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31/01/2005 - 07h21

Nem só Momo se elege

da BBC Brasil

O carnaval espreita e sou todo perguntas. Ainda há bailes carnavalescos? Baile dos Artistas? Bailes dos Hotéis Glória, Copacabana e Quitandinha? Ainda há Rainha do Rádio?

Tenho a certeza que não. Acho que mesmo na minha época já não havia mais.

Isso acabou quando o carnaval era uns dias onde se pulava, se jogava confete na boca dos outros e lança-perfume nas pernas roliças (obesas?) das moças.

Desfile de fantasia e de escola de samba era programa de quem não gostava de pular ou brincar no carnaval --que era baile e bonde. Pelo menos para este ex-folião de desgraça que, ao contrário de Jamelão, vive atravessando.

Clique aqui para ouvir esta crônica na voz de Ivan Lessa

Atravessando tudo. Samba e vida.

Mas eu falei em Rainha do Rádio. Esqueci da Rainha das Atrizes. E do Rei Momo, então obrigatoriamente gordo (obeso?) e eleito direitinho feito os representantes do povo hoje em dia: ninguém sabia direito como e por quem.

Aqui não tem muita graça. A gente sabe quem está no trono, sabe quem deverá ir para o trono.

Para esquentar as coisas, como quem esquenta um tamborim, digamos, um deputado conservador, Jonathan Sayeed, de 56 aninhos, pretende propor, em pleno parlamento, sem orquestra e cerveja, que no futuro os monarcas britânicos sejam eleitos pela Câmara dos Comuns.

Sayeed não é tão pirata da perna de pau assim. Alega que não quer, em hipótese alguma, destronar a atual Rainha, dona Elizabeth de Tal, 78 primaveras.

Ela que cumpra seu mandato até o fim. Depois então é que os mui dignos representantes do povo elegeriam aqueles destinados a ocupar o palácio de Buckingham --esse Municipal, Recreio, Carlos Gomes e João Caetano dos palácios britânicos.

Até agora, não vi, a respeito, uma única palavra escrita, falada ou televisionada. Mas sei lá porque, não me sai da cabeça um lenço empapado em lança-perfume metálico e dourado da Rhodia.
 

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