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04/04/2005
-
07h06
O jornal britânico The Times afirma nesta segunda-feira que a "guinada para a América Latina" da Igreja Católica vai testar o legado do papa João Paulo 2º.
Em reportagem sobre a sucessão do pontífice, o jornal diz que os italianos não dominam mais o Colégio de Cardeais, onde o maior bloco regional agora, excetuando-se a Europa, é da América Latina.
A maioria dos atuais cardeais foi indicada pelo próprio João Paulo 2º.
Entre os favoritos para a sucessão, o diário londrino aponta o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, ao lado do nigeriano Francis Arinze como "os mais prováveis candidatos do Terceiro Mundo".
O francês Le Figaro também lista d. Cláudio como um dos 14 candidatos ao papado, citando como uma das suas vantagem o fato de ter "combatido o avanço de outras crenças e práticas religiosas no Brasil", mas afirma que os favoritos são os cardeais italianos.
O Irish Times, por sua vez, destaca que d. Cláudio tem sido descrito como "uma mistura perfeita de cautela doutrinária e engajamento social".
Já o Financial Times diz que "a história e a tradição podem favorecer um italiano, mas a força da Igreja Católica na América Latina significa que o próximo papa pode vir da região que abriga o maior número de católicos do mundo".
Mas o jornal afirma que todos os candidatos da região "se distanciaram da Teologia da Libertação e compartilham a postura conservadora a respeito da moralidade pessoal, sexualidade e doutrina da Igreja" que caracterizou o papado de João Paulo 2º.
Desafios
Seja quem for, o próximo papa terá que enfrentar vários desafios, o maior dos quais, para o britânico The Daily Telegraph, será vencer a apatia de milhões de católicos.
O jornal afirma que João Paulo 2º não teve grande sucesso na luta "contra a mais insidiosa, e mais perigosa, ameaça à fé no Ocidente --o relativismo moral, o materialismo, o agnosticismo e a apatia".
Outro jornal britânico, o The Independent, também especula sobre os rumos que a Igreja Católica vai tomar, dizendo que João Paulo 2º era "ao mesmo tempo profundamente moderno e feudal" e perguntando: "Qual vai prevalecer?".
O espanhol La Vanguardia atribui parte da culpa por este fenômeno ao próprio papa, afirmando que tanto seus seguidores como "aqueles que se sentiram alienados por uma instituição que não conseguem entender e que não os entende" vão desejar que o próximo sumo pontífice seja um conciliador.
O alemão Frankfurter Rundschau diz que o novo papa não vai ser capaz de escapar do legado de João Paulo 2º.
O jornal vê nisso um lado bom, pois "nenhum papa vai poder evitar o diálogo com outras religiões" promovido pelo pontífice polonês.
Por outro lado, o diário alemão afirma que João Paulo 2º "pregou o pessimismo e encorajou a arrogância moral'.
O israelense Haaretz afirma que João Paulo 2º deixa um "legado único" a respeito dos judeus, destacando as iniciativas de reconciliação com o judaísmo manifestadas em iniciativas como a visita que fez a Israel em março de 2000.
"O que se seguirá ao melhor papa que os judeus já tiveram?", pergunta outro jornal israelense, o Jerusalem Post.
Guinada para a América Latina testa legado do papa, diz The Times
da BBC BrasilO jornal britânico The Times afirma nesta segunda-feira que a "guinada para a América Latina" da Igreja Católica vai testar o legado do papa João Paulo 2º.
Em reportagem sobre a sucessão do pontífice, o jornal diz que os italianos não dominam mais o Colégio de Cardeais, onde o maior bloco regional agora, excetuando-se a Europa, é da América Latina.
A maioria dos atuais cardeais foi indicada pelo próprio João Paulo 2º.
Entre os favoritos para a sucessão, o diário londrino aponta o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, ao lado do nigeriano Francis Arinze como "os mais prováveis candidatos do Terceiro Mundo".
O francês Le Figaro também lista d. Cláudio como um dos 14 candidatos ao papado, citando como uma das suas vantagem o fato de ter "combatido o avanço de outras crenças e práticas religiosas no Brasil", mas afirma que os favoritos são os cardeais italianos.
O Irish Times, por sua vez, destaca que d. Cláudio tem sido descrito como "uma mistura perfeita de cautela doutrinária e engajamento social".
Já o Financial Times diz que "a história e a tradição podem favorecer um italiano, mas a força da Igreja Católica na América Latina significa que o próximo papa pode vir da região que abriga o maior número de católicos do mundo".
Mas o jornal afirma que todos os candidatos da região "se distanciaram da Teologia da Libertação e compartilham a postura conservadora a respeito da moralidade pessoal, sexualidade e doutrina da Igreja" que caracterizou o papado de João Paulo 2º.
Desafios
Seja quem for, o próximo papa terá que enfrentar vários desafios, o maior dos quais, para o britânico The Daily Telegraph, será vencer a apatia de milhões de católicos.
O jornal afirma que João Paulo 2º não teve grande sucesso na luta "contra a mais insidiosa, e mais perigosa, ameaça à fé no Ocidente --o relativismo moral, o materialismo, o agnosticismo e a apatia".
Outro jornal britânico, o The Independent, também especula sobre os rumos que a Igreja Católica vai tomar, dizendo que João Paulo 2º era "ao mesmo tempo profundamente moderno e feudal" e perguntando: "Qual vai prevalecer?".
O espanhol La Vanguardia atribui parte da culpa por este fenômeno ao próprio papa, afirmando que tanto seus seguidores como "aqueles que se sentiram alienados por uma instituição que não conseguem entender e que não os entende" vão desejar que o próximo sumo pontífice seja um conciliador.
O alemão Frankfurter Rundschau diz que o novo papa não vai ser capaz de escapar do legado de João Paulo 2º.
O jornal vê nisso um lado bom, pois "nenhum papa vai poder evitar o diálogo com outras religiões" promovido pelo pontífice polonês.
Por outro lado, o diário alemão afirma que João Paulo 2º "pregou o pessimismo e encorajou a arrogância moral'.
O israelense Haaretz afirma que João Paulo 2º deixa um "legado único" a respeito dos judeus, destacando as iniciativas de reconciliação com o judaísmo manifestadas em iniciativas como a visita que fez a Israel em março de 2000.
"O que se seguirá ao melhor papa que os judeus já tiveram?", pergunta outro jornal israelense, o Jerusalem Post.
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