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13/06/2005
-
09h05
da BBC Brasil, em La Paz
La Paz voltou à normalidade neste fim de semana, com a trégua de três dias concedida pelos líderes dos manifestantes que mantiveram a cidade cercada na semana passada.
Os moradores voltaram a passear nas praças, e os carros e ônibus, a circular nas ruas fechadas na semana passada.
A expectativa agora é para uma reunião que os líderes realizam nesta segunda-feira, para avaliar o encontro que tiveram neste domingo com o presidente Eduardo Rodriguez em El Alto, cidade vizinha de La Paz, onde estão baseados vários movimentos populares.
Rodríguez disse que sua principal tarefa era garantir a realização de eleições, e que as reivindicações dos movimentos populares --nacionalização das empresas de gás, uma nova Constituição, maior participação política dos indígenas-- teria que ser negociada com o novo presidente, que deve ser eleito até o fim do ano, em data ainda não definida.
Gás e camelô
Rodríguez, então presidente da Suprema Corte, assumiu o cargo na semana passada, depois da renúncia do ex-presidente Carlos Mesa e da desistência dos presidentes do Senado e da Câmara de assumir o posto.
A distribuição de gás de cozinha, que chegou a faltar até em hospitais, foi normalizada a partir de sábado (11), com a reabertura dos bloqueios nas estradas, e neste domingo os bolivianos voltaram a freqüentar a Praça San Francisco, local dos protestos nas últimas três semanas.
A praça em frente ao palácio do governo e do Congresso, fechada pela polícia na semana passada, também estava aberta para a população, com um número muito menor de policiais em algumas esquinas.
O camelô Marcos Salgado, que nas últimas três semanas não pôde trabalhar por causa dos protestos, voltou neste domingo a montar sua banca de CDs e DVDs piratas na Praça San Francisco.
Ele mora em El Alto, mas conta que preferiu ficar em casa durante as manifestações, com medo da violência.
Salgado diz achar que o novo governo merece um pouco de tempo para tentar resolver a situação, mas não está certo de que os protestos já acabaram.
"Amanhã acho que vai ser tranqüilo, mas na terça, com o fim da trégua, os protestos podem voltar", disse.
Passeio
O casal Marivel e Carlos Gonzalves aproveitou o dia de sol para passear na praça com as duas filhas, depois de terem evitado o local por uma semana.
"Tem que esperar para ver o que o novo presidente vai fazer", disse Marivel.
Na reunião com os líderes das associações de moradores de El Alto, Eduardo Rodriguez defendeu a realização de eleições gerais, para presidente e para o Congresso.
A Constituição boliviana só prevê a realização de eleições para a Presidência, já que o mandato do Congresso ainda está vigor, mas vários líderes indígenas pedem a dissolução do Congresso atual e a eleição de um novo com maior participação dos indígenas, que formam a maioria da população, mas têm poucos representantes no poder.
Uma pesquisa publicada neste domingo pelo jornal boliviano "El Tiempo" mostra que 69,7% apóiam a eleição presidencial e 84% querem também a eleições parlamentar.
A decisão e a data das eleições será do Congresso, que volta a se reunir nesta terça-feira, em La Paz.
Será a primeira sessão desde a posse de Rodríguez, em Sucre, onde o Congresso se reuniu excepcionalmente na semana passada para evitar a violência nas ruas de La Paz.
Nesta segunda-feira, Rodriguez também deve começar a nomear seu ministério.
La Paz tem calma, mas moradores seguem na expectativa
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em La Paz
La Paz voltou à normalidade neste fim de semana, com a trégua de três dias concedida pelos líderes dos manifestantes que mantiveram a cidade cercada na semana passada.
Os moradores voltaram a passear nas praças, e os carros e ônibus, a circular nas ruas fechadas na semana passada.
A expectativa agora é para uma reunião que os líderes realizam nesta segunda-feira, para avaliar o encontro que tiveram neste domingo com o presidente Eduardo Rodriguez em El Alto, cidade vizinha de La Paz, onde estão baseados vários movimentos populares.
Rodríguez disse que sua principal tarefa era garantir a realização de eleições, e que as reivindicações dos movimentos populares --nacionalização das empresas de gás, uma nova Constituição, maior participação política dos indígenas-- teria que ser negociada com o novo presidente, que deve ser eleito até o fim do ano, em data ainda não definida.
Gás e camelô
Rodríguez, então presidente da Suprema Corte, assumiu o cargo na semana passada, depois da renúncia do ex-presidente Carlos Mesa e da desistência dos presidentes do Senado e da Câmara de assumir o posto.
A distribuição de gás de cozinha, que chegou a faltar até em hospitais, foi normalizada a partir de sábado (11), com a reabertura dos bloqueios nas estradas, e neste domingo os bolivianos voltaram a freqüentar a Praça San Francisco, local dos protestos nas últimas três semanas.
A praça em frente ao palácio do governo e do Congresso, fechada pela polícia na semana passada, também estava aberta para a população, com um número muito menor de policiais em algumas esquinas.
O camelô Marcos Salgado, que nas últimas três semanas não pôde trabalhar por causa dos protestos, voltou neste domingo a montar sua banca de CDs e DVDs piratas na Praça San Francisco.
Ele mora em El Alto, mas conta que preferiu ficar em casa durante as manifestações, com medo da violência.
Salgado diz achar que o novo governo merece um pouco de tempo para tentar resolver a situação, mas não está certo de que os protestos já acabaram.
"Amanhã acho que vai ser tranqüilo, mas na terça, com o fim da trégua, os protestos podem voltar", disse.
Passeio
O casal Marivel e Carlos Gonzalves aproveitou o dia de sol para passear na praça com as duas filhas, depois de terem evitado o local por uma semana.
"Tem que esperar para ver o que o novo presidente vai fazer", disse Marivel.
Na reunião com os líderes das associações de moradores de El Alto, Eduardo Rodriguez defendeu a realização de eleições gerais, para presidente e para o Congresso.
A Constituição boliviana só prevê a realização de eleições para a Presidência, já que o mandato do Congresso ainda está vigor, mas vários líderes indígenas pedem a dissolução do Congresso atual e a eleição de um novo com maior participação dos indígenas, que formam a maioria da população, mas têm poucos representantes no poder.
Uma pesquisa publicada neste domingo pelo jornal boliviano "El Tiempo" mostra que 69,7% apóiam a eleição presidencial e 84% querem também a eleições parlamentar.
A decisão e a data das eleições será do Congresso, que volta a se reunir nesta terça-feira, em La Paz.
Será a primeira sessão desde a posse de Rodríguez, em Sucre, onde o Congresso se reuniu excepcionalmente na semana passada para evitar a violência nas ruas de La Paz.
Nesta segunda-feira, Rodriguez também deve começar a nomear seu ministério.
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