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14/07/2005 - 12h08

Identificação de suspeitos por atentados surpreende parentes

da BBC Brasil

A identificação de três jovens da região de West Yorkshire, centro da Inglaterra, como prováveis autores dos atentados a Londres na semana passada causou surpresa entre parentes e familiares.

Os três eram moradores de bairros residenciais e, apesar de pelo menos dois deles já terem tido problemas com a polícia, para seus conhecidos nada poderia sugerir que eles pudessem se envolver em ações como as que ocorreram na capital britânica.

Um dos acusados, Shehzad Tanweer, tinha 22 anos e nasceu em Bradford, mas passou a maior parte de sua vida na área de Beeston, na vizinha Leeds.

Era formado em ciência dos esportes pela Universidade Metropolitana de Leeds e seus principais interesses eram cricket e jiu-jitsu. Em 2004, ele havia sido preso por desordem pública e recebeu uma advertência.

Estudos religiosos

Em entrevista a jornais britânicos, amigos de Tanweer disseram que ele era uma pessoa quieta e muito religiosa, que não tinha muito interesse em política.

O pai de Tanweer, de origem paquistanesa, é dono de uma lanchonete que vende um dos tradicionais pratos britânicos, peixe frito com batatas fritas. Seu tio, Bashir Ahmed, 65 anos, disse que a família se sentia "destruída" pela revelação de que ele poderia estar envolvido nos ataques.

"Ele (Tanweer) tinha orgulho de ser britânico e tinha a vida inteira pela frente. Seus pais o amavam e lhe davam apoio. Ele era uma pessoa muito gentil e tranqüila. Era respeitado por todos", disse.

"Ele é o tipo de cara que condenaria atos como este", disse um amigo que costumava praticar esportes com Tanweer.

Apesar de tudo isso, segundo a polícia, Shehzad Tanweer seria o responsável pela explosão da bomba em um trem do metrô de Londres, entre as estações de Aldgate e Liverpool Street, na qual sete pessoas, incluindo o próprio Tanweer, morreram e outras cem ficaram feridas.

Vizinho

A pouca distância de onde o pai de Tanweer tem sua lanchonete vivia Hasib Hussain, de 18 anos, que seria amigo de Shehzad Tanweer e teria se transformado em uma pessoa muito religiosa há dois anos.

Em 2004, ele foi preso por roubo e depois também recebeu uma advertência.

Segundo vizinhos, ele passou toda sua vida na área de Holbeck, em Leeds. Um vizinho descreveu os membros de sua família como pessoas "muito gentis", apesar de não conhecê-los muito bem.

Hussain disse à sua família que estava viajando a Londres para visitar amigos.

Ele teria, na verdade, embarcado no ônibus da rota 30 em Londres, na manhã de quinta-feira, 7 de julho, com explosivos suficientes para arrancar o teto do veículo e matar 13 pessoas.

Sua carteira de motorista e cartões de débito foram encontrados nos destroços do ônibus.

Mulher e filha

O terceiro suspeito, Mohammed Sidique Khan, vivia na cidade de Dewsbury, a pouca distância de Leeds.

Ele seria casado com uma professora, que os jornais identificaram como Hasina Khan, e teria uma filha pequena.

Khan, de 30 anos, teria trabalhado em uma escola primária de Leeds, lidando principalmente com crianças que têm necessidades especiais.

Sharon Stevens, que tem um filho estudando na escola primária, Hillside Primary School, disse que todos na escola estavam "muito chocados".

"Ele era compreensivo e trabalhava para as crianças e os pais. Dava muito apoio às crianças e aos pais", disse.

Um vizinho de Khan afirmou que "não sabia que ele tinha tendências religiosas. Vou à mesquita local e nunca o vi por lá".

Documentos de Mohammed Sidique Khan foram encontrados nos destroços da explosão na estação de Edgware Road, onde, até o momento, foram confirmadas sete mortes.
 

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