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18/01/2005 - 17h35

Proximidade com Bush é marca de Condolezza Rice

da BBC Brasil

Condoleezza Rice é a primeira mulher negra a ser indicada como secretária de Estados dos Estados Unidos.

Ela foi também a primeira a ocupar o posto chave de assessora de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Ela é o membro mais acadêmico da equipe de Relações Exteriores do presidente americano, George W. Bush e --por seu sexo, sua formação e sua juventude-- um dos mais evidentes.

Pessoalmente próxima de Bush, Rice passa quase todos os fins de semana com o presidente e a mulher dele, Laura, em Camp David.

'Princesa guerreira'

A nova secretária de Estado foi um dos que mais apoiaram Bush durante as guerras do Afeganistão e do Iraque e na guerra ao que o governo americano chama de terrorismo.

Apesar de seu comportamento de certa forma duro --que lhe valeu o apelido de "princesa guerreira"--, Rice tem sido, consistentemente, um dos membros mais populares do governo Bush e uma aliada comprovada do presidente americano, que chegou ao poder com pouca experiência em assuntos externos.

Rice nasceu em 1954 e cresceu em Birmingham, Alabama, sob a sombra da segregação. O racismo estava tão entranhado em sua infância que ela diz que mal percebeu.

Ela estava na igreja do pai dela, quando tinha apenas 8 anos, quando sentiu a porta sacudir. Uma bomba da Ku Klux Klan tinha explodido na Igreja Batista a apenas dois quarteirões de distância, matando quatro meninas negras, uma delas sua colega desde o jardim da infância.

Rice diz com frequência que, para progredir, ela tinha que ser duas vezes melhor e que sua infância formou sua forte determinação e auto-respeito.

A mãe de Rice era professora de música e ensinou a filha a tocar piano. O pai, pastor e diretor de colégio, compartilhou com a filha seu entusiasmo por esportes.

Mudança

Em entrevista à revista Newsweek, Rice disse que, apesar de ter crescido com a segregação racial, suas expectativas pessoais eram altas.

"Meus pais me convenceram plenamente que, bem, você pode não conseguir comer hambúrguer no Woolworth's, mas você pode ser presidente dos Estados Unidos", contou ela.

Seus pais lhe ensinaram que a educação era a melhor armadura contra a segregação e o preconceito.

Considerada como uma das melhores e mais brilhantes mentes dos Estados Unidos, Rice entrou para a Universidade de Denver ao 15 anos e se formou em ciência política com a tenra idade de 19.

Pianista de nível de concerto, ela inicialmente tinha se matriculado em música, com a intenção de se tornar pianista clássica.

Quando estava em Denver, porém, ela foi influenciada por Josef Korbel, um refugiado tcheco e pai da que seria a primeira mulher a ocupar o cargo de secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright.

Sob a orientação dele, Rice se interessou por relações internacionais e pelo estudo da União Soviética, e trocou de curso.

Reitora

Ela fez mestrado e doutorado e, aos 26 anos, tornou-se professora do Centro de Segurança Internacional e Controle de Armas da Universidade de Standford.

Depois de atuar como assessora para assuntos soviéticos no Conselho de Segurança Nacional quando George Bush pai foi presidente, Rice voltou para Stanford em 1991 e, em 1993, tornou-se mais jovem, a primeira mulher e a primeira não branca a ocupar o cargo de reitora da Universidade.

Quando o governo de George W. Bush começou, a influência dela sobre a estratégia inicial de política externa era considerável.

Ela liderou as negociações delicadas com a Rússia sobre defesa de mísseis e se acredita que tenha encabeçado o tom unilateralista dos primeiros meses da presidência de Bush.

'Ataques preventivos'

Mas foi no período posterior aos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington que ela realmente provou sua força, permanecendo firmemente ao lado do presidente americano durante os dias difíceis que se seguiram e nas guerras do Afeganistão e do Iraque.

Acredita-se que ela seja um dos criadores mais importantes da doutrina controversa de Bush de ataques preventivos contra países que, acreditam, sejam uma ameaça aos Estados Unidos.

"Os Estados Unidos sempre se reservaram o direito de tentar diminuir ou tentar eliminar uma ameaça antes de serem atacados", disse ela, de forma firme, em uma entrevista pouco antes da guerra do Iraque.

Essa visão controversa, porém, não fez nada para diminuir a popularidade dela dentro e fora da Casa Branca.

Na verdade, sua determinação de aço nesses tempos de conflito pode lhe servir bem quando ela se prepara para assumir o posto de secretária de Estado.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Condoleezza Rice
  • Leia o que já foi publicado sobre George W. Bush
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