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02/03/2005 - 10h13

Kirchner se junta a Lula e Chávez em "aliança estratégica"

DIEGO TOLEDO
da BBC Brasil, em Montevidéu

Duas semanas após o anúncio de uma "aliança estratégica" entre Brasil e Venezuela, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez voltam a se reunir nesta quarta-feira, e agora têm um novo convidado: o argentino Néstor Kirchner.

De acordo com o assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, os três presidentes vão discutir no encontro em Montevidéu planos de cooperação na área de infra-estrutura e petróleo.

Kirchner, Chávez e Lula chegaram à capital uruguaia na terça-feira para acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente do país, o socialista Tabaré Vázquez, primeiro líder de esquerda na história do Uruguai a ocupar o cargo.

Depois da reunião com os presidentes de Argentina e Venezuela, Lula parte para a cidade uruguaia de Paysandú, onde vai inaugurar, ao lado de Vázquez, uma fábrica de malte da Ambev.

Integração

Os detalhes sobre os assuntos que serão abordados na reunião entre Lula, Chávez e Kirchner não foram revelados, mas Marco Aurélio Garcia disse que o encontro vai "continuar a agenda" iniciada pelos presidentes de Brasil e Venezuela no último dia 14.

Na ocasião, durante visita a Caracas, Lula assinou uma série de acordos de parceria com o governo venezuelano e chegou a dizer que os dois países "nunca estiveram tão próximos como agora".

Os acordos incluíram projetos de cooperação entre a Petrobras e a PDVSA (a estatal petrolífera venezuelana) na exploração conjunta de áreas, na atuação em outros países e em atividades de refino e petroquímica.

Além disso, Lula e Chávez conversaram sobre a ampliação do comércio de bens e serviços, a integração da infra-estrutura dos dois países e sobre planos de cooperação na área de defesa.

Agora, os líderes de Brasil e Venezuela retomam o diálogo com a participação de Kirchner, em meio às indicações de uma guinada à esquerda na América Latina após o início do governo de Tabaré Vázquez no Uruguai.

Boa equipe

Na terça-feira, Vázquez assumiu o cargo de novo presidente uruguaio em uma série de cerimônias de grande apelo popular --uma multidão tomou as ruas de Montevidéu para comemorar a posse do líder socialista.

De acordo com autoridades uruguaias, a estimativa é de que mais de 500 mil pessoas saíram às ruas da capital para assistir aos eventos que marcaram a confirmação da transição política no país.

Vázquez iniciou o seu mandato com a retomada das relações bilaterais com Cuba, que estavam suspensas desde 2002, e com o lançamento do Plano de Emergência Social --um projeto para reduzir a "pobreza extrema" no Uruguai em dois anos a um custo de US$ 100 milhões.

Em seu primeiro discurso oficial, o novo presidente uruguaio disse que o seu governo está comprometido com o Mercosul e a integração regional. "O governo quer mais e melhor Mercosul", disse Vázquez.

Ao comentar a mudança de governo no Uruguai, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que "uma boa equipe" de líderes está em formação na América Latina. "Bem-vindo, Tabaré, a essa equipe", afirmou.

"Antes de ideológica, é uma equipe de corrente progressista, transformadora, que tem de estar em sintonia com as necessidades do povo", acrescentou Chávez.

Assim como outros líderes latino-americanos, o presidente venezuelano afirmou ainda que a posse de Tabaré Vázquez marca o início de "uma nova era" na região.

O presidente argentino, Néstor Kirchner, classificou a posse de Vázquez como uma "mudança histórica" e resultado da "plena vigência da soberania popular".

"Uma etapa nova se inicia, em que se busca mais justiça social", disse o presidente do Chile, Ricardo Lagos. "Não tenho dúvidas de que o Uruguai será mais democrático."

Especial
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