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01/09/2005
-
10h56
da BBC Brasil
Ela descreve o funk carioca --ou funk favela, como chama o estilo musical celebrizado pelo DJ Marlboro-- como "a coisa mais poderosa" que já escutou.
"É a música que melhor representa o som vindo dos guetos. É um estilo que lembra o começo do hip hop. O funk é grande o bastante para dominar o mundo", afirma a cantora M.I.A., um dos destaques da black music britânica e que se apresenta no Tim Festival, nos dias 22 de outubro, no Rio, e no dia 23 do mesmo mês, em São Paulo.
Diante de tanto entusiamo em relação ao funk, não é de estranhar que M.I.A. esteja ávida para subir aos palcos no Brasil ao lado de uma de suas "musas inspiradoras", a funkeira carioca Deise Tigrona.
Em "Bucky Done Gun", uma das faixas de "Arular", o primeiro disco de M.I.A., a cantora e Diplo, seu produtor/namorado, sampleou um trecho do funk "Injeção", interpretado originalmente por Deise Tigrona e produzido por Marlboro, que mais tarde, em retribuição, remixou a música de M.I.A, que aprovou a versão.
"Adoraria fazer um dueto com Deise, mas só vamos cantar em português. Porque se não, minha mãe não vai gostar. Vou dar para ela uma folha de papel de mentirinha com umas letras em inglês dizendo coisas como: 'Jesus te ama".", comenta M.I.A, que apesar de não ser das mais pudicas em suas letras está longe de ser tão maliciosoa quanto uma Tatty Quebra-Barraco.
Raízes
Em comum com as funkeiras, M.I.A. tem a origem humilde. Ela nasceu no Sri Lanka e veio para a Grã-Bretanha aos dez anos de idade trazida por sua mãe, que chegou ao país como refugiada.
Sua família pertence à etnia tamil. Seu pai é um ex-militante rebelde do grupo guerrilheiro Tigres Tâmeis, que permaneceu em seu país natal e, ainda hoje, tem pouco contato com a cantora, supostamente por motivos de segurança.
Até por conta de sua origem conturbada, M.I.A. vê com naturalidade o tom político de suas letras. Ela afirma que o tema de uma de suas músicas, "Sunshowers", chegou até a antecipar episódios como a morte do eletricista Jean Charles de Menezes pela polícia de Londres.
Jean Charles
"Quando eu escrevi há dois anos versos como: 'Eles o encurralaram e simplesmente o assassinaram', as pessoas me perguntavam: 'Do que diabos você está falando?'."
De acordo com a cantora, o governo britânico e a mídia incutiram na população um clima de medo e de desconfiança após os atentados de 7 de julho deste ano, em Londres.
"Se até as autoridades agem de forma completamente louca e sem sentido, as pessoas também começam a assimilar essa loucura. Agora, até a comunidade brasileira em Londres está se sentindo acuada."
Talvez por estar saturada das mazelas londrinas, M.I.A. planeja até passar férias de um mês no Brasil, após seus shows no Tim Festival.
"No início, o pêndulo estava voltado para o lado de artistas muito ricos, que lotavam estádios, como Bruce Springsteen e Rod Stewart. Hoje, os artistas que lotam estádios são os de hip hop, como Jay Z, 50 Cent e Eminem. Espero que o pêndulo vá para o lado do Brasil, onde há garotos fazendo música de qualidade com o mínimo de recursos."
Funk carioca vai dominar o mundo, diz "funkeira britânica"
BRUNO GARCEZda BBC Brasil
Ela descreve o funk carioca --ou funk favela, como chama o estilo musical celebrizado pelo DJ Marlboro-- como "a coisa mais poderosa" que já escutou.
"É a música que melhor representa o som vindo dos guetos. É um estilo que lembra o começo do hip hop. O funk é grande o bastante para dominar o mundo", afirma a cantora M.I.A., um dos destaques da black music britânica e que se apresenta no Tim Festival, nos dias 22 de outubro, no Rio, e no dia 23 do mesmo mês, em São Paulo.
Diante de tanto entusiamo em relação ao funk, não é de estranhar que M.I.A. esteja ávida para subir aos palcos no Brasil ao lado de uma de suas "musas inspiradoras", a funkeira carioca Deise Tigrona.
Em "Bucky Done Gun", uma das faixas de "Arular", o primeiro disco de M.I.A., a cantora e Diplo, seu produtor/namorado, sampleou um trecho do funk "Injeção", interpretado originalmente por Deise Tigrona e produzido por Marlboro, que mais tarde, em retribuição, remixou a música de M.I.A, que aprovou a versão.
"Adoraria fazer um dueto com Deise, mas só vamos cantar em português. Porque se não, minha mãe não vai gostar. Vou dar para ela uma folha de papel de mentirinha com umas letras em inglês dizendo coisas como: 'Jesus te ama".", comenta M.I.A, que apesar de não ser das mais pudicas em suas letras está longe de ser tão maliciosoa quanto uma Tatty Quebra-Barraco.
Raízes
Em comum com as funkeiras, M.I.A. tem a origem humilde. Ela nasceu no Sri Lanka e veio para a Grã-Bretanha aos dez anos de idade trazida por sua mãe, que chegou ao país como refugiada.
Sua família pertence à etnia tamil. Seu pai é um ex-militante rebelde do grupo guerrilheiro Tigres Tâmeis, que permaneceu em seu país natal e, ainda hoje, tem pouco contato com a cantora, supostamente por motivos de segurança.
Até por conta de sua origem conturbada, M.I.A. vê com naturalidade o tom político de suas letras. Ela afirma que o tema de uma de suas músicas, "Sunshowers", chegou até a antecipar episódios como a morte do eletricista Jean Charles de Menezes pela polícia de Londres.
Jean Charles
"Quando eu escrevi há dois anos versos como: 'Eles o encurralaram e simplesmente o assassinaram', as pessoas me perguntavam: 'Do que diabos você está falando?'."
De acordo com a cantora, o governo britânico e a mídia incutiram na população um clima de medo e de desconfiança após os atentados de 7 de julho deste ano, em Londres.
"Se até as autoridades agem de forma completamente louca e sem sentido, as pessoas também começam a assimilar essa loucura. Agora, até a comunidade brasileira em Londres está se sentindo acuada."
Talvez por estar saturada das mazelas londrinas, M.I.A. planeja até passar férias de um mês no Brasil, após seus shows no Tim Festival.
"No início, o pêndulo estava voltado para o lado de artistas muito ricos, que lotavam estádios, como Bruce Springsteen e Rod Stewart. Hoje, os artistas que lotam estádios são os de hip hop, como Jay Z, 50 Cent e Eminem. Espero que o pêndulo vá para o lado do Brasil, onde há garotos fazendo música de qualidade com o mínimo de recursos."
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