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16/05/2005
-
22h39
da BBC Brasil, em Buenos Aires
Os fabricantes, vendedores e importadores de vinhos do Brasil pediram, oficialmente, a seus pares argentinos que autolimitem as exportações do produto --do tipo mais barato-- para o mercado brasileiro.
As informações foram dadas pelo presidente da Câmara Setorial do Vinho no Brasil, Hermes Zanetti, logo após reunião na Secretaria de Indústria da Argentina, na capital do país vizinho.
"Não é vetar o produto argentino porque existe acordo de livre comércio do vinho do Mercosul dentro do bloco", disse Zanetti, em entrevista à imprensa brasileira.
"Mas viemos dizer que é preciso que eles autolimitem a venda do vinho barato e que só nos mandem caixas de 12 garrafas, com preços a partir dos 15 dólares. Abaixo disso, já sabemos que é de baixa qualidade."
Segundo ele, a entrada do produto, de baixo preço, no mercado brasileiro está prejudicando as 600 indústrias do vinho no Brasil. Elas fabricam 80% de vinho de mesa (os mais populares) e 20% de vinhos finos.
Indústria brasileira
A reunião terminou, após quatro horas de discussões, na noite desta segunda-feira. Nesta terça, eles voltam a se encontrar para assinar um protocolo de intenções e tentar evitar, como insistiu Zanetti, que as exportações argentinas prejudiquem a indústria brasileira, dedicada, principalmente aos vinhos mais baratos.
"Aceitamos a proposta do Brasil porque entendemos que também não podemos prejudicar a imagem do nosso vinho. Preferimos mandar o vinho de boa qualidade e firmar a marca argentina no mercado brasileiro", completou Eduardo Sancho, representante da indústria argentina do setor.
Nos últimos meses, a Argentina intensificou as exportações de vinhos finos. "É uma moeda de troca. Eles mandam vinho de qualidade, não prejudicam nossa indústria e nós estaremos protegendo a marca de qualidade do produto argentino", disse Zanetti.
Atualmente, segundo ele, a Argentina é hoje o primeiro exportador de vinhos para o Brasil, superando o Chile. O país vizinho ocupa 17% do mercado de vinhos do Brasil. Há quatro anos, segundo Zanetti, esse percentual limitava-se a 4%.
Cerca de 50% dos vinhos argentinos que chegam ao Brasil são classificados como de "baixa qualidade".
"O vinho argentino barato não acrescenta nada. Perde a Argentina e perde o Brasil", disse o representante dos importadores Ciro Lilla.
Entre as medidas que poderão ser adotadas, conjuntamente, pelos dois países estão a criação de um fundo para promover o vinho argentino e brasileiro no Brasil e o aumento de barreiras tarifárias para os vinhos de terceiros mercados.
Hoje, a indústria brasileira do setor movimenta, anualmente, US$ 1 bilhão de reais e teme que a sua expansão seja prejudicada com a chegada desse tipo mais barato de vinho argentino.
"Eles têm excelentes vinhos e nós temos mercado de qualidade para esse produto. Então, esse é o casamento que queremos. Vinho argentino de qualidade e sem reduzir o papel da nossa própria indústria", ressaltou Zanetti.
Brasil pede para Argentina limitar exportações de vinho
MÁRCIA CARMOda BBC Brasil, em Buenos Aires
Os fabricantes, vendedores e importadores de vinhos do Brasil pediram, oficialmente, a seus pares argentinos que autolimitem as exportações do produto --do tipo mais barato-- para o mercado brasileiro.
As informações foram dadas pelo presidente da Câmara Setorial do Vinho no Brasil, Hermes Zanetti, logo após reunião na Secretaria de Indústria da Argentina, na capital do país vizinho.
"Não é vetar o produto argentino porque existe acordo de livre comércio do vinho do Mercosul dentro do bloco", disse Zanetti, em entrevista à imprensa brasileira.
"Mas viemos dizer que é preciso que eles autolimitem a venda do vinho barato e que só nos mandem caixas de 12 garrafas, com preços a partir dos 15 dólares. Abaixo disso, já sabemos que é de baixa qualidade."
Segundo ele, a entrada do produto, de baixo preço, no mercado brasileiro está prejudicando as 600 indústrias do vinho no Brasil. Elas fabricam 80% de vinho de mesa (os mais populares) e 20% de vinhos finos.
Indústria brasileira
A reunião terminou, após quatro horas de discussões, na noite desta segunda-feira. Nesta terça, eles voltam a se encontrar para assinar um protocolo de intenções e tentar evitar, como insistiu Zanetti, que as exportações argentinas prejudiquem a indústria brasileira, dedicada, principalmente aos vinhos mais baratos.
"Aceitamos a proposta do Brasil porque entendemos que também não podemos prejudicar a imagem do nosso vinho. Preferimos mandar o vinho de boa qualidade e firmar a marca argentina no mercado brasileiro", completou Eduardo Sancho, representante da indústria argentina do setor.
Nos últimos meses, a Argentina intensificou as exportações de vinhos finos. "É uma moeda de troca. Eles mandam vinho de qualidade, não prejudicam nossa indústria e nós estaremos protegendo a marca de qualidade do produto argentino", disse Zanetti.
Atualmente, segundo ele, a Argentina é hoje o primeiro exportador de vinhos para o Brasil, superando o Chile. O país vizinho ocupa 17% do mercado de vinhos do Brasil. Há quatro anos, segundo Zanetti, esse percentual limitava-se a 4%.
Cerca de 50% dos vinhos argentinos que chegam ao Brasil são classificados como de "baixa qualidade".
"O vinho argentino barato não acrescenta nada. Perde a Argentina e perde o Brasil", disse o representante dos importadores Ciro Lilla.
Entre as medidas que poderão ser adotadas, conjuntamente, pelos dois países estão a criação de um fundo para promover o vinho argentino e brasileiro no Brasil e o aumento de barreiras tarifárias para os vinhos de terceiros mercados.
Hoje, a indústria brasileira do setor movimenta, anualmente, US$ 1 bilhão de reais e teme que a sua expansão seja prejudicada com a chegada desse tipo mais barato de vinho argentino.
"Eles têm excelentes vinhos e nós temos mercado de qualidade para esse produto. Então, esse é o casamento que queremos. Vinho argentino de qualidade e sem reduzir o papel da nossa própria indústria", ressaltou Zanetti.
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