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04/03/2005 - 10h39

Análise: com 1,5 mil americanos mortos, incerteza ainda é grande no Iraque

ADAM BROOKES
da BBC Brasil, em Washington

O número de militares americanos que morreram na missão no Iraque passou de 1,5 mil, de acordo com informações divulgadas pelo Pentágono.

Entre os 1.502 mortos estão americanos mortos em acidentes e também em combate desde o início da ofensiva liderada pelos Estados Unidos no país.

Pouco mais de 75% das mortes foram classificadas como sendo de militares em ação.

Cerca de 11 mil soldados também ficaram feridos no Iraque e, desse total, cerca de metade voltou à ativa depois de recuperados.

"Melhores dados"

É difícil visualizar se há uma tendência de mais ou menos mortes de soldados americanos no Iraque.

Os militares passaram recentemente por momentos difíceis no país. Em janeiro, foram 107 mortos e em novembro, foram 137.

Mas desde as eleições em janeiro o número de mortos parece estar caindo --em fevereiro, foram apenas 58.

O Pentágono alega que a queda se deve a uma diminuição na atividade dos insugentes depois de o país ter passado pela experiência de um pleito democrático.

Além disso, as medidas contra os rebeldes também estariam tendo resultado.

"Nossos dados de inteligência estão melhorando, sem dúvida", disse o porta-voz do Pentágono, Larry di Rita. "Não há dúvida que nós prendemos ou matamos um número enorme de insurgentes, de forma que pode ser que estejamos enfrentando pessoas com menos habilidade no que estão fazendo."

Mudança de foco

Mas os comentário de Di Rita são especulações.

Fontes ligadas à comunidade de inteligência americana dizem que ainda há poucos dados disponíveis sobre a força, a motivação e as intenções dos rebeldes.

E os ataques estão mais violentos e eficientes do que nunca.

Uma bomba em Hilla na segunda-feira matou mais de 120 pessoas e feriu dezenas outras.

Nos últimos meses, o foco dos ataques dos insurgentes, segundo o Pentágono, passou claramente a ser as forças de segurança iraquianas.

Esses são alvos mais fáceis, e a morte de policiais iraquianos e empregados do governo serve para prejudicar o estabelecimento de um novo governo iraquiano.

Impacto político

Avaliando friamente as operações militares no Iraque, o número de baixas dos americanos é sustentável, já que não representa uma ameaça séria à viabilidade das operações no país.

Mas isso não significa que tais baixas são igualmente sustentáveis na esfera política doméstica nos Estados Unidos.

Pesquisas mostram que a aprovação da guerra pelos americanos caiu muito no último ano.

Há um ano, de acordo com o instituto Gallup, 23% dos americanos acreditavam que a guerra no Iraque foi um erro. Agora, esse percentual é de 47%.

O instituto também descobriu que quase metade dos americanos (48%) acredita que nenhum dos dois lados está ganhando no Iraque.

Apesar disso, de acordo com o que falaram recentemente no Congresso em Washington, generais e políticos estão mais preocupados com os custos da guerra ou com o impacto que ela está tendo sobre as forças armadas e seus equipamentos.

O aumento da lista de mortos em ação não parece estar se tornando um fator decisivo para definir a trajetória da guerra.
 

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