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18/04/2005 - 07h37

Papável hondurenho declara amor ao Brasil e à bossa nova

VALQUÍRIA REY
da BBC Brasil, em Roma

D. Cláudio Hummes e d. Geraldo Majella são os brasileiros citados na lista de favoritos para a sucessão do papa João Paulo 2º, mas há um terceiro papável que confessa ser apaixonado pelo Brasil.

Ele é o arcebispo de Tegucigalpa, em Honduras, Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, presença constante nas lista de cardeais latino-americanos que podem ascender ao Sumo Pontificado no conclave que começa nesta segunda-feira.

Neste domingo, depois de rezar uma missa em sua paróquia romana, sempre acompanhado de uma equipe de TV hondurenha, d. Oscar declarou seu amor ao Brasil, ao povo brasileiro e, especialmente, à bossa nova.

"A bossa nova é a melhor (música) do mundo, porque é uma música que tem o espírito do Brasil", disse ele em português fluente à BBC Brasil.

"Da aliança entre o jazz e o samba, nasceu esta criatura belíssima e tipicamente brasileira chamada bossa nova", continuou o papável hondurenho.

"Desde que entrei para a escola de noviços tinha o desejo de conhecer melhor a música brasileira. Acabei estudando bastante e amo muito a música do Brasil, assim como amo o país e os brasileiros."

Batismo

Além de arcebispo de Tegucigalpa, d. Oscar é o cardeal da Igreja de Santa Maria da Esperança, no norte de Roma, onde sua presença neste domingo foi acompanhada por grande atenção popular.

Na sacristia da igreja, após a missa, o cardeal hondurenho recebeu conterrâneos que vivem em cidades vizinhas a Roma e inúmeros fiéis italianos que se aglomeraram para cumprimentá-lo.

Sempre sorridente, o cardeal só foi embora depois do último grupo de fiéis ter terminado uma série de fotos ao lado dele.

Humilde, d. Oscar disse que nem ele nem nenhum cardeal está pronto para ser papa.

"Nunca ninguém pode estar pronto para isso. A única coisa que pedimos é a força e a graça de Jesus", afirmou.

O cardeal hondurenho, que pilota aviões, toca inúmeros instrumentos musicais e fala vários idiomas, estava acompanhado o tempo todo por uma equipe da TV Católica de Honduras.

Ele batizou dois bebês italianos e, na homilia durante a missa, pediu aos fiéis para que rezassem pelo conclave.

Globalização

D. Oscar é conhecido por sua atuação em campanhas de direitos humanos e por acompanhar a discussão com o FMI sobre a dívida dos países pobres.

Segundo ele, neste momento, é necessário que o mundo compreenda que a pobreza não é questão de cifras, ou de pessoas que não querem trabalhar, mas de três quartos da humanidade que têm direito de viver com mais justiça.

"Muitas vezes, a pobreza vem através do desejo de que a globalização seja exclusiva e excludente", disse.

"A globalização tem de ser como dizia o papa. Deve abrir-se à maior parte das pessoas, para que sejamos todos globalizados na solidariedade."

Com relação à Teologia da Libertação, o cardeal hondurenho de 62 anos foi político.

O cardeal afirmou que algumas coisas foram metidas dentro de um saco comum, pensando que isso era a Teologia da Libertação.

D. Oscar disse que "gostaria de enviar uma saudação de amor e fraternidade ao cardeal Lorscheider" (dom Aloísio Lorscheider, arcebispo emérito de Aparecida) e destacou a qualidade dos cardeais brasieliros.

Conforme ele, todos são muito bons e fazem um trabalho excelente para a Igreja.
 

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