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20/04/2005
-
09h53
da BBC Brasil, em Roma
O cardeal arcebispo de São Paulo, Cláudio Hummes, disse ter certeza de que Joseph Ratzinger, papa Bento 16, será "um papa aberto", apesar da imagem de conservador e linha-dura.
"Como ele falou de diálogo agora de manhã (em seu sermão) ele sinaliza o caminho que quer seguir. Esse é um novo tempo e Deus o chamou para esse novo tempo, que também começa para ele", disse d. Cláudio, que antes do conlave era apontado como um dos favoritos ao cargo.
"Tenho certeza de que será um papa aberto."
As declarações foram feitas em respostas a perguntas de jornalistas sobre a trajetória conservadora de Ratzinger.
Hummes se mostrou desconfortável com a insistência no tema no tema e disse que o novo papado deve ser encarado com muita esperança.
"É um homem que está começando o seu trabalho. Acho que temos de dar todo esse voto de confiança ao papa que vai consolar e apoiar o povo."
Esperança
Para os quatro cardeais brasileiros que participaram do conclave a escolha do cardeal Joseph Ratzinger, agora Bento 16, não causou surpresa.
"Na semana anterior muitos assuntos foram se aclarando passo a passo e começou a ser formada uma unidade do cardinalato", disse dom Eusébio Oscar Scheid.
Em relação ao nome Bento 16, dom Eusébio disse que a escolha é um tanto misteriosa.
"A pessoa tem seus ideais próprios. Ele se inspirou em Bento 15, que viveu na época da Primeira Guerra Mundial, quando foi um grande reconciliador reunindo as nações do mundo. Acho que esses ideais mexeram com a figura que fomos idealizando passo a passo."
Brasil
Já dom Geraldo Majella Agnello, arcebispo de Salvador, disse que o nome Bento 16 é muito significativo no Brasil.
"O nome de Benedicto é muito querido porque lembra São Bento e também São Benedito, o negro."
Dom Geraldo ainda acrescentou que o relacionamento de Ratzinger com o Brasil é muito amistoso. "Ele sempre foi muito delicado e cordial conosco", disse.
Questionado sobre como o Brasil vê a eleição de um papa europeu, dom Geraldo disse apenas que quando entrou no conclave não tinha nenhuma preocupação de que continente viria o papa.
Todos os cardeais afirmaram que a escolha foi influenciada pelo Espírito Santo.
Emoção
Foi a primeira vez que os quatro cardeais brasileiros participaram de um conclave e todos disseram que nunca vão esquecer esses dias.
"Foi uma experiência emocionante e única. A maior parte do tempo nós passávamos orando", disse dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília.
Sobre a oposição política muitas vezes mencionada pelos jornais italianos, dom José Freire afirmou que não existem conchavos políticos.
"Não havia oposição entre uns e outros. O clima era de fraternidade e cordialidade."
Eles confirmaram que foram apenas quatro votações no conclave e, segundo dom Cláudio Hummes, o isolamento na Capela Sistina era total.
Ele disse que os cardeais não ouviam absolutamente nada sobre o alvoroço que ocorreu fora da Capela Sistina nos momentos da fumaça.
Ainda segundo ele, havia dois fornos na Capela: um para queimar os votos e outro para produzir a fumaça que traria os sinais do resultado da votação.
Bento 16 será um "papa aberto", diz d. Cláudio Hummes
ANDREA WELLBAUMda BBC Brasil, em Roma
O cardeal arcebispo de São Paulo, Cláudio Hummes, disse ter certeza de que Joseph Ratzinger, papa Bento 16, será "um papa aberto", apesar da imagem de conservador e linha-dura.
"Como ele falou de diálogo agora de manhã (em seu sermão) ele sinaliza o caminho que quer seguir. Esse é um novo tempo e Deus o chamou para esse novo tempo, que também começa para ele", disse d. Cláudio, que antes do conlave era apontado como um dos favoritos ao cargo.
"Tenho certeza de que será um papa aberto."
As declarações foram feitas em respostas a perguntas de jornalistas sobre a trajetória conservadora de Ratzinger.
Hummes se mostrou desconfortável com a insistência no tema no tema e disse que o novo papado deve ser encarado com muita esperança.
"É um homem que está começando o seu trabalho. Acho que temos de dar todo esse voto de confiança ao papa que vai consolar e apoiar o povo."
Esperança
Para os quatro cardeais brasileiros que participaram do conclave a escolha do cardeal Joseph Ratzinger, agora Bento 16, não causou surpresa.
"Na semana anterior muitos assuntos foram se aclarando passo a passo e começou a ser formada uma unidade do cardinalato", disse dom Eusébio Oscar Scheid.
Em relação ao nome Bento 16, dom Eusébio disse que a escolha é um tanto misteriosa.
"A pessoa tem seus ideais próprios. Ele se inspirou em Bento 15, que viveu na época da Primeira Guerra Mundial, quando foi um grande reconciliador reunindo as nações do mundo. Acho que esses ideais mexeram com a figura que fomos idealizando passo a passo."
Brasil
Já dom Geraldo Majella Agnello, arcebispo de Salvador, disse que o nome Bento 16 é muito significativo no Brasil.
"O nome de Benedicto é muito querido porque lembra São Bento e também São Benedito, o negro."
Dom Geraldo ainda acrescentou que o relacionamento de Ratzinger com o Brasil é muito amistoso. "Ele sempre foi muito delicado e cordial conosco", disse.
Questionado sobre como o Brasil vê a eleição de um papa europeu, dom Geraldo disse apenas que quando entrou no conclave não tinha nenhuma preocupação de que continente viria o papa.
Todos os cardeais afirmaram que a escolha foi influenciada pelo Espírito Santo.
Emoção
Foi a primeira vez que os quatro cardeais brasileiros participaram de um conclave e todos disseram que nunca vão esquecer esses dias.
"Foi uma experiência emocionante e única. A maior parte do tempo nós passávamos orando", disse dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília.
Sobre a oposição política muitas vezes mencionada pelos jornais italianos, dom José Freire afirmou que não existem conchavos políticos.
"Não havia oposição entre uns e outros. O clima era de fraternidade e cordialidade."
Eles confirmaram que foram apenas quatro votações no conclave e, segundo dom Cláudio Hummes, o isolamento na Capela Sistina era total.
Ele disse que os cardeais não ouviam absolutamente nada sobre o alvoroço que ocorreu fora da Capela Sistina nos momentos da fumaça.
Ainda segundo ele, havia dois fornos na Capela: um para queimar os votos e outro para produzir a fumaça que traria os sinais do resultado da votação.
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