Publicidade
Publicidade
13/07/2005
-
03h53
da BBC Brasil, em Paris
As ONGs e os partidos políticos que vão participar de encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua visita a Paris, que começa nesta quarta-feira, devem poupá-lo de comentários e perguntas sobre a crise do "mensalão" e de seu governo.
Representantes das ONGs e políticos de esquerda preferem não fazer comentários a respeito antes da vista e dizem, em geral na condição de anonimato, que a questão se trata de um problema interno brasileiro.
Além disso, o Partido Socialista francês também enfrenta uma crise interna em razão da forte divisão ocorrida em relação ao referendo sobre a Constituição Européia e está preocupado com seus próprios assuntos.
O único político ouvido pela BBC Brasil que se pronunciou sobre a crise política no Brasil foi o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da França, Daniel Glückstein, que teve menos de meio por cento dos votos na última eleição presidencial, em 2002.
Segundo ele, a política liberal do governo Lula está "dando as costas aos princípios e à base social do Partido dos Trabalhadores".
Para Glückstein, a política econômica e as privatizações deram margem ao surgimento da corrupção, que não é apenas um fenômeno brasileiro, como ele prefere frisar.
Glückstein não acha, no entanto, que a imagem de Lula esteja arranhada, mesmo porque os escândalos de corrupção não estão relacionados com o presidente.
"O sucesso do PT na época da eleição de Lula corre o risco de se tornar apenas uma lembrança, se não houver uma mudança em termos de política econômica", diz ele.
Festa
A imprensa francesa vem publicando esporadicamente alguns artigos sobre o escândalo do PT, mas não tem dado muito destaque.
O "Le Monde", por exemplo, publicou apenas uma nota de dez linhas sobre a mudança na presidência do partido.
A expectativa, portanto, é de que o clima da visita presidencial neste Ano do Brasil na França seja de festa.
Lula estará ao lado do presidente francês, Jacques Chirac, na tribuna de honra durante o desfile militar de 14 de julho, dia da festa nacional francesa que celebra a queda da prisão da Bastilha, marco da Revolução Francesa.
A parada militar será aberta pela banda marcial dos Fuzileiros Navais brasileiros, uma honra raramente concedida a outros países, dada a importância da festa para os franceses.
O presidente Lula deve também ter um encontro com empresários franceses na quarta-feira.
Segundo fontes ouvidas pela BBC Brasil, eles estariam acompanhando a crise política no Brasil. Mas também evitam fazer comentários sobre o assunto.
Programa
O presidente brasileiro terá uma verdadeira maratona de compromissos nesta visita de três dias a França.
Na quarta, ele deve participar de um debate na Universidade da Sorbonne sobre o Brasil e fará também um discurso em um seminário das federações de ONGs brasileiras e francesas, a Abong, e a Coordination Sud, respectivamente.
À noite, ele será recebido pelo prefeito de Paris, o socialista Bertrand Delanoë.
A visita, que inclui ainda passagens pelas exposições sobre o Brasil em Paris, presença em um show com grandes nomes da MPB na Bastilha e assistir à tradicional queima de fogos do 14 de julho, não é so festiva.
Lula também vai aproveitar para discutir assuntos de interesse do Brasil.
Na sexta-feira, ele terá reuniões Jacques Chirac e o primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, para discutir relações bilaterais e assuntos como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a questão do Haiti.
Acordos bilaterais também serão assinados. Entre eles, o da construção da ponte sobre o Oiapoque e também outros nas áreas de energia, aeronáutica e alta-tecnologia.
Especial
Leia a cobertura completa sobre o caso do "mensalão"
Franceses devem ignorar "mensalão" durante visita de Lula
DANIELA FERNANDESda BBC Brasil, em Paris
As ONGs e os partidos políticos que vão participar de encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua visita a Paris, que começa nesta quarta-feira, devem poupá-lo de comentários e perguntas sobre a crise do "mensalão" e de seu governo.
Representantes das ONGs e políticos de esquerda preferem não fazer comentários a respeito antes da vista e dizem, em geral na condição de anonimato, que a questão se trata de um problema interno brasileiro.
Além disso, o Partido Socialista francês também enfrenta uma crise interna em razão da forte divisão ocorrida em relação ao referendo sobre a Constituição Européia e está preocupado com seus próprios assuntos.
O único político ouvido pela BBC Brasil que se pronunciou sobre a crise política no Brasil foi o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da França, Daniel Glückstein, que teve menos de meio por cento dos votos na última eleição presidencial, em 2002.
Segundo ele, a política liberal do governo Lula está "dando as costas aos princípios e à base social do Partido dos Trabalhadores".
Para Glückstein, a política econômica e as privatizações deram margem ao surgimento da corrupção, que não é apenas um fenômeno brasileiro, como ele prefere frisar.
Glückstein não acha, no entanto, que a imagem de Lula esteja arranhada, mesmo porque os escândalos de corrupção não estão relacionados com o presidente.
"O sucesso do PT na época da eleição de Lula corre o risco de se tornar apenas uma lembrança, se não houver uma mudança em termos de política econômica", diz ele.
Festa
A imprensa francesa vem publicando esporadicamente alguns artigos sobre o escândalo do PT, mas não tem dado muito destaque.
O "Le Monde", por exemplo, publicou apenas uma nota de dez linhas sobre a mudança na presidência do partido.
A expectativa, portanto, é de que o clima da visita presidencial neste Ano do Brasil na França seja de festa.
Lula estará ao lado do presidente francês, Jacques Chirac, na tribuna de honra durante o desfile militar de 14 de julho, dia da festa nacional francesa que celebra a queda da prisão da Bastilha, marco da Revolução Francesa.
A parada militar será aberta pela banda marcial dos Fuzileiros Navais brasileiros, uma honra raramente concedida a outros países, dada a importância da festa para os franceses.
O presidente Lula deve também ter um encontro com empresários franceses na quarta-feira.
Segundo fontes ouvidas pela BBC Brasil, eles estariam acompanhando a crise política no Brasil. Mas também evitam fazer comentários sobre o assunto.
Programa
O presidente brasileiro terá uma verdadeira maratona de compromissos nesta visita de três dias a França.
Na quarta, ele deve participar de um debate na Universidade da Sorbonne sobre o Brasil e fará também um discurso em um seminário das federações de ONGs brasileiras e francesas, a Abong, e a Coordination Sud, respectivamente.
À noite, ele será recebido pelo prefeito de Paris, o socialista Bertrand Delanoë.
A visita, que inclui ainda passagens pelas exposições sobre o Brasil em Paris, presença em um show com grandes nomes da MPB na Bastilha e assistir à tradicional queima de fogos do 14 de julho, não é so festiva.
Lula também vai aproveitar para discutir assuntos de interesse do Brasil.
Na sexta-feira, ele terá reuniões Jacques Chirac e o primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, para discutir relações bilaterais e assuntos como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e a questão do Haiti.
Acordos bilaterais também serão assinados. Entre eles, o da construção da ponte sobre o Oiapoque e também outros nas áreas de energia, aeronáutica e alta-tecnologia.
Especial
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice