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08/07/2005 - 19h29

Organizadores do Live 8 se dizem entusiasmados com G8

ANDREA WELLBAUM
da BBC Brasil, em Gleneagles (Escócia)

Os organizadores da série de shows do Live 8, Bono e Bob Geldof, se mostraram entusiasmados com os resultados da conferência do G8 em relação à África, mas, por outro lado, grupos de combate à pobreza se disseram decepcionados com o que classificaram de "ajuda insuficiente" para resolver o problema.

O líder do grupo Global Call to Action Against Poverty, Kumi Naidoo, afirmou que "as pessoas rugiram, mas o G8 sussurou".

"As pessoas do mundo rugiram com compaixão, com preocupação e com o compromisso de erradicar a pobreza ao redor do mundo. Infelizmente, quando olhamos para os detalhes da resposta que foi dada aos três pontos --comércio, ajuda e perdão de dívidas-- percebemos que o G8 ouviu, mas que a resposta não foi um rugido e sim um sussurro", disse Naidoo.

O ativista também afirmou que a promessa de aumentar a ajuda em 2010 "é como esperar cinco anos antes de tomar providências em relação ao tsunami".

"Decepção"

O cantor Bono disse que, apesar de ter havido certa decepção em relação à questão do comércio mundial, ele discorda da posição de Kumi de que a ajuda financeira de US$ 50 bilhões é pouco.

"Cinqüenta bilhões de dólares é muito dinheiro. Nós temos de admitir que para a África os resultados foram bons, porque milhões de pessoas vão ver os resultados disso."

Bono disse que é preciso olhar para trás e ver quão difícil foi chegar aonde se chegou hoje: "Dobrar a quantidade de ajuda não é fácil e eu estou muito orgulhoso em dizer que esses números são extremamente significativos."

Na opinião do cantor, o documento assinado pelos líderes do G8 é um plano que tem credibilidade e que "estes oito homens assinaram ali seus nomes, o que é muito sério".

Bono disse que, se um pop star irlandês puder parafrasear Winston Churchill, não diria que este é o fim da pobreza extrema, mas "é o início do fim".

Apesar de ter classificado os resultados do G8 de "passos importantes que vão levar esperança para milhões de pessoas que vivem na pobreza", a representante da campanha Make Poverty History, Kirstie McNeil, disse que "o G8 optou por não fazer tudo que os ativistas sabem ser necessário para libertar as milhões de pessoas que vivem na pobreza".

"Para assegurar um lugar na história, esses líderes do G8 têm de avançar mais do que avançaram hoje. Eles precisam fazer mais nos próximos meses na reunião das metas do milênio da ONU e na rodada da OMC em Hong Kong."

Para o cantor Bob Geldof, os ativistas não deveriam ficar decepcionados com os poucos avanços na questão de comércio mundial, lembrando que "nunca se imaginou que se chegaria a alguma conclusão sobre este assunto na reunião do G8, já que o local certo para algum acordo desse tipo ser negociado é a reunião em Hong Kong".

Mercados

Geldof também ressaltou que foi divulgada uma informação "muito importante": a de que a liberalização de mercados não pode ser forçada pelos países desenvolvidos.

Ele admite que, pessoalmente, como ativista pela melhoria de vida na África, queria que houvesse 100% de perdão das dívidas e ajuda financeira "já", mas ressaltou que, em sua opinião, a reunião do G8 em Gleneagles "foi a mais importante da história da África".

O cantor disse ter conversado com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que também participou da conferência do G8 e teria dito que ela foi "um grande sucesso".

Por outro lado, Geldof ressaltou que o encontro precisa ser traduzido para a ação. "Apenas o tempo dirá se isso é histórico ou não mas é verdade que nunca a união de tantas pessoas conseguiu mudar a agenda global."

Estima-se que milhões de pessoas assistiram ao Live8, organizado por Geldof e Bono, no último sábado. Além disso, aproximadamente 200 mil pessoas participaram da marcha Make Poverty History, em Edimburgo. As ações foram criadas para pressionar os líderes do G8 a priorizar as questões ligadas ao combate da pobreza na África.

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