Publicidade
Publicidade
10/03/2005
-
21h49
da BBC Brasil, em Washington
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pediu ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos que não acabe com os benefícios dados a uma lista de cerca de mil produtos brasileiros incluídos no Sistema Geral de Preferência (SGP), que prevê a importação com tarifa zero.
"Protestamos contra qualquer tipo de represália", disse Skaf à imprensa depois do encontro.
O governo americano vai decidir no dia 30 deste mês se mantém ou cancela o benefício, como pede a indústria americana, alegando que o país não respeita as leis de propriedade intelectual, por causa do grande volume de produtos piratas no Brasil.
"Explicamos que o Brasil já tem leis de combate à pirataria, que nós respeitamos propriedade intelectual e que o fim do SGP só levaria a um afastamento e a um desconforto nas nossas relações", contou Skaf.
Ele disse que o representante interino de Comércio, Peter Allgeier, o ouviu atentamente, mas não respondeu se o governo americano vai ou não manter o benefício.
Pirataria
Allgeier referiu-se a uma reunião com o embaixador brasileiro Clodoaldo Hugueney sobre o mesmo assunto na segunda-feira e disse que estava aguardando mais informações sobre as iniciativas do governo para combater a pirataria.
Mais de mil produtos brasileiros são beneficiados pela SGP e representam cerca de US$ 2 bilhões por ano, de acordo com Skaf. Entre eles estão produtos de empresas americanas instaladas no Brasil, como General Motors, que exporta autopeças feitas no Brasil para o mercado americano.
Skaf e Allgeier também conversaram sobre as negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e para a conclusão da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Queremos uma negociação equilibrada, onde ninguém saia ganhando nem perdendo", disse Skaf.
O porta-voz do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, Richard Mills, fez uma avaliação semelhante do encontro e disse que o governo americano esperava "um resultado equilibrado da Rodada de Doha no que diz respeito a agricultura, produtos e serviços".
Mills disse que o Departamento de Comércio considerou o encontro "informativo, muito construtivo e mostrou a importância da Fiesp e do resto do setor produtivo brasileiro para as negociações da OMC e da Alca".
A Fiesp também assinou com a Associação Nacional das Indústrias Americanas (NAM), dos Estados Unidos, um memorando de entendimento para facilitar a expansão do comércio e de investimentos entre os dois países.
As duas entidades vão trabalhar para que as negociações da Alca avancem de "uma maneira equilibrada" para os dois países, de acordo com o presidente da Fiesp, além de estimular a redução significativa das tarifas industriais e das barreiras não-tarifárias nas negociações da Rodada de Doha.
Com esses contatos, a Fiesp tenta aumentar a participação do setor industrial nas negociações comerciais brasileiras. "A indústria brasileira nunca teve reuniões deste tipo nos Estados Unidos", disse Skaf.
As duas entidades industriais devem se unir também contra ameaças comuns, como a China. "A China tem hoje uma moeda superdesvalorizada artificialmente e isso cria uma concorrência desleal", afirmou Skaf. "É uma ameaça para os produtos brasileiros e americanos."
No ano passado, o comércio entre Brasil e Estados Unidos somou US$ 33 bilhões.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a pirataria
Leia o que já foi publicado sobre Paulo Skaf
Fiesp quer que EUA mantenham benefícios a produtos brasileiros
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Washington
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, pediu ao Departamento de Comércio dos Estados Unidos que não acabe com os benefícios dados a uma lista de cerca de mil produtos brasileiros incluídos no Sistema Geral de Preferência (SGP), que prevê a importação com tarifa zero.
"Protestamos contra qualquer tipo de represália", disse Skaf à imprensa depois do encontro.
O governo americano vai decidir no dia 30 deste mês se mantém ou cancela o benefício, como pede a indústria americana, alegando que o país não respeita as leis de propriedade intelectual, por causa do grande volume de produtos piratas no Brasil.
"Explicamos que o Brasil já tem leis de combate à pirataria, que nós respeitamos propriedade intelectual e que o fim do SGP só levaria a um afastamento e a um desconforto nas nossas relações", contou Skaf.
Ele disse que o representante interino de Comércio, Peter Allgeier, o ouviu atentamente, mas não respondeu se o governo americano vai ou não manter o benefício.
Pirataria
Allgeier referiu-se a uma reunião com o embaixador brasileiro Clodoaldo Hugueney sobre o mesmo assunto na segunda-feira e disse que estava aguardando mais informações sobre as iniciativas do governo para combater a pirataria.
Mais de mil produtos brasileiros são beneficiados pela SGP e representam cerca de US$ 2 bilhões por ano, de acordo com Skaf. Entre eles estão produtos de empresas americanas instaladas no Brasil, como General Motors, que exporta autopeças feitas no Brasil para o mercado americano.
Skaf e Allgeier também conversaram sobre as negociações para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e para a conclusão da Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Queremos uma negociação equilibrada, onde ninguém saia ganhando nem perdendo", disse Skaf.
O porta-voz do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, Richard Mills, fez uma avaliação semelhante do encontro e disse que o governo americano esperava "um resultado equilibrado da Rodada de Doha no que diz respeito a agricultura, produtos e serviços".
Mills disse que o Departamento de Comércio considerou o encontro "informativo, muito construtivo e mostrou a importância da Fiesp e do resto do setor produtivo brasileiro para as negociações da OMC e da Alca".
A Fiesp também assinou com a Associação Nacional das Indústrias Americanas (NAM), dos Estados Unidos, um memorando de entendimento para facilitar a expansão do comércio e de investimentos entre os dois países.
As duas entidades vão trabalhar para que as negociações da Alca avancem de "uma maneira equilibrada" para os dois países, de acordo com o presidente da Fiesp, além de estimular a redução significativa das tarifas industriais e das barreiras não-tarifárias nas negociações da Rodada de Doha.
Com esses contatos, a Fiesp tenta aumentar a participação do setor industrial nas negociações comerciais brasileiras. "A indústria brasileira nunca teve reuniões deste tipo nos Estados Unidos", disse Skaf.
As duas entidades industriais devem se unir também contra ameaças comuns, como a China. "A China tem hoje uma moeda superdesvalorizada artificialmente e isso cria uma concorrência desleal", afirmou Skaf. "É uma ameaça para os produtos brasileiros e americanos."
No ano passado, o comércio entre Brasil e Estados Unidos somou US$ 33 bilhões.
Especial
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice