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17/12/2004
-
20h39
da BBC Brasil, em Buenos Aires
O governo brasileiro questionou, nesta sexta-feira, a afirmação de que o país é o sexto maior emissor de gases do efeito estufa no mundo.
Nesta semana, durante a Convenção sobre Mudanças Climáticas, que ocorreu na Argentina, o Brasil foi citado por várias delegações de outras nações como o sexto maior poluidor.
A posição foi obtida por meio da comparação entre um ranking com mais de cem países --feito pela ONU (Organização das Nações Unidas) e no qual o país não está-- e dados apresentados pelo Brasil na própria conferência.
Para os ministros da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e do Meio Ambiente, Marina Silva, a comparação feita durante o evento está equivocada.
A primeira discordância se deve ao fato que o trabalho apresentado pelo Brasil sobre suas emissões de gases compreende o período que vai de 1994 a 2000.
O ministro Eduardo Campos argumenta que é equivocado utilizar dados de um período curto para comparar outras nações.
"Para nós, o ranking que vale é o histórico. Outros estudos mostraram que o Brasil emite apenas 1% desses gases no mundo", disse o ministro. Segundo ele, esses estudos são mais amplos e levam em consideração mais de 200 anos de Revolução Industrial.
Segundo o governo brasileiro, quando um período como esse é usado, o país não fica nem entre os 20 primeiros no mundo.
Outro argumento utilizado pelas autoridades brasileiras é que a comparação foi "improvisada".
Membros da delegação dizem que é preciso comparar a metodologia do estudo brasileiro com a usada pela ONU em seu ranking para verificar se faz sentido de fato a colocação do Brasil no ranking.
Caso a posição seja oficializada pelas Nações Unidas, o Brasil tenderá a ser alvo de pressões e críticas --ao lado de outros grandes países do mundo-- para cortar a emissão de gases, acreditam especialistas.
Problemas
Apesar de contestar a posição relativa do Brasil no campo das emissões, a delegação brasileira admitiu no encontro de Buenos Aires que o país tem problemas.
A ministra Marina Silva reconheceu que o desmatamento da Amazônia acabou influenciando diretamente no total de gases emitidos nos últimos anos.
Ela afirma, no entanto, que o governo está estimulando o reflorestamento com forma de combater o problema.
O ministro da Ciência e Tecnologia disse ainda que o Brasil tem colocado em prática idéias que já despertam interesses de outros países, como biodiesel, o programa do álcool combustível, além do monitoramento, por satélite, da Amazônia.
A polêmica dominou as últimas horas do encontro, que estava programado para terminar nestas sexta-feira.
Mas a data do encerramento ainda corre o risco de ser postergada, já que há impasse para que se chegue a um consenso sobre questões como transferência de tecnologia, financiamento e a realização de um encontro, no ano que vem.
Mais de 6 mil pessoas de mais de 140 países participaram das duas semanas de reuniões, nos galpões da Sociedade Rural, em Buenos Aires, de acordo com os organizadores do encontro.
Na opinião do chefe da delegação brasileira, o diplomata Everton Vargas, assunto é de interesse global e atinge a todos.
"O branqueamento dos corais de Abrólios serviu de alerta para a situação do efeito estufa no Brasil."
"Mas estamos fazendo todos os esforços necessários para evitar que esse problema mantenha uma escalada e possa comprometer nossa qualidade de vida", disse Vargas.
Brasil questiona afirmação de que é 6º maior poluidor mundial
MÁRCIA CARMOda BBC Brasil, em Buenos Aires
O governo brasileiro questionou, nesta sexta-feira, a afirmação de que o país é o sexto maior emissor de gases do efeito estufa no mundo.
Nesta semana, durante a Convenção sobre Mudanças Climáticas, que ocorreu na Argentina, o Brasil foi citado por várias delegações de outras nações como o sexto maior poluidor.
A posição foi obtida por meio da comparação entre um ranking com mais de cem países --feito pela ONU (Organização das Nações Unidas) e no qual o país não está-- e dados apresentados pelo Brasil na própria conferência.
Para os ministros da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e do Meio Ambiente, Marina Silva, a comparação feita durante o evento está equivocada.
A primeira discordância se deve ao fato que o trabalho apresentado pelo Brasil sobre suas emissões de gases compreende o período que vai de 1994 a 2000.
O ministro Eduardo Campos argumenta que é equivocado utilizar dados de um período curto para comparar outras nações.
"Para nós, o ranking que vale é o histórico. Outros estudos mostraram que o Brasil emite apenas 1% desses gases no mundo", disse o ministro. Segundo ele, esses estudos são mais amplos e levam em consideração mais de 200 anos de Revolução Industrial.
Segundo o governo brasileiro, quando um período como esse é usado, o país não fica nem entre os 20 primeiros no mundo.
Outro argumento utilizado pelas autoridades brasileiras é que a comparação foi "improvisada".
Membros da delegação dizem que é preciso comparar a metodologia do estudo brasileiro com a usada pela ONU em seu ranking para verificar se faz sentido de fato a colocação do Brasil no ranking.
Caso a posição seja oficializada pelas Nações Unidas, o Brasil tenderá a ser alvo de pressões e críticas --ao lado de outros grandes países do mundo-- para cortar a emissão de gases, acreditam especialistas.
Problemas
Apesar de contestar a posição relativa do Brasil no campo das emissões, a delegação brasileira admitiu no encontro de Buenos Aires que o país tem problemas.
A ministra Marina Silva reconheceu que o desmatamento da Amazônia acabou influenciando diretamente no total de gases emitidos nos últimos anos.
Ela afirma, no entanto, que o governo está estimulando o reflorestamento com forma de combater o problema.
O ministro da Ciência e Tecnologia disse ainda que o Brasil tem colocado em prática idéias que já despertam interesses de outros países, como biodiesel, o programa do álcool combustível, além do monitoramento, por satélite, da Amazônia.
A polêmica dominou as últimas horas do encontro, que estava programado para terminar nestas sexta-feira.
Mas a data do encerramento ainda corre o risco de ser postergada, já que há impasse para que se chegue a um consenso sobre questões como transferência de tecnologia, financiamento e a realização de um encontro, no ano que vem.
Mais de 6 mil pessoas de mais de 140 países participaram das duas semanas de reuniões, nos galpões da Sociedade Rural, em Buenos Aires, de acordo com os organizadores do encontro.
Na opinião do chefe da delegação brasileira, o diplomata Everton Vargas, assunto é de interesse global e atinge a todos.
"O branqueamento dos corais de Abrólios serviu de alerta para a situação do efeito estufa no Brasil."
"Mas estamos fazendo todos os esforços necessários para evitar que esse problema mantenha uma escalada e possa comprometer nossa qualidade de vida", disse Vargas.
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