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25/02/2005
-
11h46
da BBC Brasil, em Buenos Aires
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, criticou a intenção do PSDB de processar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas declarações de que ele teria abafado denúncias de corrupção no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Na manhã desta sexta-feira, na Embaixada do Brasil em Buenos Aires (Argentina), Dirceu disse que a intenção do PSDB de acusar o presidente de "crime de responsabilidade" e até criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o caso é "um direito que o PSDB tem".
"Agora, é preciso ver se há base legal e constitucional para isso. E se o feitiço não vai virar contra o feiticeiro", afirmou o ministro.
Questionado sobre o que queria dizer com tal declaração, Dirceu respondeu: "Investigações são feitas pelo Congresso Nacional. Nós sabemos como começam e não como terminam... O Congresso tem o direito de constituir Comissão Parlamentar de Inquérito, e os parlamentares têm o direito de pedir o impeachment do presidente. Não vejo que o país precise disso agora. Mas, se o PSDB considera que deve fazê-lo, é um direito".
Para José Dirceu, o Ministério Público pode fazer a investigação, mas tudo dependerá da vontade da oposição.
"Há mais uma vontade política da oposição de criar instabilidade do que de esclarecer o que o presidente falou na verdade", disse o ministro. "A oposição fala, faz denúncias e não faz investigações."
José Dirceu preferiu não comentar se o presidente vai se retratar sobre a denúncia que fez no discurso, na quinta-feira, no Espírito Santo.
Ele também disse que a derrota do governo na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, há duas semanas, que colocou Severino Cavalcanti no posto antes ocupado pelo PT, não dificultará a votação dos projetos do governo na casa e muito menos facilitará a criação de uma suposta CPI.
"As reformas estão encaminhadas, e não vejo problemas com a pauta de votações que o Brasil conhece. Investigações são feitas porque a maioria pede e não por vontade de um ou outro partido. Além disso, são normais numa democracia."
"Prioridade era crescimento"
José Dirceu confirmou que o governo decidiu, assim que tomou posse, não transformar os erros da gestão anterior em prioridade.
"Encontramos o país numa situação de crise e resolvemos dar prioridade ao crescimento econômico."
A visita do chefe da Casa Civil à capital argentina durou 12 horas. Ele desembarcou em Buenos Aires na quinta-feira para se reunir com o presidente Néstor Kirchner, o chefe da Casa Civil, Alberto Fernández, e o ministro das Relações Exteriores, Rafael Bielsa.
Também era sua intenção reunir-se com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, mas um atraso na agenda do presidente impediu que ocorresse o segundo encontro.
Dirceu não quis revelar o motivo de sua visita, limitando-se a dizer que falaram sobre o Mercosul e a chegada de Tabaré Vázquez à Presidência do Uruguai como "fato importante" para o bloco e a região.
Ele confirmou que os presidentes Lula, Kirchner e Hugo Chávez, da Venezuela, vão se reunir na quarta-feira, em Montevidéu (Uruguai), um dia depois da posse de Vázquez. Segundo ele, os presidentes discutirão integração regional.
Dirceu critica reação do PSDB a declarações de Lula
MARCIA CARMOda BBC Brasil, em Buenos Aires
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, criticou a intenção do PSDB de processar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelas declarações de que ele teria abafado denúncias de corrupção no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Na manhã desta sexta-feira, na Embaixada do Brasil em Buenos Aires (Argentina), Dirceu disse que a intenção do PSDB de acusar o presidente de "crime de responsabilidade" e até criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o caso é "um direito que o PSDB tem".
"Agora, é preciso ver se há base legal e constitucional para isso. E se o feitiço não vai virar contra o feiticeiro", afirmou o ministro.
Questionado sobre o que queria dizer com tal declaração, Dirceu respondeu: "Investigações são feitas pelo Congresso Nacional. Nós sabemos como começam e não como terminam... O Congresso tem o direito de constituir Comissão Parlamentar de Inquérito, e os parlamentares têm o direito de pedir o impeachment do presidente. Não vejo que o país precise disso agora. Mas, se o PSDB considera que deve fazê-lo, é um direito".
Para José Dirceu, o Ministério Público pode fazer a investigação, mas tudo dependerá da vontade da oposição.
"Há mais uma vontade política da oposição de criar instabilidade do que de esclarecer o que o presidente falou na verdade", disse o ministro. "A oposição fala, faz denúncias e não faz investigações."
José Dirceu preferiu não comentar se o presidente vai se retratar sobre a denúncia que fez no discurso, na quinta-feira, no Espírito Santo.
Ele também disse que a derrota do governo na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, há duas semanas, que colocou Severino Cavalcanti no posto antes ocupado pelo PT, não dificultará a votação dos projetos do governo na casa e muito menos facilitará a criação de uma suposta CPI.
"As reformas estão encaminhadas, e não vejo problemas com a pauta de votações que o Brasil conhece. Investigações são feitas porque a maioria pede e não por vontade de um ou outro partido. Além disso, são normais numa democracia."
"Prioridade era crescimento"
José Dirceu confirmou que o governo decidiu, assim que tomou posse, não transformar os erros da gestão anterior em prioridade.
"Encontramos o país numa situação de crise e resolvemos dar prioridade ao crescimento econômico."
A visita do chefe da Casa Civil à capital argentina durou 12 horas. Ele desembarcou em Buenos Aires na quinta-feira para se reunir com o presidente Néstor Kirchner, o chefe da Casa Civil, Alberto Fernández, e o ministro das Relações Exteriores, Rafael Bielsa.
Também era sua intenção reunir-se com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, mas um atraso na agenda do presidente impediu que ocorresse o segundo encontro.
Dirceu não quis revelar o motivo de sua visita, limitando-se a dizer que falaram sobre o Mercosul e a chegada de Tabaré Vázquez à Presidência do Uruguai como "fato importante" para o bloco e a região.
Ele confirmou que os presidentes Lula, Kirchner e Hugo Chávez, da Venezuela, vão se reunir na quarta-feira, em Montevidéu (Uruguai), um dia depois da posse de Vázquez. Segundo ele, os presidentes discutirão integração regional.
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