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09/03/2005 - 19h36

Itamar quer centralizar em Roma buscas por brasileiro no Iraque

ASSIMINA VLAHOU
da BBC Brasil, em Roma

O embaixador do Brasil em Roma, Itamar Franco, pediu ao Itamaraty que as atividades de busca do engenheiro João José Vasconcelos Júnior, seqüestrado no Iraque em janeiro, sejam centralizadas na capital italiana.

"O pedido formal e exclusivo foi encaminhado para o Itamaraty nesta quarta-feira, com caráter de urgência", disse ele. "Relato meu encontro com os agentes de informação da Itália e proponho ao governo brasileiro algumas alterações estruturais para este caso, mas visando situações futuras."

Ele não quis fornecer detalhes do plano que propôs ao governo brasileiro, mas adiantou que sua proposta prevê uma maior colaboração dos italianos.

"Independente do que estou propondo, os italianos continuarão a nos ajudar", afirmou o embaixador, que mantém contatos contínuos com funcionários dos serviços de inteligência da Itália.

Serviço secreto

Foi principalmente graças à atividade de seus serviços de informação que os italianos conseguiram liberar a maior parte das pessoas que foram seqüestradas no Iraque desde o começo do conflito.

A última foi a jornalista Giuliana Sgrena, que teve a vida salva pelo agente do serviço de inteligência militar Nicola Calipari.

O agente acabou sendo morto pelos soldados americanos durante um controle na sexta-feira passada, enquanto se dirigia com a jornalista liberada ao aeroporto de Bagdá.

O embaixador acredita que a experiência italiana poderá ser muito útil para "abrir caminhos" para o Brasil no Iraque. Embora considerando "válidas" as buscas por meio de embaixadas de países do Oriente Médio como a Jordânia e a Arábia Saudita, Itamar Franco acredita que é por meio da Itália que está a maior possibilidade de o Brasil conseguir ajuda.

"O Brasil não tem"

Ele baseia essa convicção no fato de a Itália manter forças militares, serviços de inteligência e serviço diplomático no Iraque.

"Três coisas que o Brasil não tem, nem serviço diplomático, nem forças militares --porque somos contra a guerra--, nem serviço de inteligência, então dependemos de outros", afirmou.

O ex-presidente disse ainda que, para preparar sua proposta, seguiu o exemplo da França. "A um certo ponto, a França se recolheu e pediu ajuda, pediu a outro país que tomasse conta de seus negócios no Iraque."

Segundo Itamar Franco, é graças às boas relações entre Itália e Brasil que os italianos estão colaborando com as autoridades brasileiras na busca do engenheiro seqüestrado.

Ele recordou os laços afetivos que unem os dois países por causa da grande presença de "oriundi" (descendentes de italianos) no Brasil.

"Independente de minha proposta, que é mais ampla, eles vão continuar colaborando. Ontem e hoje estiveram aqui dois funcionários do serviço de inteligência", declarou Itamar Franco.

Segundo o projeto do embaixador, quem atuaria seria o próprio governo brasileiro, com a ajuda dos italianos. "Nada de forças militares brasileiras, nada a ver com tropas. Apenas se usaria a diplomacia e os serviços de inteligência brasileiros."

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