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07/09/2005 - 13h59

Brasil tem 8ª maior desigualdade do mundo, diz ONU

da BBC Brasil

O Brasil tem a oitava maior desigualdade social do mundo entre 128 países que tiveram essa variável avaliada pelo Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, divulgado mundialmente nesta quarta-feira.

A desigualdade social é apontada pelo relatório, preparado pelo PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas), como principal entrave ao crescimento econômico, além de ser 'injusto', 'economicamente dispendioso' e 'socialmente desestabilizador'.

Segundo o relatório, o Brasil está em 63º lugar entre 177 países no ranking de qualidade de vida, medido pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

O IDH é um índice calculado com base em variáveis como a expectativa de vida, a renda per capita, dados de saúde pública e de educação.

Numa escala entre 0 (menos desenvolvido) e 1 (mais desenvolvido), o índice do Brasil ficou em 0,792. O primeiro país da lista é a Noruega, com 0,963, e o 177º e último é o Níger, com 0,281.

Os dados considerados no relatório são de 2003, primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No relatório do ano passado, que considerava os dados de 2002, o Brasil aparecia na 72ª posição, com um IDH de 0,775.

Desenvolvimento X desigualdade

Apesar de ter um IDH próximo ao que o PNUD estabelece como o mínimo para considerar o país como desenvolvido (0,800), o Brasil é apontado pelo relatório como um dos países mais desiguais do mundo.

O coeficiente Gini (indicador que mede a concentração de renda de um país e indica desigualdade maior à medida que se aproxima de 100) do Brasil, de 59,3, é mais baixo apenas do que o de seis países da África e o da Guatemala.

O país mais desigual do mundo, segundo o relatório, é a Namíbia, com um coeficiente Gini de 70,7.

Os países menos desiguais são a Dinamarca, com um coeficiente Gini de 24,7, e o Japão, com 24,9.

Objetivos do milênio

O Relatório de Desenvolvimento Humano aponta que apesar de apenas 18 dos 177 países analisados terem apresentado uma regressão no IDH desde os anos 1990, o ritmo de desenvolvimento mundial está aquém das metas estabelecidas em 2000 pela Cúpula do Milênio da ONU.

Os chamados Objetivos do Milênio, estabelecidos na cúpula, incluem cortar pela metade o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, reduzir a mortalidade infantil em dois terços e atingir a universalização da educação até 2015.

Para possibilitar o cumprimento dos Objetivos do Milênio, o PNUD pede mudanças "dramáticas" na ajuda financeira global, nas regras de comércio internacional e nas políticas de segurança.

"Os Objetivos do Milênio eram uma nota promissória, escrita por 189 governos aos pobres de todo o mundo. Essa nota vence em menos de dez anos, e sem os necessários investimento e vontade política, vai voltar com o carimbo 'fundos insuficientes", afirma Kevin Watkins, principal autor do relatório.

Entre os problemas apontados pelo relatório está o fato de 50 países (quase metade deles na África), com uma população total de quase 900 milhões de pessoas, terem regredido em pelo menos uma das metas do milênio.

Além disso, outros 65 países, com uma população total de 1,2 bilhão, não conseguirão atingir todas as metas antes de 2040 se continuarem com o atual ritmo de melhora no desenvolvimento humano.
 

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