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19/04/2005 - 21h33

No Vaticano, multidão se emociona com a escolha do novo papa

VALQUÍRIA REY
da BBC Brasil, em Roma

Quando o cardeal chileno Jorge Arturo Medina Estevez fez o anúncio de que o novo papa foi eleito, na Praça São Pedro, no Vaticano, a gritaria era ensurdecedora.

O mesmo aconteceu com a proclamação do nome do cardeal alemão Joseph Ratzinger.

Ninguém parecia preocupado se ele era alemão, italiano, ou francês. Se pertencia a uma ala mais à direita, ou à esquerda dentro da Igreja Católica. A única coisa que importava era que os 115 cardeais reunidos no conclave chegaram a um consenso e escolheram o sucessor de João Paulo 2º.

Em meio a um grande grupo de turistas alemães, um casal não conseguia conter as lágrimas. "Estamos todos muito felizes. Ele é um grande homem e dará seguimento ao maravilhoso trabalho de João Paulo 2º, disse Mônica Scheneider.

"Escutei que o irmão do cardeal Ratzinger teria falado para ele no último sábado, quando ele completou 78 anos, que ele era velho demais para ser papa. Para mim, isso não é verdade."

Decepção

Antes mesmo de cardeal Ratzinger fazer seu primeiro discurso como papa e a bênção Urbi et Orbi, para a cidade de Roma e o mundo inteiro, já era possível ver o rosto de decepção de outras pessoas.

"Ele não tem carisma e é muito conservador", afirmou o italiano Pietro Pagani. "Há mais de quatro anos era ele quem governava o Vaticano. Antes disso, João Paulo 2º pensava diferente. Além de tudo ele é um velho. Uma péssima escolha".

Os minutos que antecederam o anúncio oficial da eleição do novo papa, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, foram de muita confusão na praça.

Algumas pessoas viram sair da chaminé fumaça branca, outras acreditavam ser negra e a maioria preferiu não arriscar qualquer palpite.

A multidão que se aglomerava em frente à Basílica de São Pedro começou a gritar "Papa, papa, papa" e a aplaudir muito. Mas, só confirmou que realmente o sucessor de João Paulo 2º tinha sido eleito com o toque dos sinos da basílica.

Neste momento, todos foram tomados por um ímpeto de emoção. Gritos de "Habemus papam" e "Viva o papa" eram ouvidos por todos os lados.

Correria

Nas ruas próximas ao Vaticano, via-se uma multidão correndo, tentando acompanhar o ritual que anunciaria o nome do novo papa.

O mexicano Salvador Orozco disse que estava em casa quando viu a fumaça branca pela televisão e saiu rapidamente com uma bandeira de seu país.

"Eu queria chegar o mais perto possível da Praça de São Pedro para ver o novo papa", afirmou.

"Mas tinha muita gente chegando ao mesmo momento. Todos correndo. Por fim, tive sorte. Cheguei poucos minutos antes de começar".

Em meio a bandeiras de diversas nacionalidades, entre elas, muitas brasileiras, o clima era parecido a de uma grande festa.

Apesar da presença de muitos religiosos, poucas pessoas eram vistas rezando.

Bandeira

Poucos incidentes foram registrados na Praça de São Pedro.

O que mais chamou a atenção foi a apreensão por parte da polícia romana de uma enorme bandeira de um brasileiro, com a palavra "Paz" escrita em 20 idiomas e a propaganda de um cassino online.

"Queria entregar uma jaqueta do Corinthians para o novo papa. Tinha a certeza que o cardeal de São Paulo Cláudio Hummes seria eleito", disse o publicitário Albert Monte.

"Como estava sem dinheiro para a viagem, fui buscar um patrocinador e confeccionamos esta bandeira de 15 metros de largura por 29 metros de comprimento".

Quando ele abriu a bandeira, um grupo enorme de brasileiros se posicionou embaixo e começou a cantar Aquarela do Brasil.

Monte não sabia que era proibido portar qualquer bandeira com propaganda comercial na Praça de São Pedro e, sem falar italiano, não entendeu nada do que estava acontecendo.

Minutos depois que os policiais prometeram devolver a bandeira no próximo dia, Monte abriu uma versão menor com a mesma propaganda para tirar fotos com os amigos em frente da basílica. Imediatamente, chegou um grupo de policiais para confiscá-la.
 

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