Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
31/07/2008 - 09h51

Crise política em Israel pode afetar processo de paz, dizem analistas

da BBC

O anúncio do primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, de que pretende renunciar ao cargo em setembro gerou um clima político de incerteza no país que poderá ter sérios impactos nas negociações com os palestinos, na opinião de analistas ouvidos pela BBC Brasil.

Para eles, o mais provável é que as negociações de paz fiquem paralisadas por ao menos seis meses, até a consolidação de um novo governo.

Olmert anunciou, na noite de quarta feira, que pretende renunciar ao cargo até o dia 17 de setembro, quando seu partido, o Kadima, deverá eleger um novo líder.

O vencedor das prévias do Kadima terá que formar uma nova coalizão governamental, que deverá contar com o apoio de no mínimo 61 dos 120 membros do Knesset, o parlamento israelense.

Porém, caso tal coalizão não possa ser formada, serão convocadas eleições gerais, que, segundo a lei, deverão acontecer no máximo 90 dias após a constatação da impossibilidade da formação do governo.

"Os dois povos (palestinos e israelenses) vão perder ao menos seis meses, pois nesse período Israel vai se concentrar em sua política interna e não nas negociações de paz", disse o cientista politico palestino Samir Awad à BBC Brasil.

De acordo com Awad, que é professor da Universidade de Bir Zeit, em Ramallah, "agora já está claro que não vai ser criado um Estado palestino até o fim de 2008, conforme o presidente Bush havia dito".

Candidatos

Segundo pesquisas realizadas entre os membros do Kadima, o atual ministro dos Transportes e ex-chefe do Estado-Maior, Shaul Mofaz, e a atual ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, têm as maiores chances nas prévias do partido.

No entanto, de acordo com a pesquisa do canal 10 da TV israelense, se as eleições em Israel fossem hoje, o Kadima perderia para o partido de direita Likud, liderado pelo ex-premiê Binjamin Netanyahu.

Os resultados da pesquisa, publicados poucos minutos depois do anúncio de Olmert, indicam que 36% dos israelenses preferem Netanyahu para primeiro-ministro, 24,6% dariam seu voto para Livni e apenas 11,9% para Ehud Barak, atual ministro da Defesa e líder do Partido Trabalhista. Por outro lado, 19% dos entrevistados responderam que não dariam seu voto para "nenhum dos três".

Já analista político do jornal "Haaretz" Akiva Eldar disse à BBC Brasil que a renúncia de Olmert "pode causar a paralisação do processo de paz, mas também pode apressá-lo".

De acordo com Eldar, "Olmert já não tem mais o que perder, pois está claro que sua carreira política terminou, e nessas circunstâncias ele pode querer apressar as negociações com Abu Mazen (o presidente palestino, Mahmoud Abbas)".

"Uma das questões é qual seria a posição da ministra Tzipi Livni, que é a responsável oficial pelas negociações com os palestinos", disse Eldar.

"Olmert pode até contornar Livni e tentar chegar diretamente a um acordo com Abu Mazen antes das prévias do Kadima para deixar um acordo pronto, que poderia servir como programa político do partido para as próximas eleições", acrescentou o analista político.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página