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11/01/2005 - 12h30

Miss Universo e caça-fumantes lançam cruzada antitabagista na noite italiana

TAMSIN SMITH
da BBC Brasil, em Roma

A Miss Universo 2004, a italiana Silvia Ceccon, e uma outra mulher glamurosa vestida de 'caça-fantasmas' lançaram uma cruzada antitabagista pela noite italiana. "Eu estou usando minha beleza para enviar uma forte mensagem antifumo", disse Silvia Ceccon, sorrindo para os fotógrafos.

Entre ativistas antifumo, médicos e grupos de defesa de consumidores, ela compareceu a um bar da moda em Roma na segunda-feira onde a meia-noite foi marcada por festejos semelhantes aos observados no Ano Novo.

Na verdade, a hora marcava uma nova era de restrição ao fumo em lugares públicos na Itália. "É antisocial e, claro, muito ruim para a pele, cabelos e dentes", disse a rainha da beleza. "Ah, e fumar passivamente prejudica outras pessoas, e isso não é bom."

"Nós estávamos esperando por esta lei há muito, muito tempo", acrescentou Marco Ramadori, presidente da Codacons, a principal associação de consumidores da Itália.

"É um exemplo para uma nova geração. Fumar não é apenas um mau hábito, é uma doença. E aqui temos uma pressão muito forte das empresas de tabaco que nos combatem."

'Caça-fumantes'

Com o poder da lei do seu lado, o grupo revela sua arma secreta. Uma mulher glamurosa vestida com um uniforme branco e equipada com um garrafão de água oculto em uma mochila às costas onde se vê o logotipo da campanha antifumo. É uma referência aos caçadores de fantasmas do filme Os Caça-Fantasmas.

Acompanhada de jornalistas e fotógrafos, ela sai pelas ruas do distrito boêmio da cidade em busca de fumantes clandestinos, invadindo clubes noturnos.

Em uma casa de striptease, ela lança água nas profissionais que dançam sobre as mesas. E a recepção não é das melhores: a "caça-fumantes" é recebida com gritos de "Legalizem tudo agora! Mais cigarros! Mais drogas!"

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Em outro bar, um fumante tem seu cigarro apagado por um esguicho de água. "Eu acho que agora é lei, então nós temos que aceitar isto", diz ele rindo.

"Eu vou continuar fumando a menos que chamem a polícia. É uma hipocrisia. O Estado vende cigarros e diz para não fumarmos. Fingir que pode proibir o fumo com uma simples lei é como viver sob o regime do Talebã", disse Vincenzio, um executivo de marketing de 40 anos.

Ele põe na boca um outro cigarro, mas, depois de rápido sinal dos funcionários do bar, deixa o recinto para fumar do lado de fora. "Não tenho dinheiro para a multa", disse o fumante.

Mudança de hábito

"Eu acho que esta lei sobre o fumo é boa. É terrível ter que trabalhar em lugares tão cheios de fumaça. Isso realmente nos afeta", disse Daniella, dona do bar. "Mas aqui na Itália é muito difícil policiar o cumprimento da lei e colocar essas regras na prática."

O bar de Daniella está no grupo de 95% dos estabelecimentos na Itália que não construíram uma sala separada para fumantes com ventilação extra.

É muito mais barato para proprietários de estabelecimentos como o de Daniella transformar o bar inteiro em um ambiente só para não-fumantes. Quem insistir em ter uma bebida em uma mão e um cigarro na outra pode ficar do lado de fora.

"Esta lei é muito injusta na forma como faz com que os donos de bares e restaurantes se tornem xerifes", disse Elizabetta Tonni, da Fipe, a federação dos restaurantes italianos. "Eles perdem clientes e serão o maior alvo de multas."

Os donos de bares e restaurantes podem enfrentar uma multa equivalente a cerca de US$ 2,8 mil se deixarem passar um fumante no ato.
 

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