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12/10/2005 - 05h23

Perito elogia reação colombiana a casos de gripe aviária

DIEGO TOLEDO
da BBC Brasil, em São Paulo

O diretor de saúde animal do centro de doenças infecciosas da FAO (agência da ONU para agricultura e alimentação), Juan Lubroth, elogiou nesta terça-feira a maneira como o governo da Colômbia reagiu ao surgimento de casos de gripe aviária no país.

“O governo colombiano fez justamente o que todos os países têm que fazer: vigilância”, disse Lubroth. “A Colômbia fez isso e passou a informação para a comunidade internacional de um jeito transparente, e nós precisamos disso muito mais.”

Na segunda-feira, o governo colombiano anunciou que milhares de frangos de três fazendas do país foram contaminados com um vírus de gripe aviária do tipo H9, menos perigoso que a variedade H5N1 que se espalhou pela Ásia e tem deixado em alerta as autoridades sanitárias de todo o mundo.

“H5 e H7 são vírus de influenza aviária que podem infectar humanos e também que são de alta periculosidade em aves”, afirma o especialista da FAO. “O H9 pode fazer estragos, mas não tem a virulência que têm o H5 e o H7.”

Brasil

De acordo com Lubroth, a reação da Colômbia aos casos de gripe aviária no país diminui o temor de que a doença possa se espalhar pela região.

O perito da FAO alerta, no entanto, para a necessidade de que toda a comunidade internacional permaneça mobilizada para evitar que o vírus mais perigoso da gripe aviária não cause uma epidemia global.

“A recomendação da FAO é adotar sistemas de proteção para separar o animal selvagem do animal criado para o consumo da carne”, afirma Lubroth, que defende regras mais rígidas de biossegurança. “A produção avícola tem que ser feita de um jeito seguro, com água limpa, grão de boa qualidade, bom serviço veterinário e vigilância.”

O especialista diz que a experiência do Brasil em casos de febre aftosa pode ser útil na prevenção à gripe aviária no país. Na opinião de Lubroth, o Brasil está “bem capacitado” e as “boas relações entre o setor produtivo e o setor público” no país poderiam ajudar a controlar um possível surto de gripe aviária.

Mas o perito destaca que doenças como a febre aftosa, o mal da vaca louca e a gripe aviária são transfronteiriças e, por isso, podem ocorrer em qualquer país, desenvolvido ou não – o que exige sistemas de vigilância rigorosos para identificar os casos e, em seguida, reagir.

Epidemia

A gripe aviária também foi o tema de uma entrevista coletiva, em Roma, de David Nabarro, coordenador da ONU para os esforços de prevenção contra a doença.

Nabarro pediu a mobilização da comunidade internacional para evitar que possíveis mutações do vírus da gripe aviária causem um surto global de gripe entre humanos.

“Haverá um dia uma epidemia de gripe humana, que não será necessariamente resultado do tipo H5N1 de gripe aviária”, disse o representante das Nações Unidas.

“Se agirmos para controlar o H5N1, temos uma boa chance de evitar uma epidemia causada pelo H5N1. Está em nossas mãos fazer com que isso aconteça”, acrescentou Nabarro.

O coordenador da ONU reforçou o apelo da FAO pela arrecadação de US$ 175 milhões para os esforços de prevenção à gripe aviária. Até agora, a agência só tem US$ 30 milhões garantidos para as iniciativas de combate à doença.

Temores

Nesta terça-feira, a Romênia anunciou que sacrificaria cerca de 45 mil aves domésticas na região do delta do Rio Danúbio, em meio a temores de um surto de gripe aviária na região.

As autoridades romenas afirmam que a presença de anticorpos para a doença foi constatada em três patos encontrados mortos em um vilarejo no mês passado.

Especialistas na Bulgária também estão realizando testes com amostras de três patos mortos encontrados em áreas diferentes da região da cidade de Pleven, a cerca de 100 quilômetros da fronteira com a Romênia.

Na Turquia, as autoridades sanitárias também estão tomando medidas para conter um suposto surto de gripe aviária em uma fazenda de criação de perus na cidade de Kiziksa, no oeste do país.

O governo turco espera os resultados de testes para verificar se os animais foram atingidos pelo vírus H5N1, que matou mais de 60 pessoas no Sudeste Asiático nos últimos dois anos.

Especial
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