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31/03/2005
-
13h48
da BBC Brasil, em Tel Aviv
Um grupo de rabinos e de líderes da extrema-direita publicou nesta quinta-feira um manifesto convocando soldados e oficiais a desertarem do Exército para dificultar a execução da retirada israelense da Faixa de Gaza, planejada para o proximo mês de julho.
O grupo, liderado pelo rabino Avraham Shapira, ex-Grão-Rabino de Israel e principal líder espiritual da corrente nacional-religiosa, chama os militares a não voltarem às suas bases depois do feriado judaico do Pessach, no fim de abril.
Segundo o manifesto, no período próximo à retirada, qualquer tipo de serviço militar significará colaboração com a retirada, considerada pelos autores "destruição e expulsão de judeus de suas terras".
O manifesto também afirma que "a partir de Pessach, todos nós estaremos mobilizados para defender Gush Katif" (principal bloco de assentamentos israelenses na Faixa de Gaza).
Desobediência civil
Deputados da esquerda acusaram os autores do manifesto de incitarem a desobediência civil e exigiram que o Procurador-Geral da Justiça, Meni Mazuz, inicie imediatamente um inquérito contra eles.
O manifesto é considerado mais uma escalada na luta dos colonos contra a retirada israelense da Faixa de Gaza pois desta vez se trata de uma convocacão a deserção total do Exército e não apenas a recusa de ordens específicas ligadas à retirada de assentamentos.
Nesta semana o Parlamento de Israel rejeitou uma proposta de levar a questão da retirada da Faixa de Gaza a um referendo e também aprovou o Orçamento anual do Estado.
Com essas duas decisões se esgotaram os recursos parlamentares que os oponentes à retirada tinham para derrubar o governo do primeiro-ministro Ariel Sharon e impedir que em julho as tropas israelenses retirem à força os colonos que se recusarem a sair da Faixa de Gaza e de mais quatro assentamentos no norte da Cisjordânia.
Depois da derrota no Parlamento, a liderança dos colonos decretou que "agora a luta passará para as ruas".
Pinhas Valerstein, presidente do Conselho dos Colonos, declarou: "Vamos paralisar o país inteiro, vamos lotar as prisões e os tribunais, bloquearemos as ruas, todos os sistemas do país vão desabar".
Avner Shimoni, líder do assentamento Hof Aza, afirmou: "Dezenas de milhares de pessoas vão impedir a retirada, as imagens de mulheres e crianças resistindo vão despertar o público em Israel e a retirada vai parar".
Prisão familiar
A polícia de Israel se prepara para prender famílias inteiras de colonos que se recusarem a deixar os assentamentos.
Ami Ovadia, comandante da prisão Ma'asiahu, informou que nas dependências da prisão está sendo preparado um setor especial para abrigar famílias inteiras, inclusive mulheres e crianças.
De acordo com Ovadia, o equipamento do novo setor deverá incluir fraldas descartáveis e leite em pó para os filhos dos colonos.
O chefe dos serviços secretos, Avi Dichter, também advertiu sobre o perigo de grupos de colonos extremistas tentarem cometer atentados contra líderes políticos israelenses ou contra palestinos, com o objetivo de parar a retirada.
Segundo Dichter, há grupos clandestinos que chegam a planejar atos extremos, como a explosão da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.
Rabinos pedem deserção contra retirada de Israel
GUILA FLINTda BBC Brasil, em Tel Aviv
Um grupo de rabinos e de líderes da extrema-direita publicou nesta quinta-feira um manifesto convocando soldados e oficiais a desertarem do Exército para dificultar a execução da retirada israelense da Faixa de Gaza, planejada para o proximo mês de julho.
O grupo, liderado pelo rabino Avraham Shapira, ex-Grão-Rabino de Israel e principal líder espiritual da corrente nacional-religiosa, chama os militares a não voltarem às suas bases depois do feriado judaico do Pessach, no fim de abril.
Segundo o manifesto, no período próximo à retirada, qualquer tipo de serviço militar significará colaboração com a retirada, considerada pelos autores "destruição e expulsão de judeus de suas terras".
O manifesto também afirma que "a partir de Pessach, todos nós estaremos mobilizados para defender Gush Katif" (principal bloco de assentamentos israelenses na Faixa de Gaza).
Desobediência civil
Deputados da esquerda acusaram os autores do manifesto de incitarem a desobediência civil e exigiram que o Procurador-Geral da Justiça, Meni Mazuz, inicie imediatamente um inquérito contra eles.
O manifesto é considerado mais uma escalada na luta dos colonos contra a retirada israelense da Faixa de Gaza pois desta vez se trata de uma convocacão a deserção total do Exército e não apenas a recusa de ordens específicas ligadas à retirada de assentamentos.
Nesta semana o Parlamento de Israel rejeitou uma proposta de levar a questão da retirada da Faixa de Gaza a um referendo e também aprovou o Orçamento anual do Estado.
Com essas duas decisões se esgotaram os recursos parlamentares que os oponentes à retirada tinham para derrubar o governo do primeiro-ministro Ariel Sharon e impedir que em julho as tropas israelenses retirem à força os colonos que se recusarem a sair da Faixa de Gaza e de mais quatro assentamentos no norte da Cisjordânia.
Depois da derrota no Parlamento, a liderança dos colonos decretou que "agora a luta passará para as ruas".
Pinhas Valerstein, presidente do Conselho dos Colonos, declarou: "Vamos paralisar o país inteiro, vamos lotar as prisões e os tribunais, bloquearemos as ruas, todos os sistemas do país vão desabar".
Avner Shimoni, líder do assentamento Hof Aza, afirmou: "Dezenas de milhares de pessoas vão impedir a retirada, as imagens de mulheres e crianças resistindo vão despertar o público em Israel e a retirada vai parar".
Prisão familiar
A polícia de Israel se prepara para prender famílias inteiras de colonos que se recusarem a deixar os assentamentos.
Ami Ovadia, comandante da prisão Ma'asiahu, informou que nas dependências da prisão está sendo preparado um setor especial para abrigar famílias inteiras, inclusive mulheres e crianças.
De acordo com Ovadia, o equipamento do novo setor deverá incluir fraldas descartáveis e leite em pó para os filhos dos colonos.
O chefe dos serviços secretos, Avi Dichter, também advertiu sobre o perigo de grupos de colonos extremistas tentarem cometer atentados contra líderes políticos israelenses ou contra palestinos, com o objetivo de parar a retirada.
Segundo Dichter, há grupos clandestinos que chegam a planejar atos extremos, como a explosão da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.
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