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23/03/2005 - 07h00

Empresa ligada à ONU pagou US$ 300 mil ao filho de Annan, diz FT

da BBC Brasil

Kojo Annan, filho do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, recebeu pelo menos US$ 300 mil de uma empresa suíça após ela ter vencido um contrato do programa Petróleo por Comida das Nações Unidas no Iraque.

A informação foi revelada por uma investigação conjunta dos diários Financial Times e Il Sole 24 Ore, da Itália.

A notícia surge poucos dias antes da publicação de um relatório de uma comissão independente de inquérito sobre corrupção no Petróleo por Comida, programa que permitia aos iraquianos sob embargo exportar petróleo para comprar alimentos e remédios.

As denúncias de corrupção no programa já levaram alguns críticos de Kofi Annan nos Estados Unidos a exigir a sua renúncia.

Segundo o Financial Times, Kojo Annan trabalhou até o fim de 1997 na Nigéria para a Cotecna, empresa que inspeciona importações e exportações.

Após deixar o emprego, ele foi mantido na folha de pagamentos da Cotecna, primeiro como consultor, depois em um acordo para que não trabalhasse nos concorrentes.

A reportagem sugere que Kojo Annan teria ajudado a empresa a ter acesso ao secretário-geral da ONU e conseguir, no final de 1998, um contrato no valor de US$ 60 milhões.

"Altos executivos da Cotecna encontraram Kofi Annan em várias ocasiões, uma delas em seu escritório na ONU", afirma o jornal.

"Um porta-voz da ONU negou que os encontros tivessem qualquer relação com o contrato concedido à empresa no Petróleo por Comida", acrescenta o FT.

A investigação mostra ainda que os pagamentos ao filho de Annan "foram planejados de forma a esconder de onde o dinheiro saiu e para quem se destinava".

Impostos no Brasil

O presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Roger Agnelli, disse ao Financial Times que a alta carga tributária no Brasil pode prejudicar a entrada de bilhões de dólares em investimentos estrangeiros.

Segundo o jornal britânico, a Vale estuda parcerias internacionais que envolvem a entrada de US$ 8 bilhões do exterior no país e que aumentaria em US$ 4 bilhões o volume de exportações anuais brasileiro.

A empresa negocia com duas companhias chinesas, a Bao Steel e a Chalco, a construção de uma indústria de aço e outra de alumínio.

"A carga tributária (nesses projetos) representa 20% do custo do investimento", disse Agnelli. "O ambiente de negócios no Brasil é muito bom, mas você precisa se perguntar se é suficientemente bom para competir com outros lugares. É evidente que a Bao Steel está estudando outras áreas também."

Agnelli, acrescenta o Financial Times, disse porém estar otimista com a possibilidade de que o projeto com a Bao Stell será concretizado. Ele discutiu com ministros a possibilidade de retardar o pagamento de impostos até a fábrica entrar em atividade.

Contrabando

Em outra reportagem sobre o Brasil nesta quarta-feira, o FT relata a ofensiva para combater o contrabando de produtos do Paraguai rumo ao país.

"Estima-se que o volume de produtos contrabandeados do Paraguai para revendedores nas grandes cidades brasileiras foi reduzido", afirma o jornal.

A iniciativa inclui principalmente controles mais rígidos em Foz do Iguaçu, onde "a polícia confiscou 400 ônibus que eram utilizados para transportar contrabando".

O diário cita estimativas de que o setor privado e o governo perdem US$ 10 bilhões anuais em razão do contrabando.

"Mas, assim como nos esforços para erradicar a pobreza, o governo de esquerda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está descobrindo que o contrabando é um mero sintoma de problemas mais amplos de um país em desenvolvimento."

Um desses problemas é a falta de recursos para contratar e equipar mais agentes para o policiamento da fronteira.

"As autoridades planejam contratar milhares de agentes até o próximo ano, mas percebem as limitações para os controle de fronteira", diz o FT.

Diante dos obstáculos, o governo brasileiro tenta se concentrar no "desmantelamento das máfias que estão por trás do contrabando --principalmente chineses e coreanos".

Seqüestros

O jornal britânico The Guardian desta quarta-feira traz uma reportagem sobre o seqüestro de mães de jogadores de futebol no Brasil.

O jornal relata o caso da mãe do lateral Rogério, do Sporting Lisboa, o mais recente de uma série de seqüestros que começou com a captura da mãe do atacante Robinho, do Santos.

"Seqüestros para receber resgate são comuns no Brasil, e as famílias dos empresários ricos são as vítimas mais freqüentes do que a polícia classifica como uma indústria. Os futebolistas são o alvo mais recente", diz o jornal britânico.

"Sociólogos afirmam que essa tendência era previsível, dada a visibilidade do faturamento dos jogadores e ao fato de que muitos deles nasceram em bairros mais pobres onde o o crime está concentrado e onde todos conhecem seus familiares."
 

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