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04/10/2005 - 10h42

Grevistas esperam 1 milhão em protestos na França

DANIELA FERNANDES
da BBC Brasil, em Paris

Organizadores da greve geral desta terça-feira na França esperam que, até o final do dia, um total de mais de 1 milhão de pessoas saiam às ruas de diversas cidades do país.

O objetivo é protestar contra a política econômica do governo, reivindicar ações para diminuir o desemprego, que atinge quase 10% da população ativa, e pressionar por reajustes salariais.

Mais de 150 manifestações estão previstas em todo o país. Em cidades como Paris, Marselha, Bordeaux e Toulouse, os protestos já começaram.

De acordo com os organizadores das manifestações, 343 mil pessoas já desfilam pelas ruas da França. Segundo a polícia, esse número é de 136 mil.

Apenas em Marselha, 100 mil pessoas participam dos protestos, segundo os organizadores.

Teste político

A greve geral desta terça-feira é o primeiro grande teste político para o primeiro-ministro Dominique de Villepin, que assumiu o cargo no dia 31 de maio.

É também um teste para os sindicatos, que esperam uma mobilização maior do que na última greve geral, em março passado.

Os manifestantes também exigem o fim do chamado "contrato novos empregos", que permite às empresas com menos de 20 trabalhadores demitirem sem encargos empregados contratados há menos de dois anos.

O governo francês já afirmou que não irá ceder em relação à essa nova legislação trabalhista.

A greve afeta os principais serviços públicos: transportes, educação, correios, hospitais e empresas de energia elétrica e gás.

Os grandes jornais do país, como Libération ou Le Figaro, também não chegaram às bancas nesta terça em razão de problemas de distribuição.

Setor privado

Os empregados do setor privado também são numerosos nas passeatas, segundo os sindicatos.

Entre 25% e 37% dos professores estão em greve, segundo os sindicatos da categoria.

Os transportes, principalmente aéreo e ferroviário, são os mais afetados.

Centenas de vôos foram cancelados nos aeroportos Charles de Gaulle e Orly. Atrasos de mais de uma hora também estão sendo registrados.

Os trens estão funcionando entre 35% e 60% do tráfego normal.

Paris

O transporte urbano em Paris também enfrenta problemas, apesar do chamado "serviço mínimo garantido" ter sido implementado pela primeira vez.

Os serviços de metrô e de ônibus circulam com cerca de 66% de sua freqüência normal.

Oito das quatorze linhas de metrô em Paris registram diminuição no fluxo de circulação.

O Ministério dos Transportes informou que "os objetivos globais de garantia do serviço mínimo nos transportes estão sendo cumpridos em Paris neste dia de greve".

Apesar das dificuldades causadas pelas paralisações, 74% dos franceses dizem apoiar esta mobilização dos sindicatos, segundo uma pesquisa divulgada pelo jornal L'Humanité, do Partido Comunista.

Os partidos de esquerda, dividos durante a campanha do referendo sobre a Constituição Européia, se uniram para participar desta mobilização nacional.

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