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15/04/2005 - 07h37

Prisão de Desábato é exagero, dizem jornais argentinos

da BBC Brasil

A prisão do jogador argentino Leandro Desábato foi considerada um "exagero" por dois dos principais jornais da Argentina.

O La Nación diz que o zagueiro é "a ponta do iceberg ... porque o que (ele) disse ao atacante Grafite, do São Paulo, é o que dizem muitos de seus colegas em campos de futebol argentinos todo fim de semana".

"O racismo no campo de futebol não é novidade ... e deveria ser enterrado de uma vez por todas", segue o jornal.

"Mas a loucura nos invade: um jovem de 26 anos, de Santa Fé, zagueiro de um time modesto, que viaja para realizar um de seus sonhos, que é jogar no Morumbi pela Libertadores, termina preso e incomunicável... Isso indica que alguém está procedendo de maneira equivocada."

Em editorial, o diário Clarín condena o ato de racismo, mas diz que "prender Desábato no campo e bani-lo para sempre de competições, como prometeu o presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Comenbol), é um exagero".

Nepotismo no Brasil

O jornal britânico Financial Times afirma que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proíbe o nepotismo no governo brasileiro não vai impedir a prática do chamado troca-troca de favores nem do emprego de militantes ou pessoas que financiem partidos.

"Existem poucas restrições ao nepotismo no Brasil. Detentores de cargos não podem ser substituídos por seus parentes, e alguns tribunais estatais impõem certos limites. Mas, do contrário, o nepotismo é generalizado", diz o jornal.

O Financial Times lembra que o presidente da Câmara, Severino Cavalcante, já empregou pelo menos sete membros de sua família. E entrevista um analista político em Brasília, que diz não acreditar que a PEC será aprovada.

O diário reconhece, no entanto, que o pedido de instalação da comissão para votar a PEC já "é um passo no sentido de erradicar o nepotismo desenfreado do governo".

Dança brasileira

O Financial Times destaca ainda a temporada que o Grupo Corpo, de Minas Gerais, está apresentando no Sadler's Wells, um dos mais conceituados teatros dedicados à dança em Londres.

A crítica do jornal, no entanto, é impiedosa: "O coreógrafo Rodrigo Pederneiras tem um gosto que tende à repetição e um estilo de dança igual ao de uma broca de dentista".

O The Guardian também reclama da repetitividade do espetáculo, que traz as coreografias Corpo e Lecuona.

Mas o jornal faz vários elogios à trupe. "O Grupo Corpo nos dá tudo o que promete, com seus 22 dançarinos abençoados por belos físicos. Rodrigo Pederneiras desenvolveu um estilo que mostra com perfeição os dotes ecléticos da companhia."

Chirac

A imprensa européia fala do debate do presidente francês, Jacques Chirac, com um grupo de 83 jovens, na noite de quinta-feira na TV, sobre o plebiscito que vai decidir o apoio da França à Constituição européia em 29 de maio.

Chirac vem tentando convencer a população a votar a favor da Constituição, mas as principais pesquisas de opinião até então apontam para uma vitória do "Não".

O jornal francês Le Figaro diz que, ao apresentar a Constituição como uma proteção contra os "ultraneoliberais", Chirac se concentrou em minar os argumentos dos partidários do "Não" de que a Constituição ameaça o "modelo social" europeu.

O Le Monde critica o fato de o presidente ter aparecido diante de uma audiência de jovens selecionados por sua assessoria. "O debate não teve a intenção de informar, mas, sim, foi uma forma moderna e sofisticada de se fazer propaganda política", afirma o jornal.

O espanhol La Vanguardia diz que a força do "Não" nas pesquisas de opinião francesas está mais relacionada com um problema de popularidade do governo do país do que com a decisão de se unir ou não ao resto da Europa.

Ajuda internacional

Nos Estados Unidos, o Washington Post comenta, em editorial, a situação atual da ajuda internacional dada a projetos em países em desenvolvimento, no dia em que começa o encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, na capital americana.

O jornal lembra que a assistência internacional movimentou US$ 79 bilhões em 2004, cerca de 10% mais que há dois anos. Mas segundo o Post, ainda há a preocupação de que muito desse dinheiro é perdido.

"Alguns países pobres estão em um beco-sem-saída: estão carentes de pessoas habilitadas, o que as impossibilita de administrar programas de assistência com eficiência; quando a ajuda vem e os profissionais são treinados, muitos emigram para os Estados Unidos ou para a Europa, onde há demanda e melhores salários", afirma o jornal.

O Post aponta como caminho o que já foi apresentado em um estudo da Universidade de Columbia: o de que a ajuda poderia vir em forma de pesquisa científica realizada em países ricos ou de renda média, cujo objetivo é aplicar os resultados nas nações mais pobres.
 

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