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16/08/2005
-
05h28
O jornal espanhol El País destaca em sua edição de terça-feira a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reagir à crise que afeta o governo com a formação de um gabinete especial.
"Lula resiste a jogar a toalha. O presidente brasileiro tem cada vez menos margem de manobra dentro da trama de corrupção que afeta o PT, mas ainda assim prepara uma nova tática para enfrentar a crise", diz o El País.
O jornal comenta também a decisão da oposição de não abrir processo de impeachment contra o presidente, afirmando que isso deixou-o animado a procurar uma tática pessoal para partir para a ofensiva.
"Lula tenta convencer seus assessores mais próximos, entre eles o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e da Economia, Antonio Palocci, de que a melhor defesa é o ataque", afirma o jornal, para quem o próximo passo do presidente deve ser pedir ao ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que reconheça sua culpa no escândalo.
A decisão da oposição de não pedir o impeachment de Lula também foi destaque na Argentina. O Clarín destaca que, apesar disso, a oposição decidiu pedir a abertura das contas de campanha de Lula.
"Até agora vinha-se tentando manter o presidente à margem do escândalo, mas as declarações (do publicitário) Duda Mendonça (a parlamentares) parecem comprometê-lo. A maioria da oposição não acredita na versão oficial de que Lula não estava ciente da rede de corrupção", diz o Clarín.
O La Nación também noticia a decisão: "A oposição continua evitando o pedido de processo político, mas quer juntar toda a munição possível para enfraquecer o presidente antes das eleições de outubro do ano que vem".
Gaza
Em Israel, o diário Haaretz destaca em uma análise o pronunciamento do primeiro-ministro Ariel Sharon, transmitido pela TV israelense, marcando a retirada israelense da Faixa de Gaza.
"Era o discurso de sua vida, a noite decisiva de sua turbulenta carreira, a partida de uma complexa operação que ele vem planejando e organizando há dois anos. Mas, mesmo neste momento, Sharon teve dificuldade em produzir uma retórica inspiradora."
O artigo afirma que Sharon falou de união interna e respeito mútuo, em vez de hostilidades e ódio, além de lembrar as futuras eleições.
Segundo o Haaretz, Sharon estaria seguindo o conselho de um amigo e assessor de que, neste momento, a esperança conta mais para os eleitores do que a segurança, a paz e a corrupção.
Mahmmoud Abbas
Na Grã-Bretanha, o jornal The Daily Telegraph traz editorial sobre a retirada, afirmando que "o destino da Palestina está agora nas mãos de um homem" - no caso, o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas.
O Telegraph afirma que haverá uma disputa de poder entre a Autoridade Palestina e o grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza, mas a AP deve prevalecer.
"Somente a bandeira da AP deve tremular em Gaza. Infestada por terroristas, afetada pela pobreza, é um local que não é propício para dar início a um Estado. Mas é aqui que o embriônico Estado conhecido como 'Palestina' deve amadurecer, se é que haverá paz no Oriente Médio."
Para o Telegraph, Sharon mostrou, com a retirada unilateral, que não são necessários "apertos de mão" para se alcançar progresso na região, e que agora caberá a Mahmoud Abbas dar o próximo passo.
Iraque
Também na Grã-Bretanha, o jornal The Independent traz editorial sobre a nova Constituição iraquiana, afirmando que independentemente do que seja decidido, "está claro que problemas consideráveis aguardam qualquer governo futuro" do país.
O jornal afirma que uma coisa é concordar, em teoria, com a Constituição, e outra é impô-la; e que uma divisão forçada entre os grupos étnicos iraquianos - no caso da federação - vai resultar num banho de sangue.
O Independent também comenta as dificuldades em se dividir os recursos naturais do Iraque, bem como a possível imposição das leis islâmicas para os sunitas.
"Considerando-se o atual estado do país fora da Zona Verde, em Bagdá, há várias razões para ser pessimista em relação ao futuro do Iraque. O acordo dos representantes políticos sobre uma nova Constituição vai representar apenas uma tentativa de primeiro passo em uma estrada bastante perigosa."
Lula se nega a jogar a toalha, diz 'El País'
da BBC BrasilO jornal espanhol El País destaca em sua edição de terça-feira a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reagir à crise que afeta o governo com a formação de um gabinete especial.
"Lula resiste a jogar a toalha. O presidente brasileiro tem cada vez menos margem de manobra dentro da trama de corrupção que afeta o PT, mas ainda assim prepara uma nova tática para enfrentar a crise", diz o El País.
O jornal comenta também a decisão da oposição de não abrir processo de impeachment contra o presidente, afirmando que isso deixou-o animado a procurar uma tática pessoal para partir para a ofensiva.
"Lula tenta convencer seus assessores mais próximos, entre eles o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e da Economia, Antonio Palocci, de que a melhor defesa é o ataque", afirma o jornal, para quem o próximo passo do presidente deve ser pedir ao ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que reconheça sua culpa no escândalo.
A decisão da oposição de não pedir o impeachment de Lula também foi destaque na Argentina. O Clarín destaca que, apesar disso, a oposição decidiu pedir a abertura das contas de campanha de Lula.
"Até agora vinha-se tentando manter o presidente à margem do escândalo, mas as declarações (do publicitário) Duda Mendonça (a parlamentares) parecem comprometê-lo. A maioria da oposição não acredita na versão oficial de que Lula não estava ciente da rede de corrupção", diz o Clarín.
O La Nación também noticia a decisão: "A oposição continua evitando o pedido de processo político, mas quer juntar toda a munição possível para enfraquecer o presidente antes das eleições de outubro do ano que vem".
Gaza
Em Israel, o diário Haaretz destaca em uma análise o pronunciamento do primeiro-ministro Ariel Sharon, transmitido pela TV israelense, marcando a retirada israelense da Faixa de Gaza.
"Era o discurso de sua vida, a noite decisiva de sua turbulenta carreira, a partida de uma complexa operação que ele vem planejando e organizando há dois anos. Mas, mesmo neste momento, Sharon teve dificuldade em produzir uma retórica inspiradora."
O artigo afirma que Sharon falou de união interna e respeito mútuo, em vez de hostilidades e ódio, além de lembrar as futuras eleições.
Segundo o Haaretz, Sharon estaria seguindo o conselho de um amigo e assessor de que, neste momento, a esperança conta mais para os eleitores do que a segurança, a paz e a corrupção.
Mahmmoud Abbas
Na Grã-Bretanha, o jornal The Daily Telegraph traz editorial sobre a retirada, afirmando que "o destino da Palestina está agora nas mãos de um homem" - no caso, o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas.
O Telegraph afirma que haverá uma disputa de poder entre a Autoridade Palestina e o grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza, mas a AP deve prevalecer.
"Somente a bandeira da AP deve tremular em Gaza. Infestada por terroristas, afetada pela pobreza, é um local que não é propício para dar início a um Estado. Mas é aqui que o embriônico Estado conhecido como 'Palestina' deve amadurecer, se é que haverá paz no Oriente Médio."
Para o Telegraph, Sharon mostrou, com a retirada unilateral, que não são necessários "apertos de mão" para se alcançar progresso na região, e que agora caberá a Mahmoud Abbas dar o próximo passo.
Iraque
Também na Grã-Bretanha, o jornal The Independent traz editorial sobre a nova Constituição iraquiana, afirmando que independentemente do que seja decidido, "está claro que problemas consideráveis aguardam qualquer governo futuro" do país.
O jornal afirma que uma coisa é concordar, em teoria, com a Constituição, e outra é impô-la; e que uma divisão forçada entre os grupos étnicos iraquianos - no caso da federação - vai resultar num banho de sangue.
O Independent também comenta as dificuldades em se dividir os recursos naturais do Iraque, bem como a possível imposição das leis islâmicas para os sunitas.
"Considerando-se o atual estado do país fora da Zona Verde, em Bagdá, há várias razões para ser pessimista em relação ao futuro do Iraque. O acordo dos representantes políticos sobre uma nova Constituição vai representar apenas uma tentativa de primeiro passo em uma estrada bastante perigosa."
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