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25/01/2005
-
14h00
O Oak Room do Hotel Plaza, com seus 97 anos, pé direito de oito metros e paredes cobertas com carvalho inglês, era um restaurante tão venerado que dava a sensação de um lugar sagrado.
Mas pelas vezes que jantei lá, acho que os pobres comem melhor, e de graça, nas igrejas.
Nos últimos anos, o Oak Room piorou, esvaziou e vai fechar, não pelo tempero, mas como parte da reconstrução do Plaza que será quase todo transformado em condomínio.
O futuro do restaurante é incerto.
Clique aqui para ouvir esta coluna
Era exclusivo para homens e, em 1969, foi o alvo de um grupo de feministas lideradas por Betty Friedan. Elas entraram e ocuparam uma das mesas.
Os garçons retiraram a mesa, e as mulheres ficaram sentadas em círculo, numa situação ridícula. Foram para a porta do hotel e fizeram um piquete tão bem sucedido que, quatro meses depois, os homens perderam a exclusividade do restaurante.
Ano passado, sete hotéis tradicionais de Nova York foram vendidos, e seis deles estão sendo transformados em apartamentos. Além do Plaza, o Delmonico, o Stanfhope, o Mayfower, o Empire e o Helmsley Windsor passaram ou estão passando pela conversão.
Esta semana o hotel Gramercy, que faria 80 anos, está vendendo todas as suas peças do primeiro ao último andar. Você pode comprar um jogo de sofás por US$ 3 mil ou uma maçaneta por US$ 10.
O novo dono, um conhecido hoteleiro, ainda não decidiu o que vai fazer com o Gramercy.
John Kennedy morou lá quando era jovem, Bob Dylan quando queria sossego, e Humprey Bogart se casou no jardim da cobertura.
Os hotéis de Nova York estão com 83% de ocupação e mais lucratrivos do que nunca, mas não conseguem competir com o espaço residencial.
Um quarto de 50 metros quadrados num hotel dá um lucro de US$ 20 mil por ano.
Estes mesmos 50 metros, convertidos em apartamentos, valem US$ 700 mil. Não há tradição que resista.
Metro irresistível
da BBC BrasilO Oak Room do Hotel Plaza, com seus 97 anos, pé direito de oito metros e paredes cobertas com carvalho inglês, era um restaurante tão venerado que dava a sensação de um lugar sagrado.
Mas pelas vezes que jantei lá, acho que os pobres comem melhor, e de graça, nas igrejas.
Nos últimos anos, o Oak Room piorou, esvaziou e vai fechar, não pelo tempero, mas como parte da reconstrução do Plaza que será quase todo transformado em condomínio.
O futuro do restaurante é incerto.
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Era exclusivo para homens e, em 1969, foi o alvo de um grupo de feministas lideradas por Betty Friedan. Elas entraram e ocuparam uma das mesas.
Os garçons retiraram a mesa, e as mulheres ficaram sentadas em círculo, numa situação ridícula. Foram para a porta do hotel e fizeram um piquete tão bem sucedido que, quatro meses depois, os homens perderam a exclusividade do restaurante.
Ano passado, sete hotéis tradicionais de Nova York foram vendidos, e seis deles estão sendo transformados em apartamentos. Além do Plaza, o Delmonico, o Stanfhope, o Mayfower, o Empire e o Helmsley Windsor passaram ou estão passando pela conversão.
Esta semana o hotel Gramercy, que faria 80 anos, está vendendo todas as suas peças do primeiro ao último andar. Você pode comprar um jogo de sofás por US$ 3 mil ou uma maçaneta por US$ 10.
O novo dono, um conhecido hoteleiro, ainda não decidiu o que vai fazer com o Gramercy.
John Kennedy morou lá quando era jovem, Bob Dylan quando queria sossego, e Humprey Bogart se casou no jardim da cobertura.
Os hotéis de Nova York estão com 83% de ocupação e mais lucratrivos do que nunca, mas não conseguem competir com o espaço residencial.
Um quarto de 50 metros quadrados num hotel dá um lucro de US$ 20 mil por ano.
Estes mesmos 50 metros, convertidos em apartamentos, valem US$ 700 mil. Não há tradição que resista.
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