Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/01/2005 - 11h55

Ação humana aumenta água doce no Ártico, dizem cientistas

ALEX KIRBY
da BBC Brasil

A quantidade de água doce entrando no Oceano Ártico, dos rios que o alimentam, está aumentando, disseram cientistas britânicos.

Em artigo no jornal "Geophysical Research Letters", eles afirmam que o aumento é causado em parte por ação humana e é um sinal preliminar de mudanças climáticas.

O aumento do nível de água doce que está entrando no Oceano Ártico pode mudar a distribuição global de água, diz a equipe.

Isso também pode afetar o equilíbrio do próprio sistema climático e até, possivelmente, alterar o comportamento da Corrente do Golfo.

A equipe é do Centro Hadley para Pesquisa e Previsão Climática, parte do serviço de Meteorologia do Reino Unido.

Reação em cadeia

O ciclo hidrológico é a troca de água entre a terra, os oceanos e a atmosfera. O ritmo da troca deverá aumentar à medida em que a Terra se aquece.

Parte do processo provavelmente implicará em uma maior precipitação (chuva, granizo, neve) em latitudes mais altas e assim mais água estará correndo pelo leito dos rios.

Se houver uma mudança na distribuição de água global, pode haver conseqüências econômicas e sociais. Um ciclo hidrológico alterado pode, de maneira plausível, ter um profundo efeito de esfriar também o noroeste da Europa.

A União Geofísica Americana, responsável pelo jornal, diz: "Isto também pode alterar o equilíbrio do próprio clima. Água fria flui em direção sul, no Atlântico, a grandes profundidades, para os trópicos, onde ela se aquece retorna para o norte perto da superfície, o que é chamado de thermohalina. "Este fluxo ajuda a manter um clima temperado no norte da Europa."

Os pesquisadores da Hadley compararam informações divulgadas em 2002 a partir de observações do fluxo de rios siberianos com modelos simulados, para ver se eles podiam identificar uma influência humana no aumento do volume de água doce.

Eles afirmam que um nível mais alto de emissões dos gases do efeito estufa causado por atividades humanas devem intensificar o ciclo hidrológico no Ártico, com maior precipitação lá equilibrada pela redução nos trópicos.

Eles testaram o modelo com quatro simulações que levaram em conta tanto a ação humana como fatores naturais, inclusive variabilidade solar e erupções vulcânicas.

Os resultados mostraram um aumento constante de vazão do rio, especialmente desde a década de 60, com ritmo anual de crescimento desde 1965 da ordem de 8,73 quilômetros cúbicos --muito mais do que a tendência no longo prazo.

As simulações excluíam o impacto humano em uma ocasião e impacto de fatores naturais em outra, e incluíam todos os fatores em uma terceira etapa.

A equipe científica concluiu que se não tivesse havido ação humana, o ciclo hidrológico não teria mostrado nenhuma nova tendência no século 20.

"É possível que o aumento no volume de água doce que entra no Oceano Ártico pode contribuir para uma alteração na circulação thermohalina, porque ela está diminuindo a concentração de sal na água do mar e reduzindo sua densidade", disse Peili Wu, da equipe de pesquisadores.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Oceano Ártico
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página