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24/09/2005 - 14h57

Com comércio fechado, hóteis viram refúgio em Houston

DENIZE BACOCCINA
da BBC Brasil, em Houston

Com lojas, supermercados e restaurantes fechados, os grandes hotéis de Houston se tornaram um porto seguro não somente para as centenas de jornalistas que se deslocaram de todo o país para cobrir o furacão Rita, mas também para moradores que não consideram suas casas suficientemente seguras.

Difícil, às vésperas do furacão, é conseguir um quarto de hotel na cidade.

O Hilton no centro da cidade, hospeda, além das equipes da BBC, outros 3 mil hóspedes e tem todos os 202 quartos ocupados. "Temos mais hóspedes do que o normal, porque todos os quartos têm duas ou três pessoas", disse a gerente de relações públicas do hotel, Jassie O'Neill-Cox.

O hotel também está recebendo cerca de 250 funcionários e suas famílias. "Eles podiam escolher entre sair da cidade ou continuar trabalhando e vir para cá com a família", contou.

O saguão do hotel oferece nos últimos dias um cenário diferente do habitual grupo de homens de negócios. Famílias vieram para o hotel trazendo não apenas objetos pessoais, mas também seus animais de estimação.

Plano de emergência

Apesar da sólida estrutura de concreto, o hotel registrou todos os hóspedes para um plano de emergência que inclui evacuar todos os quartos e acomodar os hóspedes no salão de baile do prédio, um local sem janelas no segundo andar e no meio do edifício.

"Quando tivermos uma avaliação da intensidade da tempestade em Houston, uma sirene vai tocar e o sistema de som vai dar instruções de como proceder", explicou um funcionário. Os hóspedes receberam uma pulseira com identificação, uma lanterna descartável e uma vareta de iluminação, porque é quase certo que haverá falta de energia elétrica. Receberam também instruções de encher a banheira de água e a ducha desta sexta-feira pode ser a última em vários dias.

O hotel tem gerador, mas Jassie, a gerente de RP, explicou que a energia será poupada para a iluminação nas áreas públicas e para as geladeiras da cozinha. Os quartos devem ficar às escuras.

O gerador é suficiente para dois dias, mas o hotel estava tentando, durante o dia, conseguir um outro aparelho, segundo Jassie. O hotel está oferecendo um cardápio reduzido, mas garantiu aos hóspedes que haverá água e comida durante o furacão e nos dias seguintes.

O argentino Daniel Rogovsky, em Houston há dois anos, achou que a casa onde mora não é suficientemente forte para agüentar a tempestade e levou a mulher e os dois filhos, de seis e cinco anos, para o hotel.

"Pensávamos em ir para Dallas, mas na quinta-feira de madrugada, quando devíamos sair, o congestionamento era muito grande e desistimos. Começamos então a tentar os hotéis da cidade e conseguimos lugar neste", contou Rogovsky. Nesta sexta-feira de manhã, ele estava mostrando à filha Nadia, de seis anos, o salão para onde todos os hóspedes serão levados se o vento em direção a Houston for muito forte.

O americano Jeff Chapman, que também mora em Houston numa região sujeita a inundação, levou a família para o hotel pelo mesmo motivo. "Tentamos sair e não conseguimos. Então adotei a segunda melhor opção, que era vir para um hotel seguro", contou.

Enquanto isso, Bobbilwn Lions deixava o hotel com seu cãozinho de estimação. Ela já havia se abastecido com água e comida e voltava para casa, depois de passar uns dias no hotel para comemorar o aniversário da mãe. "Onde eu moro é seguro, e achei melhorar liberar o quarto para quem precisa mais", afirmou.
 

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