Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
01/04/2005 - 14h03

Morte de Schiavo inicia batalha política nos EUA

CAROLINA GLYCERIO
da BBC Brasil, em Pinellas Park, Flórida

A intervenção política no caso de Terri Schiavo foi mal vista pela maioria dos americanos e considerada insuficiente pelos ativistas do chamado movimento pró-vida o que, segundo especialistas, pode levar a uma batalha política em todos os níveis da sociedade americana.

O drama da americana que morreu na quinta-feira depois de 13 dias sem o tubo de alimentação que a mantinha viva envolveu o Congresso, o governdor da Flórida, Jeb Bush, e o próprio presidente George W. Bush, que chegou a ser acordado de madrugada para assinar uma lei dando jurisdição para os tribunais federais intervirem no caso.

"Eu acho que ele deveria cuidar da vida dele", disse David Giannino, um dos manifestantes a favor da remoção do tubo que estavam na frente do hospital onde Schiavo estava internada em Pinellas Park, no oeste da Flórida.

Embora minoria na frente do hospital, Giannino expressa a posição da maior parte dos americanos de acordo com as pesquisas de opinião pública.

Clique aqui para ver fotos do caso Terri Schiavo

Mas, bem organizado politicamente, o movimento pró-vida faz barulho, especialmente em casos polêmicos como o de Schiavo. "Eu acho que eles são uns covardes", disse Jeff Asmussen, referindo-se ao presidente e ao governador.

"George/Jeb Bush, você é um homem ou um rato?", dizia um outro cartaz.

Os dois alegam que fizeram o que puderam dentro dos limites legais para manter Schiavo viva, mas depois da sua morte já sugeriram que o seu caso deve levar a uma revisão da legislação sobre o assunto.

O jornal The Washington Post prevê uma polarização política ainda maior em torno do tema, com os republicanos usando o caso para fazer avançar sua agenda conservadora e os democratas movendo na direção contrária.

Segundo o jornal, a divisão reflete a estratégia política e eleitoral dos dois partidos, os republicanos apostando na mais mobilizada base conservadora e os democratas tentando conquistar os "americanos moderados".

Ao comentar a morte de Schiavo, o presidente americano já fez um apelo para que "todos aqueles que honravam Terri Schiavo a continuar lutando para construir uma cultura da vida".

Mas o episódio marcou, pelo menos por enquanto, a relação entre Bush e a o movimento pró-vida, com fortes raízes nas igrejas.

"Eu não vou perdoar. Eu vou fazer campanha contra eles", disse a missionária batista Donna Kuntz, que diz ter participado das campanhas eleitorais "dos dois Bush".

Tom Neverdad, um cristão renascido como o próprio presidente, vai mais longe, dizendo que Bush usa a religião apenas para benefícios políticos.

"Ele bombardeou um país que não tinha nada a ver com (os ataques de) 11 de setembro e ele não pôde fazer nada por Terri?", disse Neverdad.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página