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04/08/2005
-
07h47
da BBC Brasil, em Washington
O general Urano Teixeira da Matta Bacellar, que assume o comando da missão de paz da ONU no Haiti (Minustah, na sigla em francês) no fim do mês esteve no país apenas uma vez, por apenas um dia, e é cauteloso com seus planos no comando das tropas.
"Ainda é muito prematuro falar de expectativas. Ainda vou me reunir com a chefia da missão na ONU, para a transmissão do cargo", disse o general Bacellar, que ainda está no Brasil.
Ele se reúne com o atual comandante da missão, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, na sede da ONU, em Nova York, nos dias 23 e 24 deste mês. Em seguida, os dois seguem para Porto Príncipe para a passagem de comando militar.
"Pretendo apenas dar prosseguimento ao trabalho que vem sendo feito. Qualquer outra medida vai depender do que for acertado com a chefia da missão e outras pessoas envolvidas", afirmou.
Sobre a violência que ainda domina o país, principalmente a capital, Bacellar disse que ainda não tem elementos para avaliar possíveis mudanças na atuação das tropas. "Este é o tipo de avaliação que vai ser feito lá nas Nações Unidas", afirmou.
O general Bacellar vai herdar um contingente de 6.250 militares de 12 países, 500 a menos do que o total de alguns meses atrás. Falta chegar também o reforço de mais 800 homens prometido na renovação da missão, em junho. O maior contingente é brasileiro, de 1,2 mil militares. A missão atual vai até fevereiro do próximo ano.
General Heleno
O general Heleno, que se despede do país no fim do mês depois de um ano e dois meses na função, disse que a situação melhorou muito no país nas últimas três semanas, após uma grande operação nos bairros pobres de Cité Soleil e Bel Air, em Porto Príncipe.
O controle dessas áreas foi possível, segundo ele, porque a polícia haitiana instalou postos de controle em Cité Soleil e as tropas brasileiras estão controlando Bel Air.
"O mais importante é que a população do Haiti tem uma sensação de segurança", afirmou.
Um outro fator que contribuiu para a melhora da segurança, segundo ele, é que desde meados de julho todas as tropas de Porto Príncipe estavam completas.
"Isso não é uma coisa que eu podia falar na época, mas em junho tivemos o rodízio de tropas dos quatro países que trabalham na capital", disse o general Heleno. A capital é controlada por tropas do Brasil, Jordânia, Sri Lanka e Peru.
"Muitas vezes fiquei com menos da metade de contingente operacional, porque tinha uma tropa entrando e outra saindo ao mesmo tempo", explicou.
Dificuldade
Questionado sobre a diferença entre o país que recebeu e o que entrega ao seu sucessor, o general Heleno disse que a missão continua difícil. "Agora os problemas são um pouco diferentes. Estamos bem perto das eleições, mas tem uma vantagem que é que todos os problemas logísticos já foram resolvidos", disse.
O general reconhece que a violência continua. "Se a situação fosse de absoluta calma não tinha missão de paz", afirma.
No país mais pobre da América Latina, a violência política e a criminalidade se misturam, diz ele. "Ao mesmo tempo que tem ações de natureza política (...) há outras ações como seqüestro, com o pedido de resgate. Tudo isso acaba contribuindo para este clima de violência, e fica difícil separar as coisas."
O general Heleno avalia que existe segurança suficiente para a realização das eleições, marcadas para outubro (municipais), novembro e dezembro (presidente e Congresso), mas afirma que elas não estarão isentas de problemas.
"Eu não acredito que tenhamos eleições sem nenhum problema. Isso é sonho, é utopia. Em 99% do país vai ter absoluta tranqüilidade, mas pode ser que em algum local aconteça algum distúrbio, como aconteceu em todos os outros lugares onde houve eleições em países conturbados", avalia.
Novo comandante nega mudança de estratégia no Haiti
DENIZE BACOCCINAda BBC Brasil, em Washington
O general Urano Teixeira da Matta Bacellar, que assume o comando da missão de paz da ONU no Haiti (Minustah, na sigla em francês) no fim do mês esteve no país apenas uma vez, por apenas um dia, e é cauteloso com seus planos no comando das tropas.
"Ainda é muito prematuro falar de expectativas. Ainda vou me reunir com a chefia da missão na ONU, para a transmissão do cargo", disse o general Bacellar, que ainda está no Brasil.
Ele se reúne com o atual comandante da missão, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, na sede da ONU, em Nova York, nos dias 23 e 24 deste mês. Em seguida, os dois seguem para Porto Príncipe para a passagem de comando militar.
"Pretendo apenas dar prosseguimento ao trabalho que vem sendo feito. Qualquer outra medida vai depender do que for acertado com a chefia da missão e outras pessoas envolvidas", afirmou.
Sobre a violência que ainda domina o país, principalmente a capital, Bacellar disse que ainda não tem elementos para avaliar possíveis mudanças na atuação das tropas. "Este é o tipo de avaliação que vai ser feito lá nas Nações Unidas", afirmou.
O general Bacellar vai herdar um contingente de 6.250 militares de 12 países, 500 a menos do que o total de alguns meses atrás. Falta chegar também o reforço de mais 800 homens prometido na renovação da missão, em junho. O maior contingente é brasileiro, de 1,2 mil militares. A missão atual vai até fevereiro do próximo ano.
General Heleno
O general Heleno, que se despede do país no fim do mês depois de um ano e dois meses na função, disse que a situação melhorou muito no país nas últimas três semanas, após uma grande operação nos bairros pobres de Cité Soleil e Bel Air, em Porto Príncipe.
O controle dessas áreas foi possível, segundo ele, porque a polícia haitiana instalou postos de controle em Cité Soleil e as tropas brasileiras estão controlando Bel Air.
"O mais importante é que a população do Haiti tem uma sensação de segurança", afirmou.
Um outro fator que contribuiu para a melhora da segurança, segundo ele, é que desde meados de julho todas as tropas de Porto Príncipe estavam completas.
"Isso não é uma coisa que eu podia falar na época, mas em junho tivemos o rodízio de tropas dos quatro países que trabalham na capital", disse o general Heleno. A capital é controlada por tropas do Brasil, Jordânia, Sri Lanka e Peru.
"Muitas vezes fiquei com menos da metade de contingente operacional, porque tinha uma tropa entrando e outra saindo ao mesmo tempo", explicou.
Dificuldade
Questionado sobre a diferença entre o país que recebeu e o que entrega ao seu sucessor, o general Heleno disse que a missão continua difícil. "Agora os problemas são um pouco diferentes. Estamos bem perto das eleições, mas tem uma vantagem que é que todos os problemas logísticos já foram resolvidos", disse.
O general reconhece que a violência continua. "Se a situação fosse de absoluta calma não tinha missão de paz", afirma.
No país mais pobre da América Latina, a violência política e a criminalidade se misturam, diz ele. "Ao mesmo tempo que tem ações de natureza política (...) há outras ações como seqüestro, com o pedido de resgate. Tudo isso acaba contribuindo para este clima de violência, e fica difícil separar as coisas."
O general Heleno avalia que existe segurança suficiente para a realização das eleições, marcadas para outubro (municipais), novembro e dezembro (presidente e Congresso), mas afirma que elas não estarão isentas de problemas.
"Eu não acredito que tenhamos eleições sem nenhum problema. Isso é sonho, é utopia. Em 99% do país vai ter absoluta tranqüilidade, mas pode ser que em algum local aconteça algum distúrbio, como aconteceu em todos os outros lugares onde houve eleições em países conturbados", avalia.
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