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04/01/2005
-
21h56
da BBC Brasil, em Washington
O Congresso americano que tomou posse nesta terça-feira tem uma maioria republicana mais consolidada, mas isso não significa que o governo vai conseguir a aprovação fácil dos seus projetos.
"Os republicanos nem sempre votam de forma conjunta. Alguns assuntos dividem também a base do governo", disse à BBC Brasil o cientista político Donald Wolfensberger, diretor do Projeto Congresso no Centro Woodrow Wilson, em Washington. "Nem sempre o presidente consegue o que quer."
Os republicanos têm agora 55 das 100 cadeiras do Senado e 231 dos 435 votos da Câmara dos Representantes.
Antes mesmo da posse, na segunda-feira à noite, os republicanos decidiram abandonar um polêmico projeto de relaxamento dos códigos de conduta ética entre os congressistas, com receio de que parte dos republicanos votasse contra o projeto.
A principal diferença deste Congresso em relação ao anterior, na avaliação de Wolfensberger, é que este vai prestar muito mais atenção ao orçamento público, que registra um enorme déficit negligenciado nos últimos anos.
Guerra
Entre os temas econômicos estão a limitação dos gastos do governo, ao mesmo tempo que devem ser aprovados recursos suplementares para as tropas americanas no Afeganistão e no Iraque.
Isso num momento em que pesquisas de opinião mostram que a maior parte dos americanos acha que a guerra não está valendo a pena.
Um dos assuntos que dividem os republicanos é a proposta do governo de reformar as leis de imigração para facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros.
Nem todos no partido do governo concordam, também, com a proposta de reforma no sistema de seguridade social. Como os democratas estão unidos contra qualquer mudança, o governo tem uma batalha difícil pela frente.
Outro projeto polêmico é uma mudança que permitiria ao governo nomear juízes para a Suprema Corte, considerado pelos críticos um atentado à democracia e uma tentativa de controlar o Judiciário.
Tsunami
Um dos mais assuntos mais urgentes a serem discutidos pelo novo Congresso é a aprovação da ajuda dos países atingidos pelo maremoto na Ásia.
O governo prometeu US$ 350 milhões entre ajuda imediata e a longo prazo, mas a maior parte desses recursos ainda não está prevista em orçamento e precisa ser aprovada pelos deputados e senadores.
Segundo Wolfensberger, há poucos congressistas que consideram a ajuda excessiva, mas estes devem ser minoria e há também os que defendem uma participação ainda maior.
A sessão de abertura do Senado começou com um minuto de silêncio pelas vítimas do tsunami. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Dennis Hastert, disse que os dois partidos iriam trabalhar juntos para aprovar os recursos necessários.
Maioria no Congresso não garante facilidade para Bush, diz analista
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Washington
O Congresso americano que tomou posse nesta terça-feira tem uma maioria republicana mais consolidada, mas isso não significa que o governo vai conseguir a aprovação fácil dos seus projetos.
"Os republicanos nem sempre votam de forma conjunta. Alguns assuntos dividem também a base do governo", disse à BBC Brasil o cientista político Donald Wolfensberger, diretor do Projeto Congresso no Centro Woodrow Wilson, em Washington. "Nem sempre o presidente consegue o que quer."
Os republicanos têm agora 55 das 100 cadeiras do Senado e 231 dos 435 votos da Câmara dos Representantes.
Antes mesmo da posse, na segunda-feira à noite, os republicanos decidiram abandonar um polêmico projeto de relaxamento dos códigos de conduta ética entre os congressistas, com receio de que parte dos republicanos votasse contra o projeto.
A principal diferença deste Congresso em relação ao anterior, na avaliação de Wolfensberger, é que este vai prestar muito mais atenção ao orçamento público, que registra um enorme déficit negligenciado nos últimos anos.
Guerra
Entre os temas econômicos estão a limitação dos gastos do governo, ao mesmo tempo que devem ser aprovados recursos suplementares para as tropas americanas no Afeganistão e no Iraque.
Isso num momento em que pesquisas de opinião mostram que a maior parte dos americanos acha que a guerra não está valendo a pena.
Um dos assuntos que dividem os republicanos é a proposta do governo de reformar as leis de imigração para facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros.
Nem todos no partido do governo concordam, também, com a proposta de reforma no sistema de seguridade social. Como os democratas estão unidos contra qualquer mudança, o governo tem uma batalha difícil pela frente.
Outro projeto polêmico é uma mudança que permitiria ao governo nomear juízes para a Suprema Corte, considerado pelos críticos um atentado à democracia e uma tentativa de controlar o Judiciário.
Tsunami
Um dos mais assuntos mais urgentes a serem discutidos pelo novo Congresso é a aprovação da ajuda dos países atingidos pelo maremoto na Ásia.
O governo prometeu US$ 350 milhões entre ajuda imediata e a longo prazo, mas a maior parte desses recursos ainda não está prevista em orçamento e precisa ser aprovada pelos deputados e senadores.
Segundo Wolfensberger, há poucos congressistas que consideram a ajuda excessiva, mas estes devem ser minoria e há também os que defendem uma participação ainda maior.
A sessão de abertura do Senado começou com um minuto de silêncio pelas vítimas do tsunami. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Dennis Hastert, disse que os dois partidos iriam trabalhar juntos para aprovar os recursos necessários.
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