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29/09/2005
-
01h43
da BBC Brasil, em Brasília
A eleição do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) para a Presidência da Câmara foi comemorada na noite de quarta-feira como uma vitória importante para o governo, que se mobilizou para garantir o sucesso do ex-ministro na disputa.
O esforço para eleger Aldo foi coordenado pelo ministro de Relações Institucionais, Jacques Wagner, e incluiu a atuação de outros ministros, encarregados de pedir votos às bancadas de partidos aliados.
Além disso, o governo prometeu liberar mais de R$ 600 milhões para o Ministério dos Transportes com o objetivo de garantir o apoio do PL, partido do ministro Alfredo Nascimento, a Aldo Rebelo.
"O governo teve que jogar duro, teve que se empenhar em barganhas que são percebidas pela opinião pública, especialmente na crise que se está vivendo, de uma maneira negativa", afirma o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
"Mas isso, em uma perspectiva realística, todos sabem que é parte do jogo político", acrescenta Wanderley Reis. "Era uma manobra arriscada. O governo jogou tudo nessa manobra e acabou dando certo. Tenho a impressão de que o significado positivo para o governo é inequívoco."
Vantagem apertada
Mesmo com toda a ajuda do governo, no entanto, o deputado Aldo Rebelo só conseguiu a vitória no segundo turno, e ainda assim com uma vantagem de apenas 15 votos sobre o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), candidato da oposição.
Na opinião do professor emérito da UFMG, apesar da eleição de Aldo, o governo vai continuar a enfrentar dificuldades no Congresso, mas, pela primeira vez desde o início da atual crise e após um longo período de "desastres na atuação política", o Palácio do Planalto pode comemorar uma vitória importante.
"Acho que isso significa um respiro importante, inclusive para a figura do (presidente) Lula", avalia o cientista político. "Dá maior vigor e torna mais plausível a idéia de uma candidatura à reeleição e da eventual viabilidade dessa reeleição."
Fábio Wanderley Reis destaca ainda que a vitória de Aldo Rebelo demonstrou o acerto do governo ao lançar a candidatura de um deputado que não pertence ao PT, mas, ainda assim, é ligado ao Planalto --o novo presidente da Câmara foi ministro da Coordenação Política entre janeiro de 2004 e julho de 2005.
"Foi um reconhecimento por parte do governo de que tentar colocar na presidência da Câmara um membro do seu partido seria algo mais difícil", afirma o professor. "O partido está dividido, está em um processo de eleição e está sendo abandonado por figuras que têm um certo simbolismo."
Um dos militantes históricos que abandonaram o PT nos últimos dias foi o advogado e ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, que se filiou ao PSOL.
Ao deixar o partido, Plínio manifestou descontentamento com o que descreveu como "uma oligarquia (do partido) que se autoperpetua no poder", disse que o PT "se rendeu ao neoliberalismo" e admitiu preocupação com o futuro do partido.
"Ali dentro tem 25 anos de uma esperança popular enorme, e isso não pode ser jogado fora", afirmou. "Eu me preocupo e desejo ardentemente que o PT se reconstrua e se torne, de novo, um partido de esquerda, que o PT volte a ser o PT."
Governo 'joga duro' e vence eleição na Câmara
DIEGO TOLEDOda BBC Brasil, em Brasília
A eleição do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) para a Presidência da Câmara foi comemorada na noite de quarta-feira como uma vitória importante para o governo, que se mobilizou para garantir o sucesso do ex-ministro na disputa.
O esforço para eleger Aldo foi coordenado pelo ministro de Relações Institucionais, Jacques Wagner, e incluiu a atuação de outros ministros, encarregados de pedir votos às bancadas de partidos aliados.
Além disso, o governo prometeu liberar mais de R$ 600 milhões para o Ministério dos Transportes com o objetivo de garantir o apoio do PL, partido do ministro Alfredo Nascimento, a Aldo Rebelo.
"O governo teve que jogar duro, teve que se empenhar em barganhas que são percebidas pela opinião pública, especialmente na crise que se está vivendo, de uma maneira negativa", afirma o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
"Mas isso, em uma perspectiva realística, todos sabem que é parte do jogo político", acrescenta Wanderley Reis. "Era uma manobra arriscada. O governo jogou tudo nessa manobra e acabou dando certo. Tenho a impressão de que o significado positivo para o governo é inequívoco."
Vantagem apertada
Mesmo com toda a ajuda do governo, no entanto, o deputado Aldo Rebelo só conseguiu a vitória no segundo turno, e ainda assim com uma vantagem de apenas 15 votos sobre o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), candidato da oposição.
Na opinião do professor emérito da UFMG, apesar da eleição de Aldo, o governo vai continuar a enfrentar dificuldades no Congresso, mas, pela primeira vez desde o início da atual crise e após um longo período de "desastres na atuação política", o Palácio do Planalto pode comemorar uma vitória importante.
"Acho que isso significa um respiro importante, inclusive para a figura do (presidente) Lula", avalia o cientista político. "Dá maior vigor e torna mais plausível a idéia de uma candidatura à reeleição e da eventual viabilidade dessa reeleição."
Fábio Wanderley Reis destaca ainda que a vitória de Aldo Rebelo demonstrou o acerto do governo ao lançar a candidatura de um deputado que não pertence ao PT, mas, ainda assim, é ligado ao Planalto --o novo presidente da Câmara foi ministro da Coordenação Política entre janeiro de 2004 e julho de 2005.
"Foi um reconhecimento por parte do governo de que tentar colocar na presidência da Câmara um membro do seu partido seria algo mais difícil", afirma o professor. "O partido está dividido, está em um processo de eleição e está sendo abandonado por figuras que têm um certo simbolismo."
Um dos militantes históricos que abandonaram o PT nos últimos dias foi o advogado e ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, que se filiou ao PSOL.
Ao deixar o partido, Plínio manifestou descontentamento com o que descreveu como "uma oligarquia (do partido) que se autoperpetua no poder", disse que o PT "se rendeu ao neoliberalismo" e admitiu preocupação com o futuro do partido.
"Ali dentro tem 25 anos de uma esperança popular enorme, e isso não pode ser jogado fora", afirmou. "Eu me preocupo e desejo ardentemente que o PT se reconstrua e se torne, de novo, um partido de esquerda, que o PT volte a ser o PT."
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