Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/04/2005 - 09h10

Como papa, Ratzinger troca tom "alarmante" por moderação, diz jornal

BBC

O cardeal Joseph Ratzinger passou a moderar o seu tom "alarmante" depois de se tornar papa Bento 16, segundo a edição desta quinta-feira do jornal espanhol "El Periódico".

O diário editado em Barcelona comparou as homilias das missas rezadas por Ratzinger antes e depois de ser eleito papa.

Na primeira homilia, ele advertiu contra o "relativismo" e adotou um tom "alarmante", segundo o jornal. O segundo pronunciamento teria sido "moderado".

Como papa, Bento 16 "defendeu a cooperação e colegialismo entre os bispos, a atualização do [Concílio] Vaticano 2º e a unidade entre todos os cristãos".

"Este é um bom sinal, mas as mesmas palavras freqüentemente são usadas para dizer exatamente o oposto do que se quer dizer", informou o "El Periódico", que conclui que teremos que "esperar para ver".

O jornal diz ainda que a "controvérsia" causada pela eleição papal "é um sinal revelador de como a instituição [da igreja] se distanciou da realidade social", diz o jornal espanhol.

"Desafios"

O britânico "Financial Times" enumera três grandes desafios para o novo papa em seu editorial "Bento ainda precisa construir pontes".

Segundo o jornal, Bento 16 precisa "lidar com o aumento do secularismo" visto particularmente na Europa Ocidental. O editorial admite que o cardeal Ratzinger foi aberto ao diálogo com filósofos seculares, mas "tal diálogo é interrompido bruscamente quando quer que o Vaticano invoque a doutrina da infalibilidade papal".

O segundo desafio apresentado no "Financial Times" é "continuar a falar em nome dos pobres do mundo". O jornal destaca a visão absolutista da igreja em relação a comportamento sexual e a ligação entre a propagação da Aids e a falta de uso de camisinha.

O terceiro desafio é melhorar as relações com outras seitas cristãs e outras religiões. "Sua qualificação das igrejas cristãs não-católicas como 'deficientes' e sua oposição pública a que a Turquia, que é predominantemente muçulmana, passe a integrar a União Européia, podem destruir parte do trabalho ecumênico feito pelo Vaticano no passado."

O jornal espanhol "La Razón" diz que há uma necessidade de reformas na igreja "para refletir mais fielmente a pluralidade dentro do mundo católico e superar o ainda dominante Eurocentrismo".

Especial
  • Leia mais na especial sobre o novo papa
  • Leia o que já foi publicado sobre o novo papa
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página