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14/04/2005 - 16h39

Presidente do Bird critica países ricos e elogia Wolfowitz

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Washington

O presidente do Banco Mundial (Bird), James Wolfensohn, criticou a falta de compromisso dos países ricos com os Objetivos do Milênio da ONU e disse que o problema precisa ser enfrentado com urgência.

"A não ser que mudemos muito, não vamos atingir os objetivos", disse Wolfensohn numa entrevista coletiva em Washington.

Ele disse que não era uma questão de falta de recursos, mas de falta de comprometimento dos países ricos, que hoje destinam apenas 0,25% do seu orçamento para projetos de desenvolvimento nos países mais pobres.

Wolfensohn elogiou seu futuro sucessor, Paul Wolfowitz, linha-dura do governo americano cuja indicação foi muito criticada por organizações e especialistas em desenvolvimento.

"Acho que Wolfowitz vai fazer um bom trabalho. Acho que ele não tem uma agenda unilateral e é uma boa escolha", afirmou.

Gastos militares

Os oito Objetivos do Milênio foram estabelecidos em 2000 e prevêem, entre outras coisas, a redução pela metade da pobreza e da fome em todo o mundo e o acesso universal à educação, ambos até 2015.

"Passados cinco anos do acordo, quando todos os países desenvolvidos concordaram que só haveria paz no mundo se houvesse mais igualdade e desenvolvimento, ainda falta comprometimento", disse.

Wolfensohn disse que as metas para a pobreza podem ser atingidas em países como Índia e China, mas que os objetivos traçados em 2000 não serão obtidos na África.

Segundo ele, nas áreas da educação e do meio ambiente, a situação está piorando.

Wolfensohn também comparou a discrepância entre os gastos militares e os recursos destinados ao desenvolvimento.

Ele disse que os Estados Unidos destinam US$ 1 trilhão por ano às armas, US$ 300 bilhões para os subsídios ao comércio e apenas US$ 50 bilhões a US$ 60 bilhões para o desenvolvimento.

"Tem que ser louco pra pensar que isso pode resolver o problema", disse Wolfensohn.

Esta foi a última entrevista de Wolfensohn como presidente do Banco Mundial. Num balanço dos seus dez anos à frente da instituição, ele disse que se orgulhava de ter aumentado a cooperação do banco com os países onde financia projetos e de ter reduzido a burocracia dentro da instituição.

Ele afirmou que só se arrepende de não ter podido fazer mais.

O grande desafio do banco agora, segundo ele, é aumentar a escala dos projetos que financia ao redor do mundo, porque as necessidades dos países em desenvolvimento são cada vez maiores.
 

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