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30/12/2004 - 18h25

Ondas podem ter dizimado aborígenes na Índia, dizem especialistas

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da BBC Brasil

O destino de algumas das populações nativas mais antigas do mundo está em risco depois que o tsunami atingiu as ilhas indianas de Andaman e Nicobar, dizem especialistas indianos.

Segundo integrantes do instituto de pesquisa antropológica da Índia, "causa grande preocupação" o fato de que não tenha havido notícias claras sobre as tribos até esta quinta-feira, quase cinco dias após a tragédia.

Segundo os especialistas, seria um desastre antropológico se os grupos tiverem sofrido um grande número de mortes, já que eles são pequenos, por vezes variando entre 40 e 250 pessoas, e podem ter desaparecido por completo.

Madhusree Mukherjee, autora do livro Naked People (numa tradução literal Povo Nu) afirma que algumas das tribos da região devem ter sido gravemente atingidas.

"Numerosas comunidades em Nicorabar foram destruídas e eles estão sofrendo enormemente", disse ela.

Mukherjee afirmou que o povo Shompen, um dos grupos mais avessos ao contato com o mundo exterior, é um exemplo dos que teriam sido atingidos, por viverem numa área que foi bastante afetada.

Tartarugas

Uma das ilhas da região de Nicobar, Trinket, foi dividida ao meio pelas ondas, e a maior parte das ilhas próximas está submersa.

Samir Acharya, que dirige a Sociedade Ecológica para Andaman e Nicobar, disse que o tsunami atingiu os aborígenes na época do ano em que eles vão às praias cedo pela manhã para caçar tartarugas --justamente a parte do dia em que ocorreu a tragédia.

"As tartarugas vêm descansar nas praias e os aborígenes as caçam por causa da carne", disse ele.

Seksaria disse ainda que, mesmo que tenham sobrevivido às ondas, os aborígenes não estariam fora de perigo.

"Se houver uma epidemia, eles serão dizimados."

Apesar dos temores dos especialistas, o ministro de defesa indiano, Pranab Mukherjee, minimizou a possibilidade de que as tribos da região tenham desaparecido.

Após percorrer a região das ilhas de avião, o ministro de defesa indiano, Pranab Mukherjee, disse que os aborígenes em Andaman estão a salvo.

"A maioria vive em áreas relativamente altas ou em locais não atingidos pelo tsunami", afirmou ele. E completou: "Eles sobreviveram por instinto."

Os antropólogos afirmam que as declarações do ministro não invalidam as preocupações, porque apenas pilotos de avião avistaram os aborígenes e não há dados precisos sobre os diferentes grupos.
 

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