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11/08/2005 - 05h16

Oposição e política neoliberal devem salvar Lula, diz 'Herald Tribune'

da BBC Brasil

A oposição e a política econômica conservadora são os principais fatores que devem ajudar a salvar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de um impeachment, afirma um artigo desta quinta-feira do jornal Herald Tribune, do mesmo grupo do New York Times.

No longo artigo, o jornalista Larry Rohter --o mesmo que quase foi expulso do Brasil por dizer que o presidente tinmha problemas com bebida-- afirma que, se por um lado, "foi a disposição de Lula em jogar seguindo as regras tradicionais da política que o levou a problemas, é seu fracasso em desafiar as políticas econômicas neoliberais de seu predecessor que devem salvá-lo de um impeachment".

O articulista afirma que a política econômica do PT deveria ser o ponto fraco da presidência, mas que o Partido dos Trabalhadores "deu as costas às críticas ao capitalismo" e seu governo "se transformou em um favorito do Fundo Monetário Internacional (FMI)", adotando políticas ainda mais severas do que as recomendadas pela instituição.

Rohter descreve em detalhes o que está envolvido no escândalo do mensalão e do montante de dinheiro movimentado por pessoas ligadas ao governo.

Ele diz também que em contraste com a política econômica conservadora, o discurso político de Lula se aproxima cada vez mais do populismo ao estilo de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e que o presidente brasileiro está falando em um conspiração da elite contra ele.

Para o americano, no entanto, "se há uma conspiração ocorrendo no país ela é comandada pela oposição e por grandes empresários de São Paulo" e tem como objetivo "manter Lula no poder e não tirá-lo".

Venezuela

O jornal britânico Financial Times afirma em artigo de Richard Lapper na edição desta quinta-feira que o presidente venezuelano Hugo Chávez está usando as vastas reservas do petróleo no seu país para aumentar sua influência na América do Sul.

Chávez iniciou na quarta-feira uma viagem que já passou pelo Uruguai e deve alcançar Argentina e Brasil nesta quinta-feira.

Com o barril de petróleo alcançando os US$ 65, as reservas da Venezuela chegam a valores de US$ 30 bilhões, o que, segundo o jornal, permite que Chávez ajude governos amigos de esquerda ou centro-esquerda.

O Financial Times enumera os vários acordos econômicos de compra de títulos de dívidas externas de vários países da América Latina que a Venezuela pretende fechar.

Para o jornal, a diplomacia venezuelana estaria gerando temores em Washington, principalmente devido à amizade de Chávez com Cuba e com o Irã. Além disso, nesta semana, a Venezuela cancelou o acordo de cooperação com os Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas.

Irã

O impasse gerado pela retomada do programa nuclear no Irã também é destaque nas edições desta quinta-feira em vários jornais.

O espanhol El País disse que o Irã afirmou que Estados Unidos e Europa vão entrar em confronto com o país caso peçam sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) devido à retomada de seu programa nuclear.

O argentino Clarín lembra que os Estados Unidos teriam dificuldades em iniciar o pedido de sanções ao Irã devido às enormes reservas de petróleo do país e sua privilegiada posição estratégica, entre o Iraque o Afeganistão. Além do mais, o jornal argentino lembra que China e Rússia parecem reticentes quanto à proposta de sanções.

O jornal britânico The Independent afirma em artigo publicado em sua edição de quinta-feira que o Irã está arriscando as relações diplomáticas com países ocidentais ao retomar as atividades nucleares na usina de Isfaham.

Entretanto, segundo o jornal, diplomatas ocidentais afirmam que não há a vontade, entre os países que não possuem tecnologia nuclear, de pedir ao Conselho de Segurança da ONU sanções contra o Irã.

O The Independent informa que um diplomata teria dito que países como Brasil e Índia não vêem porque precisam ser levados ao Conselho de Segurança por algo que têm o direito legal de executar, numa referência ao direito do Irã de desenvolver energia nuclear seguindo o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.

O jornal britânico Financial Times afirma que a África do Sul apresentou uma proposta para tentar resolver a crise diplomática. Segundo diplomatas, o presidente sul-africano, Thabo Mbeki, se reuniu há duas semanas com o então chefe de negociações iraniano, Hassan Rowhani.

Os dois discutiram uma proposta que envolveria o envio de urânio para a África do Sul, para que uma parte do processamento fosse feito no país africano. A proposta visava diminuir os temores de que o Irã estaria processando urânio para construção de armas nucleares.

Mas, segundo o Financial Times, a proposta sul-africana tem poucas chances de sucesso e o próprio governo do Irã já afirmou que pretende centralizar o processo todo de beneficiamento de urânio dentro do país.
 

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