 120 membros do parlamento.
Com a entrada dos trabalhistas e de pelo menos um partido religioso --o Yahadut Hatorah-- ele terá um reforço de mais 24 deputados, e poderá implementar seu plano de retirada das tropas e dos assentamentos israelenses da Faixa de Gaza.
Israel e Egito
A retirada de Gaza pode se tornar um primeiro passo na retomada do processo de paz entre israelenses e palestinos, principalmente se for coordenada com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), como vários políticos israelenses deram a entender.
Se a retirada deixar de ser unilateral, poderá se transformar em um instrumento para reavivar a confiança dos dois povos no processo de paz, que ficou praticamente destruída nos últimos quatro anos de violência.
A aproximação entre Israel e o Egito tambem é vista como um fato benéfico neste quebra-cabeças.
As relações entre os dois países ficaram praticamente congeladas desde o início da intifada e o Egito retirou seu embaixador de Israel.
Nas últimas semanas nota-se um aquecimento que culminou com a libertação, na semana passada, do israelense Azzam Azzam, que estava preso no Egito por acusações de espionagem.
O Egito vem se tornando um mediador importante entre israelenses e palestinos e um aquecimento em suas relações com Israel poderá aumentar a sua eficácia nesta mediação.
O próprio Hamas, grupo islâmico radical palestino, e principal responsável pela maioria dos atentados suicidas contra civis israelenses, esta mudando de tom.
Há poucos dias o lider do Hamas na Faixa de Gaza, Mahmoud A Zahar, disse que o grupo quer entrar na Organização pela Libertação da Palestina.
Essa declaração pode significar uma mudança de atitude por parte do Hamas, que sempre foi um grupo de oposição as principais instituições palestinas, inclusive a OLP e a Autoridade Palestina.
Agora, segundo os analistas, o Hamas quer uma parcela do poder político e isso pode levar a uma mudança importante no seu rumo.
Síria
Outra peça no quebra-cabeças é a Síria.
O presidente sírio Bashar El Assad, afirmou algumas vezes nas últimas semanas que quer retomar as negociações com Israel.
E finalmente a Autoridade Palestina, onde dentro de um mês será eleito o sucessor de Yasser Arafat.
De acordo com as pesquisas de opinião o favorito é Mahmoud Abbas, lider da OLP e considerado moderado.
Abbas já afirmou diversas vezes que a intifada armada fracassou e causou danos ao povo palestino.
De acordo com uma pesquisa recente de opinião, realizada pelo instituto de pesquisas de Jerusalem Oriental, nos últimos 6 meses houve uma queda drástica no apoio da população palestina às ações armadas contra Israel.
Em junho de 2004 somente 26% dos palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza eram contra as ações armadas, hoje o numero subiu para 52%.
Segundo pesquisas em Israel, mais de 70% dos israelenses são a favor da retirada da Faixa de Gaza e apoiam a entrada dos trabalhistas no governo.
Esses fatos podem indicar uma mudanca na região, alguns analistas têm se expressado com um otimismo sem precedentes, pelo menos nos últimos 4 anos. Mas vale lembrar que ainda existem obstáculos enormes no caminho da paz.
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