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08/07/2005 - 18h35

G8 aumentará ajuda à África para US$ 50 bi, diz Blair

MÁRCIA FREITAS
da BBC Brasil, em Gleneagles (Escócia)

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse nessa sexta-feira que o G8 irá aumentar progressivamente a ajuda financeira à África, até chegar a US$ 25 bilhões extras no ano de 2010. O aumento fará com que o montante total de ajuda ao continente chegue a US$ 50 bilhões.

"Não é o fim da pobreza na África, mas é a esperança de que ela poderá ter fim", afirmou Blair.

O primeiro-ministro britânico disse ainda que a intenção é estabelecer uma "parceria" com os países africanos, que, em contrapartida, terão que se comprometer com a democracia, boa governança e respeito à lei.

Blair também anunciou um pacote de ajuda para a Autoridade Nacional Palestina (ANP) de US$ 3 bilhões por ano nos próximos três anos, além do compromisso de promover acesso universal ao tratamento da Aids e de treinar uma força de paz de 20 mil homens para a África.

Os líderes do G8 também reafirmaram o compromisso --firmado em junho pelos ministros da Fazenda dos países-membros do grupo-- de abater a dívida de países pobres que cumpram as condições estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, dentro da Iniciativa para os Países Altamente Endividados.

Atualmente, 18 países cumprem essas condições 14 deles na África: Benin, Burkina Faso, Etiópia, Gana, Madagascar, Mali, Mauritânia, Moçambique, Níger, Ruanda, Senegal, Tanzânia, Uganda e Zâmbia. Outros quatro países da América Latina --Nicarágua, Bolívia, Guiana e Honduras-- também estão na lista.

No documento final, o grupo afirma que, segundo uma estimativa da OCDE, a ajuda aos países em desenvolvimento em geral irá aumentar progressivamente e atingirá um valor extra de US$ 50 bilhões no ano de 2010.

Esse valor inclui os US$ 25 bilhões extras para a África prometidos pelo G8 e leva em conta fundos de outros doadores.

Comércio

Blair reconheceu que não houve o avanço que muitos esperavam no que diz respeito a derrubar barreiras e subsídios agrícolas impostos pelos países ricos, que são considerados um empecilho para que os produtos de países africanos e outras nações em desenvolvimento possam competir no mercado internacional.

"Alguns de nos esperávamos estabelecer aqui uma data para o fim dos subsídios, mas isso não foi possível", afirmou.

Como era esperado, os líderes do G8 deixaram a decisão para a próxima reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que deve acontecer em dezembro em Hong Kong.

Brasil, China, Índia, México e África do Sul --que participaram das discussões na quinta-feira-- entregaram um documento ao G8 pedindo a remoção de barreiras e subsídios agrícolas.

Mudança climática

Em relação à mudança climática, o primeiro-ministro britânico afirmou que não tinha a expectativa de que os líderes "fossem resolver em Gleneagles as diferenças existentes em relação ao Protocolo de Kyoto ou outras metas".

Os EUA são o único país do G8 que não assinou o Protocolo. O governo americano também se recusa a participar de qualquer acordo que estabeleça metas de redução de emissões de gases poluentes.

"Nós chegamos a um acordo de que [a mudança climática] é um problema para o qual o homem está contribuindo, e que é preciso resolver esse problema com urgência, que há a necessidade de reduzir, interromper e reverter o aumento de emissões de gases poluentes", afirmou Blair.

Segundo ele, o consenso alcançado em Gleneagles irá possibilitar a retomada do diálogo entre os países do G8 e também os países em desenvolvimento.

As conversas devem ter início em uma conferência que deve acontecer em novembro no Reino Unido.

No entanto, organizações não-governamentais de proteção ao meio ambiente --como WWF, Amigos da Terra e Greenpeace-- afirmaram que o resultado foi "altamente decepcionante" e que os líderes do G8 perderam uma oportunidade de estabelecer uma "agenda efetiva" de combate ao problema.

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