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Ex-político alemão auxilia suicídio de idosa saudável
MARCELO CRESCENTI
de Frankfurt para a BBC Brasil
O ex-ministro da Justiça de Hamburgo, na Alemanha, Roger Kusch, admitiu nesta quinta-feira ter ajudado uma idosa saudável a se suicidar e reacendeu a polêmica sobre a eutanásia e o suicídio assitido na Europa.
Bettina Schardt tinha 80 anos e não sofria de nenhuma doença terminal, mas tinha receio de ter que ir para um asilo para idosos. Ela cometeu o suicídio, assistida por Kusch, no sábado.
O ex-político defendeu a atitude de auxiliar a idosa a cometer suicídio durante uma entrevista nesta quinta-feira. Ele afirmou ainda que estaria disposto a fazer o mesmo com outras pessoas que precisem deste tipo de ajuda.
Kosch já havia fomentado o debate sobre o suicídio assistido em abril deste ano, quando apresentou uma invenção pouco comum: uma "máquina de eutanásia", que permite que um paciente em estado terminal possa injetar em si mesmo doses letais de algumas substâncias ao apertar um botão.
Europa
O fato de uma pessoa saudável, que não sofria dores, ter sido ajudada a se matar provocou uma grande polêmica na Alemanha e reavivou a controvérsia sobre o suicídio induzido na Europa.
A procuradoria de Hamburgo está investigando o caso inédito e ainda tem que decidir se o ex-ministro infringiu a lei.
O suicídio assistido é proibido em vários países europeus. Na França e na Grécia, a atitude é considerada um delito tão grave quanto o assassinato.
No entanto, ainda há debate em alguns países sobre a presença de delito nas situações em que a pessoa fornece os meios para o suicídio, mas deixa o ato final por conta do suicida.
Países como Suíça e Suécia, tidos como liberais nessa questão, se tornam o destino final de várias pessoas que querem se suicidar legalmente.
Na Alemanha, a ajuda passiva ao suicídio é legalmente cabível. No entanto, quem deixa um suicida morrer sem ajudá-lo ou chamar por socorro pode ir para a cadeia.
"Alguém pode dar uma corda para uma pessoa se enforcar, mas tem que cortá-la assim que ela estiver se sufocando", critica Throsten Verrel, professor de direito na Universidade de Bonn.
Também no país, pacientes terminais podem optar para que os aparelhos que os mantém vivos em caso de entrarem em coma sejam desligados-- depois de terem assinado um documento neste sentido, antes de uma operação, por exemplo.
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