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08/06/2005
-
18h17
O ex-presidente do Equador Lucio Gutiérrez disse, em entrevista exclusiva à BBC Brasil, que pretende regressar ao país "nas próximas semanas, dentro dos próximos dias".
Gutiérrez, que está nos Estados Unidos depois de ter renunciado ao asilo político no Brasil, quer que sejam realizadas eleições no Equador e disse que, para isso, vai entrar em contato com a ONU (Organização das Nações Unidas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos) .
Ele foi destituído do poder em abril e em seu lugar assumiu o vice-presidente Alfredo Palacio, mas Gutiérrez denuncia a forma como o novo governo assumiu o poder.
"Vou voltar ao Equador em prazo curto. Vou apresentar uma reclamação à OEA, é necessário que a OEA inicie uma ação, porque, do contrário, pode se repetir o golpe de Estado no mesmo Equador, ou em outro país da América Latina", disse Gutiérrez.
"Golpe"
Segundo ele, sua renúncia ao asilo político no Brasil se deve à necessidade de se ausentar do país.
"Como teria que sair do Brasil e dificilmente o Brasil poderia me dar segurança fora do território nacional, não queria comprometer um país que foi tão gentil e um governo que foi tão solidário em momento em que eu corria perigo de vida. Por isso que, ao ter que me ausentar, renunciei ao asilo político", disse.
Para o ex-presidente, o novo governo equatoriano não é legítimo. "À presidência de um país se chega através do voto soberano e democrático do povo. Eu fui eleito pela maioria do povo equatoriano. O que está exercendo atualmente as funções de presidente é um usurpador do poder, porque chegou ao poder através de um golpe de Estado claríssimo", denunciou.
Ele também disse que os integrantes do atual governo têm dívidas e que lhes falta integridade moral para ocupar o cargo.
"Os que estão no governo atualmente, além de ilegítimos, são devedores de bancos. Temos ministros que falsificaram títulos, temos altos funcionários que estiveram presos por fraude, ministros como o das Relações Exteriores e de Minas e Energia que são devedores de bancos", acusou.
Democracia
Ele disse não acreditar que a OEA deu apoio tácito ao novo governo, quando uma comissão da organização visitou o país, e insistiu que quer eleições.
"Se fecharmos os olhos diante de uma violação das regras democráticas do Equador, da carta democrática da OEA, deixa-se a porta aberta para que o mesmo se repita. Mas a minha luta é para que o Equador volte à normalidade democrática", disse.
O ex-presidente não descarta a possibilidade de se candidatar a presidente se forem convocadas eleições, mas disse que ainda é cedo para um decisão.
Gutiérrez rejeita comparações da situação atual com a de 2000, quando ele liderou um golpe de Estado no país.
"Um golpe de Estado é o que fazem as elites para se apoderarem do poder, como fizeram agora. Em 2000, uma parte da população se levantou contra um presidente que fez um dos maiores ataques ao país, de bilhões de dólares. Eu estava cobrando desses ladrões", disse.
"Simplesmente pedimos que militares de patente média que, em vez de reprimir, respaldassem essa ação popular, porque era legítima."
Ele também disse não temer que sua volta provoque instabilidade como está acontecendo na Bolívia.
"O que quero é paz em meu país. Vou ter reunião com empresários, investidores estrangeiros, que estão preocupadíssimos, não apenas com a instabilidade política no país, mas também com a instabilidade econômica."
Presidente destituído do Equador diz que voltará ao país
da BBC BrasilO ex-presidente do Equador Lucio Gutiérrez disse, em entrevista exclusiva à BBC Brasil, que pretende regressar ao país "nas próximas semanas, dentro dos próximos dias".
Gutiérrez, que está nos Estados Unidos depois de ter renunciado ao asilo político no Brasil, quer que sejam realizadas eleições no Equador e disse que, para isso, vai entrar em contato com a ONU (Organização das Nações Unidas) e da OEA (Organização dos Estados Americanos) .
Ele foi destituído do poder em abril e em seu lugar assumiu o vice-presidente Alfredo Palacio, mas Gutiérrez denuncia a forma como o novo governo assumiu o poder.
"Vou voltar ao Equador em prazo curto. Vou apresentar uma reclamação à OEA, é necessário que a OEA inicie uma ação, porque, do contrário, pode se repetir o golpe de Estado no mesmo Equador, ou em outro país da América Latina", disse Gutiérrez.
"Golpe"
Segundo ele, sua renúncia ao asilo político no Brasil se deve à necessidade de se ausentar do país.
"Como teria que sair do Brasil e dificilmente o Brasil poderia me dar segurança fora do território nacional, não queria comprometer um país que foi tão gentil e um governo que foi tão solidário em momento em que eu corria perigo de vida. Por isso que, ao ter que me ausentar, renunciei ao asilo político", disse.
Para o ex-presidente, o novo governo equatoriano não é legítimo. "À presidência de um país se chega através do voto soberano e democrático do povo. Eu fui eleito pela maioria do povo equatoriano. O que está exercendo atualmente as funções de presidente é um usurpador do poder, porque chegou ao poder através de um golpe de Estado claríssimo", denunciou.
Ele também disse que os integrantes do atual governo têm dívidas e que lhes falta integridade moral para ocupar o cargo.
"Os que estão no governo atualmente, além de ilegítimos, são devedores de bancos. Temos ministros que falsificaram títulos, temos altos funcionários que estiveram presos por fraude, ministros como o das Relações Exteriores e de Minas e Energia que são devedores de bancos", acusou.
Democracia
Ele disse não acreditar que a OEA deu apoio tácito ao novo governo, quando uma comissão da organização visitou o país, e insistiu que quer eleições.
"Se fecharmos os olhos diante de uma violação das regras democráticas do Equador, da carta democrática da OEA, deixa-se a porta aberta para que o mesmo se repita. Mas a minha luta é para que o Equador volte à normalidade democrática", disse.
O ex-presidente não descarta a possibilidade de se candidatar a presidente se forem convocadas eleições, mas disse que ainda é cedo para um decisão.
Gutiérrez rejeita comparações da situação atual com a de 2000, quando ele liderou um golpe de Estado no país.
"Um golpe de Estado é o que fazem as elites para se apoderarem do poder, como fizeram agora. Em 2000, uma parte da população se levantou contra um presidente que fez um dos maiores ataques ao país, de bilhões de dólares. Eu estava cobrando desses ladrões", disse.
"Simplesmente pedimos que militares de patente média que, em vez de reprimir, respaldassem essa ação popular, porque era legítima."
Ele também disse não temer que sua volta provoque instabilidade como está acontecendo na Bolívia.
"O que quero é paz em meu país. Vou ter reunião com empresários, investidores estrangeiros, que estão preocupadíssimos, não apenas com a instabilidade política no país, mas também com a instabilidade econômica."
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