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06/07/2005 - 10h00

Lula deixa crise para falar de clima e pobreza com G8

DIEGO TOLEDO
da BBC Brasil, em São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixa nesta quarta-feira o ambiente de turbulência política de Brasília para viajar à Escócia, onde participará como convidado da reunião de cúpula do G8.

Além dele, líderes de México, África do Sul, Índia e China também participam do encontro que reúne os líderes dos sete países mais industrializados do mundo, mais a Rússia.

Na opinião do economista Gilberto Dupas, presidente do IEEI (Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais), a presença do Brasil no encontro do G8 pode representar para o presidente Lula uma oportunidade de "remendar rachaduras" causadas na imagem internacional do governo brasileiro pela crise política no país.

"Dependendo de seu desempenho, Lula pode tentar reverter um pouquinho esse processo de desgaste", afirma Dupas, que coordena o Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP.

De acordo com o economista, as denúncias de corrupção que têm abalado o governo fizeram com que surgissem, pela primeira vez em quase três anos de governo, dúvidas sobre a imagem de Lula como um símbolo positivo da democracia brasileira.

Para o presidente do IEEI, com a viagem à Escócia, Lula se distancia um pouco dos problemas internos com os quais esteve intensamente envolvido nos últimos dias, mas não se afasta do desafio de revigorar o seu governo.

"Se viajar deixando para trás um campo muito grande de questões não resolvidas, ele tenderá a sinalizar como alguém que não conseguiu retomar o pique do governo e, portanto, reassumir a condição de gestor da governabilidade", analisa Dupas.

"Novo paradigma"

Antes do encontro com o G8, os líderes dos cinco países convidados se reunirão para concluir a elaboração de uma declaração conjunta sobre as posições comuns do bloco de nações em desenvolvimento a respeito dos dois principais temas da cúpula na Escócia: as mudanças climáticas e o cenário econômico mundial.

O documento defenderá a necessidade de "um novo paradigma para a cooperação internacional, que leve em consideração as perspectivas e necessidades dos países em desenvolvimento e assegure que tecnologias economicamente viáveis sejam colocadas à disposição dos países em desenvolvimento".

A declaração dos cinco convidados do G8 também deve ressaltar a importância da entrada em vigor do protocolo de Kyoto e defender o "princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas dos Estados".

O texto deve ainda reafirmar a "responsabilidade histórica dos países desenvolvidos" de amenizar as mudanças climáticas e modificar os seus padrões de consumo de energia, que também afetam o clima.

Subsídios

O Protocolo de Kyoto estabelece metas para a redução da emissão de gases poluentes ligados ao aquecimento global, mas apenas 30 países industrializados estão sujeitos a essas metas.

O documento dos países convidados também reforça a importância do apoio a iniciativas com impacto positivo na mudança do clima, como o chamado MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).

O MDL é um anexo do Protocolo de Kyoto que permite aos países industrializados comprar a redução de emissões de gases poluentes em nações em desenvolvimento para diminuir suas metas de corte.

Na área econômica, a declaração dos cinco países deve reafirmar a necessidade de desmantelamento do sistema de subsídios agrícolas e defender a destinação de recursos adicionais para o combate à fome e à pobreza.

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