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13/01/2005
-
15h22
da BBC Brasil, em Buenos Aires
A capital da Argentina, Buenos Aires, está se tornando um dos destinos preferidos dos turistas gays.
Para satisfazer este público, há planos para construir um hotel cinco estrelas dirigido a homossexuais, e casas de tango especializadas em promoções para gays estão pipocando por todos os lados.
O epicentro do fenômeno é o tradicional bairro de San Telmo, onde foi aberto o primeiro albergue para homossexuais da cidade e que pode em breve ser declarado um lugar "amigável para os gays".
"É um lugar muito receptivo, onde nós podemos aproveitar os homens atraentes e ir aos bares gays", disse o turista americano Gary, que, com seu parceiro Chris, saiu de San Francisco para conhecer o novo ponto quente da comunidade.
"Eu queria vir para cá por causa do ótimo clima, da atmosfera à européia, da taxa de câmbio", completou Gary, enquanto perambulava por um mercado de rua em San Telmo.
Peso
Segundo a subsecretária de Turismo de Buenos Aires, Marcela Cuesta, no ano passado o número de turistas a visitar a cidade aumentou em 38%, chegando a 5,25 milhões de pessoas, um novo recorde.
"Acreditamos que vinte por cento deste total seja formado por gays de todo o mundo, especialmente da Europa e dos Estados Unidos", diz Cuesta.
A desvalorização do peso argentino é um ingrediente que tem ajudado a incentivar turistas estrangeiros a procurar Buenos Aires.
Antes da crise econômica de 2001, US$ 1 comprava 1 peso, e a capital argentina era provavelmente a cidade mais cara da América do Sul.
Agora o peso vale um terço disso, e os visitantes podem aproveitar os atrativos de uma cidade digna do Primeiro Mundo a preços do Terceiro.
Nova mentalidade
Mas o turismo gay, especificamente, também está sendo ajudado por outros fatores, como uma mudança de mentalidade em um país conhecido pelo fervor católico de seus habitantes.
Em novembro passado, por exemplo, a marcha gay anual de Buenos Aires atraiu milhares de homens e mulheres, que saíram às ruas acenando bandeiras multicolores e dançando com gozo irreprimível.
Anos atrás, o normal seria ver muito menos gente participando de um evento deste tipo, e muitos cobririam seus rostos por temerem represálias.
Agora o máximo que eles podem esperar é ouvir alguns impropérios, como ocorreu na marcha de novembro.
Buenos Aires é, hoje, uma das cidades mais liberais das Américas.
Dois anos atrás, o governo legalizou as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. Em uma recente feria de turismo latino-americano lá realizada, as autoridades locais mostraram-se mais do que dispostas a propalar as credenciais gays da cidade.
Sociedade aberta
"Não somos conservadores no sentido tradicional do termo", diz Marcela Cuesta.
"Somos uma sociedade bastante aberta, com critérios liberais para receber visitantes."
Ela diz que o grande fluxo de turistas gays está trazendo uma boa quantidade de divisas externas que são hoje muito necessárias para o país.
Enfim, Buenos Aires, que tem sofrido tanto com problemas econômicos, mais uma vez está se mostrando uma cidade orgulhosa, desta vez como a capital do turismo gay da América do Sul.
Mas, pensando bem, considerando que o palácio presidencial da Argentina se chama Casa Rosada, a gente deveria ter imaginado que isso acabaria acontecendo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o turismo GLS
Buenos Aires vira nova febre do turismo gay
ELLIOTT GOTKINEda BBC Brasil, em Buenos Aires
A capital da Argentina, Buenos Aires, está se tornando um dos destinos preferidos dos turistas gays.
Para satisfazer este público, há planos para construir um hotel cinco estrelas dirigido a homossexuais, e casas de tango especializadas em promoções para gays estão pipocando por todos os lados.
O epicentro do fenômeno é o tradicional bairro de San Telmo, onde foi aberto o primeiro albergue para homossexuais da cidade e que pode em breve ser declarado um lugar "amigável para os gays".
"É um lugar muito receptivo, onde nós podemos aproveitar os homens atraentes e ir aos bares gays", disse o turista americano Gary, que, com seu parceiro Chris, saiu de San Francisco para conhecer o novo ponto quente da comunidade.
"Eu queria vir para cá por causa do ótimo clima, da atmosfera à européia, da taxa de câmbio", completou Gary, enquanto perambulava por um mercado de rua em San Telmo.
Peso
Segundo a subsecretária de Turismo de Buenos Aires, Marcela Cuesta, no ano passado o número de turistas a visitar a cidade aumentou em 38%, chegando a 5,25 milhões de pessoas, um novo recorde.
"Acreditamos que vinte por cento deste total seja formado por gays de todo o mundo, especialmente da Europa e dos Estados Unidos", diz Cuesta.
A desvalorização do peso argentino é um ingrediente que tem ajudado a incentivar turistas estrangeiros a procurar Buenos Aires.
Antes da crise econômica de 2001, US$ 1 comprava 1 peso, e a capital argentina era provavelmente a cidade mais cara da América do Sul.
Agora o peso vale um terço disso, e os visitantes podem aproveitar os atrativos de uma cidade digna do Primeiro Mundo a preços do Terceiro.
Nova mentalidade
Mas o turismo gay, especificamente, também está sendo ajudado por outros fatores, como uma mudança de mentalidade em um país conhecido pelo fervor católico de seus habitantes.
Em novembro passado, por exemplo, a marcha gay anual de Buenos Aires atraiu milhares de homens e mulheres, que saíram às ruas acenando bandeiras multicolores e dançando com gozo irreprimível.
Anos atrás, o normal seria ver muito menos gente participando de um evento deste tipo, e muitos cobririam seus rostos por temerem represálias.
Agora o máximo que eles podem esperar é ouvir alguns impropérios, como ocorreu na marcha de novembro.
Buenos Aires é, hoje, uma das cidades mais liberais das Américas.
Dois anos atrás, o governo legalizou as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. Em uma recente feria de turismo latino-americano lá realizada, as autoridades locais mostraram-se mais do que dispostas a propalar as credenciais gays da cidade.
Sociedade aberta
"Não somos conservadores no sentido tradicional do termo", diz Marcela Cuesta.
"Somos uma sociedade bastante aberta, com critérios liberais para receber visitantes."
Ela diz que o grande fluxo de turistas gays está trazendo uma boa quantidade de divisas externas que são hoje muito necessárias para o país.
Enfim, Buenos Aires, que tem sofrido tanto com problemas econômicos, mais uma vez está se mostrando uma cidade orgulhosa, desta vez como a capital do turismo gay da América do Sul.
Mas, pensando bem, considerando que o palácio presidencial da Argentina se chama Casa Rosada, a gente deveria ter imaginado que isso acabaria acontecendo.
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