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19/04/2005
-
09h06
da BBC, em Roma
A imprensa italiana confirma que os cardeais Joseph Ratzinger [alemão] e Carlo Maria Martini [italiano] entraram no conclave como favoritos, mas o alemão já estaria em vantagem, segundo o vaticanista Marco Politi, do jornal "La Repubblica".
Politi diz que Ratzinger fez um "discurso" de candidato durante a missa na manhã desta segunda-feira, poucas horas antes que os cardeais se fechassem na capela Sitina para iniciar as votações [para escolha do novo papa].
Estaria claro, segundo a maioria dos jornais, que as duas visões opostas da Igreja Católica representadas por Ratzinger e Martini vão condicionar os eleitores do novo papa.
Politi afirma que o dia decisivo para Ratzinger é esta terça-feira. Se não for eleito, tudo pode recomeçar do zero, com três italianos na frente: Tettamanzi, Ruini e Sodano.
Em seguida, viriam os latino-americanos Cláudio Hummes (brasileiro), Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga (hondurenho), o argentino Jorge Bergoglio, o chileno Francisco Errazuriz e o primaz brasileiro Geraldo Majella Agnelo.
Orazio Petrosillo, do jornal "Il Mesaggero", diz que, na incerteza, pode surgir com força um nome latino-americano, e ressalta o hondurenho Maradiaga, um dos cardeais mais aplaudidos ao entrar na Basílica de São Pedro para a missa que antecedeu o conclave.
"Evento raro"
O sermão de Ratzinger, que foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé durante o pontificado de Joao Paulo 2º, teve amplo destaque e foi visto pela imprensa italiana como uma rígida e forte defesa da tradição doutrinária.
Os jornais ressaltaram a ausência de qualquer abertura aos temas apresentados por seus adversários.
O sermão de Ratzinger foi considerado "evento raro" por Marco Politi.
É a primeira vez, argumenta o vaticanista, que um "candidato a papa" é quem reza a missa que marca o início do conclave.
Em sua homilia, diz Politi, Ratzinger traçou o perfil do pastor que, para ele, deve vir depois de João Paulo 2º.
Segundo o colunista Giulio Anselmi, o sermão do cardeal seria até "uma reivindicação explícita demais do papel de continuador que o futuro papa deve ter em relação ao precedente".
Boff
O jornal "La Stampa" dedica uma página inteira ao sermão de Ratzinger, na qual coloca a contraposição ao teólogo brasileiro Leonardo Boff.
Guardião da ortodoxia católica, Ratzinger aponta o relativismo e as ideologias modernas como um perigo para os cristãos.
Leonardo Boff afirma, segundo o jornal, que o verdadeiro dilema deste conclave é se os cardeais retomarão os temas do Segundo Concílio do Vaticano, com a contribuição da Igreja do Terceiro Mundo, que considera fundamental o tema dos pobres e da justiça, ou se continuarão na "contra-reforma católica, com uma mensagem meramente moralizadora sobre os pobres e a justiça".
O teólogo brasileiro, que foi um dos fundadores da Teologia da Libertação, combatida com vigor por Ratzinger, diz que João Paulo 2º preencheu um vazio sentido por todo o mundo, "órfão de líderes carismáticos".
Mas ele disse acreditar que o próximo papa deverá enfrentar "com humildade os graves problemas da humanidade".
Campanha
De acordo com a análise de um dos mais conceituados vaticanistas italianos, Luigi Accattoli, do "Corriere della Sera", no entanto, o sermão do cardeal até agora tido como favorito não foi campanha para si mesmo.
Assim como Martini não teria feito campanha para si quando falou durante as congregações que precederam o conclave, defendendo uma posição mais aberta da Igreja Católica, segundo Accattoli.
O vaticanista define os dois cardeais como "as duas almas do conclave".
Eles teriam, em sua opinião, apenas feito discursos claros e desinteressados, indicando duas linhas.
"'Quem quer ser eleito se põe no centro, estende a mão para a outra parte", escreveu Accattoli, "os dois, no entanto, falaram livremente, para ajudar a decidir e não ser votados".
Rumores
O silêncio obrigatório do conclave, foi respeitado. Os cardeais que não cumprem o juramento de manter segredo absoluto são excomungados.
Para suas análises sobre o primeiro dia de conclave, a imprensa italiana baseia-se nos rumores dos dias precedentes e no estudo dos conclaves passados.
Na primeira votação, segundo Accatoli, além dos candidatos favoritos, os votos iriam também para os grandes eleitores da Cúria, como Giovanni Battista Re e Angelo Sodano.
Dionigi Tettamanzi, Angelo Scola e Camillo Ruini, papáveis italianos, também devem ter sido votados.
Também na lista dos europeus devem ter recebido preferências o austríaco Cristoph Schonborn e o português José da Cruz Policarpo.
Especial
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Ratzinger leva vantagem em disputa com italiano, diz vaticanista
ASSIMINA VLAHOUda BBC, em Roma
A imprensa italiana confirma que os cardeais Joseph Ratzinger [alemão] e Carlo Maria Martini [italiano] entraram no conclave como favoritos, mas o alemão já estaria em vantagem, segundo o vaticanista Marco Politi, do jornal "La Repubblica".
Politi diz que Ratzinger fez um "discurso" de candidato durante a missa na manhã desta segunda-feira, poucas horas antes que os cardeais se fechassem na capela Sitina para iniciar as votações [para escolha do novo papa].
Estaria claro, segundo a maioria dos jornais, que as duas visões opostas da Igreja Católica representadas por Ratzinger e Martini vão condicionar os eleitores do novo papa.
Politi afirma que o dia decisivo para Ratzinger é esta terça-feira. Se não for eleito, tudo pode recomeçar do zero, com três italianos na frente: Tettamanzi, Ruini e Sodano.
Em seguida, viriam os latino-americanos Cláudio Hummes (brasileiro), Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga (hondurenho), o argentino Jorge Bergoglio, o chileno Francisco Errazuriz e o primaz brasileiro Geraldo Majella Agnelo.
Orazio Petrosillo, do jornal "Il Mesaggero", diz que, na incerteza, pode surgir com força um nome latino-americano, e ressalta o hondurenho Maradiaga, um dos cardeais mais aplaudidos ao entrar na Basílica de São Pedro para a missa que antecedeu o conclave.
"Evento raro"
O sermão de Ratzinger, que foi prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé durante o pontificado de Joao Paulo 2º, teve amplo destaque e foi visto pela imprensa italiana como uma rígida e forte defesa da tradição doutrinária.
Os jornais ressaltaram a ausência de qualquer abertura aos temas apresentados por seus adversários.
O sermão de Ratzinger foi considerado "evento raro" por Marco Politi.
É a primeira vez, argumenta o vaticanista, que um "candidato a papa" é quem reza a missa que marca o início do conclave.
Em sua homilia, diz Politi, Ratzinger traçou o perfil do pastor que, para ele, deve vir depois de João Paulo 2º.
Segundo o colunista Giulio Anselmi, o sermão do cardeal seria até "uma reivindicação explícita demais do papel de continuador que o futuro papa deve ter em relação ao precedente".
Boff
O jornal "La Stampa" dedica uma página inteira ao sermão de Ratzinger, na qual coloca a contraposição ao teólogo brasileiro Leonardo Boff.
Guardião da ortodoxia católica, Ratzinger aponta o relativismo e as ideologias modernas como um perigo para os cristãos.
Leonardo Boff afirma, segundo o jornal, que o verdadeiro dilema deste conclave é se os cardeais retomarão os temas do Segundo Concílio do Vaticano, com a contribuição da Igreja do Terceiro Mundo, que considera fundamental o tema dos pobres e da justiça, ou se continuarão na "contra-reforma católica, com uma mensagem meramente moralizadora sobre os pobres e a justiça".
O teólogo brasileiro, que foi um dos fundadores da Teologia da Libertação, combatida com vigor por Ratzinger, diz que João Paulo 2º preencheu um vazio sentido por todo o mundo, "órfão de líderes carismáticos".
Mas ele disse acreditar que o próximo papa deverá enfrentar "com humildade os graves problemas da humanidade".
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De acordo com a análise de um dos mais conceituados vaticanistas italianos, Luigi Accattoli, do "Corriere della Sera", no entanto, o sermão do cardeal até agora tido como favorito não foi campanha para si mesmo.
Assim como Martini não teria feito campanha para si quando falou durante as congregações que precederam o conclave, defendendo uma posição mais aberta da Igreja Católica, segundo Accattoli.
O vaticanista define os dois cardeais como "as duas almas do conclave".
Eles teriam, em sua opinião, apenas feito discursos claros e desinteressados, indicando duas linhas.
"'Quem quer ser eleito se põe no centro, estende a mão para a outra parte", escreveu Accattoli, "os dois, no entanto, falaram livremente, para ajudar a decidir e não ser votados".
Rumores
O silêncio obrigatório do conclave, foi respeitado. Os cardeais que não cumprem o juramento de manter segredo absoluto são excomungados.
Para suas análises sobre o primeiro dia de conclave, a imprensa italiana baseia-se nos rumores dos dias precedentes e no estudo dos conclaves passados.
Na primeira votação, segundo Accatoli, além dos candidatos favoritos, os votos iriam também para os grandes eleitores da Cúria, como Giovanni Battista Re e Angelo Sodano.
Dionigi Tettamanzi, Angelo Scola e Camillo Ruini, papáveis italianos, também devem ter sido votados.
Também na lista dos europeus devem ter recebido preferências o austríaco Cristoph Schonborn e o português José da Cruz Policarpo.
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